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Publicado em Testemunhos
22 Abril 2020 Add new comment
Experiência missionária junto aos povos indígenas em terras paraenses

O Filho de Deus se faz para nós o Caminho...”(TestC 5)

A Semana dos Povos Indígenas deste ano traz o clamor e as lutas que ecoam de todos os territórios indígenas no Brasil. Com o tema “Povos Indígenas na luta pelos territórios” e lema “Sementes de vida, resistência e esperança”, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) junta-se aos povos na coragem e protagonismos desses na defesa dos seus direitos.

O lema da Semana sustenta-se na convicção de que os modos de ser, pensar e agir dos povos indígenas não apenas são sustentáveis e viáveis, como podem ser inspiradores para fazer emergir experiências transformadoras. O modelo capitalista-predatório, consumista, que converte tudo em mercadoria, mostra sua exaustão.

Os povos e comunidades tradicionais, diante da conjuntura que exige novos modelos de relação, nos ajudam na construção de um mundo plural, no qual todos os seres sejam respeitados e todas as pessoas valorizadas nas suas diferenças.

Em tempos de pandemia, os povos indígenas nos fazem refletir sobre como tecer relações mais humanizadas, de cuidado com o outro e com a Casa Comum. Tempos de travessia, de profunda conversão, pois sairemos dessa crise revestidos de novos valores. É nesse contexto que partilho um pouco da experiência missionária junto aos povos indígenas em terras paraenses.

A Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas está presente em terras paraenses desde de 2002, na Diocese de Marabá, sudeste do Pará.

“O Chamado se faz Caminho” no chão sagrado da Pan-Amazônia, através das irmãs que atuam na catequese – projeto de Iniciação à Vida Cristã - e na missão junto aos povos indígenas.

A cada dia, somos surpreendidas pelas novas urgências e desafios que nos vem de uma realidade de violência e injustiças. Isso faz com que mantenhamos os olhos, ouvidos e todos os sentidos atentos para os sinais de Deus, que se revelam e provocam-nos a ser presença em lugares onde ninguém quer ir, como as periferias da cidade, povos ribeirinhos, pescadores, indígenas, quebradeiras de coco. São lugares sagrados que abrigam o dom precioso da vida dos povos amazônicos, que clamam por justiça, direitos e cuidado.

Procuramos assim responder a esses clamores e, desde 2010, estamos de uma forma mais efetiva junto aos povos indígenas. Isso porque as nossas fraternidades sempre se preocuparam em despertar vocações nativas e, nesse espaço fecundo, começaram a surgir as vocações paraenses.

Foi uma irmã paraense – Maria Lucélia Araújo da Silva – que, após experiência missionária no Maranhão com o povo Guajajara, tomou a decisão de integrar a equipe missionária do CIMI – Conselho Indigenista Missionário, em Marabá -  e dessa forma responder aos apelos mais profundos do seu coração que era estar com os povos indígenas, de uma maneira gratuita e fraterna.

A partir de 2016, após experiência missionária na Argentina e ter contato com os povos Mapuches, também passei a integrar a equipe do CIMI. Esse compromisso com a causa indígena veio ao encontro de minhas buscas e convicções.

Após conhecer a vida de São Francisco, através da leitura do livro “O pobre de Assis”, em abril de 1989, ingressei na Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas, com o desejo de ser pobre. O ideal de ser missionária franciscana despertou em mim logo no primeiro ano de formação. Já se passaram 27 anos de Vida Consagrada e ainda continuo movida por essa busca que foi se intensificando a cada experiência missionária. Hoje, posso afirmar que sou uma Irmã Catequista Franciscana apaixonada, feliz e realizada como mulher consagrada ao esposo Jesus Cristo e a seu projeto de Vida para todos/as. Abraçar o Cristo Pobre nas pessoas dos mais pobres, de modo especial os povos amazônicos, é o chamado que se faz caminho, porque ELE é o caminho que se revela a cada novo passo, a cada novo amanhecer.

Assim, avançamos pelo caminho da Bem-Aventurança, pois estar com os mais pobres é inebriar-se da fonte inesgotável do Evangelho que os povos originários nos oferecem! Com eles, vivemos a perfeita alegria, a partilha, o cuidado com todos os seres vivos, a irmandade universal. Seus ritos, celebrações, cantos e tradições aguçam memórias ancestrais, fortalecem sua luta e resistência. Com eles, ressignificamos a nossa VIDA-MISSÃO, que é a opção pelo Cristo Pobre-Crucificado.

Irmã Zélia Maria Batista

Abril/2020

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