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Publicado em Testemunhos
31 Maio 2021 Comments (5)
Minha resposta a Deus me fez nascer

 

“Minha história começou quando Deus me fez nascer, mas a história continuou e eu tenho que escrever.”

Nasci no dia 16 de agosto de 1929, em Santa Maria, Benedito Novo/SC. Filha de Salvador e Anna, ocupo o sexto lugar na família de 12 irmãos.

Deus me chamou para esta congregação, mesmo antes de eu nascer, pois minha mãe sempre alimentou um ardente desejo de somar na congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas, desde o dia que Frei Policarpo convidou Amábile e mais tarde Maria e Liduína. Ela também estava presente, porém, como não pode responder sim, sempre manteve amizade, principalmente com irmã Maria Avosani. Eu me recordo que ela ia visitá-la e me levava junto. Um dia, irmã Maria me disse: “Quem sabe, esta menina vem conosco, quando crescer”? Eu sempre cultivei este desejo, principalmente pelo exemplo das irmãs, minhas professoras. Mas meu pai somente me permitiu sair de casa quando completei 14 anos. Minha mãe me disse “aproveita ir agora que teu pai está deixando”. Foi embaixo do parreiral, chupando uvas, que dei meu primeiro sim, quando irmã Anice Ochner, em visita vocacional à minha casa, me lançou o convite. “Você deseja ser irmã?

Ingressei com as Irmãs Catequistas Franciscanas no dia 24 de janeiro de 1944, em Rodeio/SC. No dia que sai de casa, eu só chorava. Estava triste em deixar meu irmãozinho deficiente, pois eu me sentia responsável pelo cuidado dele. Meu pai me levou para Rodeio, juntamente com outra colega. Cheguei na casa das irmãs e Maria Avosani me recebeu com muita alegria e disse: “Que bom que uma filha da Anna vem conosco”. Para mim foi como se ela tivesse tirado toda a tristeza do meu coração e, desde então, assumo esta vida sempre com muita alegria.

O tempo de formação para a vida religiosa foi uma época muito boa. Pude aprender muita coisa, conhecer muitas jovens e muitas irmãs. Fiz profissão religiosa no dia 24 de dezembro de 1947. Éramos 24 noviças e todas professamos juntas. A celebração foi muito bonita e um dia todo de festa com a presença dos meus pais.

Sempre me perguntavam por que ser irmã, se as crianças me encantavam tanto. Eu respondia que não bastava ter só alguns filhos, eu queria é ter muitos! E ainda gosto de crianças até hoje. Posso dizer que tive muitos filhos, pois dediquei mais de 35 anos de minha vida como professora e na catequese em Santa Catarina, nas comunidades de São Luiz, Salete, Agronômica, Apiúna; Belchior Alto; Baixo Salto; Luzerna; Santa Maria; Rio Fortuna, Taió e no Paraná, nos municípios de Vitorino e Piraí do Sul. Fui muito feliz, porque os alunos eram muito amigos e criativos. Tenho lindas lembranças e amizades que continuam ainda hoje.

Depois de aposentada, exerci a coordenação da catequese por seis anos na diocese de Rio do Sul e tenho a alegria de recordar a dedicação de tantas pessoas que colaboraram neste serviço. Depois, recebi o convite de exercer a missão no Rio de Janeiro e lá decidi me dedicar à área da saúde, porque senti que era um campo muito abandonado. Vivi e trabalhei nos municípios de Barra Mansa, Três Rios e Imbariê, durante 19 anos, atuando na Pastoral da Saúde e depois voltei para Santa Catarina, continuando esta mesma missão em Rio do Sul, Aurora e Tubarão. Nestes últimos 33 anos, dediquei-me no trabalho Pastoral na Saúde Comunitária, usando o método da Unibiótica. Tenho a alegria de recordar muitas pessoas que recobraram sua saúde, mulheres que se tornaram mães e lideranças que assumiram esta mesma proposta de cuidar da saúde de outras pessoas.

A Deus que me amou e me chamou para esta vocação, meu eterno louvor. À minha família, por todo apoio, meu muito obrigada. Às irmãs que comigo somaram nesta generosa resposta como congregação, através da vivência do nosso carisma, meu carinho, alegria e amizade. Ao povo por tanto amor recebido, por tanta acolhida e amizade, minha sincera gratidão. A Deus, à minha família, às irmãs e às pessoas que encontrei nesta caminhada, eu somente tenho que louvar e agradecer.

“Louvado seja Deus, que me chamou, enviou e me sustentou nesta vocação”!

Irmã Therezina Felippi