animacao

Cicaf

*

Você está aqui: HomeInício Vocacional TestemunhosEle me chamou e eu respondi: Eis-me aqui, Senhor...!
Publicado em Testemunhos
08 Março 2014 Comments (1)
Ele me chamou e eu respondi: Eis-me aqui, Senhor...!

 Deus se revelou em minha vida e caminhada chamando-me à vida religiosa. Senti sua presença de diversos modos. Aos sete anos de idade matriculei-me na Escola do Primário, em Laurentino-SC, minha terra natal.  Minhas professoras e catequistas foram as Irmãs Catequistas Franciscanas.

 Naquele tempo minha mana, Irmã Elsa Perini, já fazia parte da Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas. Com o passar do tempo, fui observando e gostando do trabalho e do jeito das Irmãs, e principalmente da minha primeira professora - Irmã Emilia Cadore, muito meiga e querida.

Elas, de vez em quando, me convidavam para varrer o pátio na hora do recreio, esfregar as panelas com areia; e, aos sábados, Irmã Inez Bianchet me chamava para ajudar a enfeitar o altar. Eu gostava muito de cantar e Irmã Inez Bianchet tinha um bonito coral de moças onde, vez por outra, me metia no meio.

Nasci de uma família muito religiosa. Desde o berço, meus pais me ensinaram a rezar, a participar das funções religiosas da Igreja, missa dominical, catequese, terço, bênção com o Santíssimo, e isso se repetia todos os domingos. De manhã, missa e, à tarde, voltava para a catequese. Fazia 20 quilômetros a pé, mas não cansava e era divertido, porque tinha muitas amigas que também participavam, bem como, meus irmãos.  

 Um dia, minha professora, Irmã Emilia trouxe-me um santinho muito bonito. Era um santinho da minha mana, Irmã Elsa. Eu fiquei feliz da vida, era um santinho – convite.  Ela sempre que mandava cartinha para a família, tinha um recado para mim. Meu pai sempre dizia que gostava de ver todos os filhos padres e irmãs. Tudo isso ficava meditando na minha mente. Eu queria ser irmã, mas nada revelava, guardava tudo em silêncio no meu coração. Com o passar do tempo, foi se revelando o meu segredo. Meus familiares, minhas tias, amigas, adivinharam o que eu estava pretendendo. Todos felizes me apoiaram e apostaram em mim. Eu rezava muito, pedia a Nossa Senhora que me mostrasse o caminho certo.

Ao terminar a quarta série, meu pai conversou com as Irmãs a meu respeito e, em fevereiro do ano de 1950, me despedi dos meus familiares chorando, mas muito feliz e meu pai me levou de carroça à casa das irmãs. No dia seguinte, com mais duas candidatas: Viola Feltrim e Leonides Tambosi e a Irmã Domingas Berlanda, partimos.  Viajando de trem e carroça, chegamos muito ansiosas à Casa Mãe, em Rodeio/SC. Era por volta das 13 horas quando fomos recebidas por algumas aspirantes e Irmã Rosa Vavassori, mestra das juvenistas. Logo nos levaram ao refeitório. Três pratos, preparados: um chuchu e chicória em cada prato. Mas, não damos muita importância para a comida, queríamos ver mesmo, era o todo da casa.  Que maravilha! Meninas maiores e menores (120).

No dia seguinte, entramos na rotina do juvenato e, aos poucos, fui me habituando a tudo: oração da manhã, ofício em latim, meditação, missa, café e trabalho, estudo, recreio, ensaio de canto, catequese com o Frei Faustino,  leitura da Bíblia, bordar e remendar com Irmã Amábile...

Um ano após, iniciei o 1° Grau, recém-criado na Casa Mãe.  Ao terminar o 1° Grau entrei para o postulantado e, depois, um ano de noviciado, onde estudamos o Catecismo da Perfeição Cristã. E, enfim, o meu sonho: a PROFISSÃO RELIGIOSA. No dia 14 de janeiro de 1957 me consagrei ao Senhor, junto com 12 noviças. Foi o dia mais feliz da minha vida. O celebrante foi D. Jaime de Barros Câmara, Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro. Foi muito grande a minha alegria, bem como a dos meus familiares.

Depois da Consagração veio a MISSÃO. Já não era mais festa, mas agora compromisso com a missão. Logo chegou o dia do CAPÍTULO, e minha primeira experiência na missão se deu em Passo Manso, Taió/SC. Seguindo a missão, em Rio do Campo, Santo Antônio (Taió). Voltei para Passo Manso, novamente assumindo a direção da Escola, seguindo depois para Pinhalzinho, Coruchel (Pouso Redondo), também em SC, assumindo a Direção da Escola. Depois aulas no seminário dos padres Espiritanos de Salete-SC e, durante este tempo, interrompi as aulas, pois tive que ser submetida, com urgência, a uma cirurgia pulmonar, em Florianópolis. Durante minha recuperação assumi o Jardim de Infância, em Rodeio, e iniciei o Curso Normal Regional, recém criado em Rodeio.

Depois fui enviada a dar aula no Seminário de Ascurra durante quatro anos, residindo na Comunidade de Sagrada Família, em Ascurra-SC e Casa Mãe de Rodeio. Encerrando este tempo, segui para Botuverá - SC, onde trabalhei na direção escolar, aulas, catequese em geral e, neste período, fiz a faculdade de Estudos Sociais, em Brusque-SC.  Foram 5 anos  de muita luta, muito sacrifício,  mas valeu a pena  por  estar junto de um povo que muito me marcou pela sua religiosidade, vocações sacerdotais e religiosas, e que enriqueceram nossa Congregação.

Depois desta missão fui para Santa Maria, Benedito Novo-SC onde assumi aulas e catequese. Neste tempo tirei uma Licença Prêmio e fui para Curitiba–PR, com trabalhos junto aos grupos de reflexão e catequese, em geral.  Ao terminar a licença voltei a Santa Maria, mas fui convidada pela UCRE – Blumenau-SC, para dar aulas no Projeto novo, NEMO (Núcleo de Ensino Modularizado), aulas para quem ainda não havia completado os estudos do Ensino Fundamental e Médio sendo, a maioria, operários. Foi ali que encontrei a dama pobreza. Pessoas lutadoras conciliando trabalho e estudo, fazendo milagres com o mínimo de salário.  Neste período permaneci no Bairro Fortaleza, em Blumenau onde, além do Projeto, me dediquei à catequese paroquial da Itoupava Norte. Foram anos de muita bênção de Deus. Foi neste tempo que me aposentei da Escola.                                                                                                                                  

Ainda não havia chegado minha aposentadoria, e a provincial, Irmã Dorvalina Heinzen me falou, por telefone, para assumir a catequese da Paróquia de Rodeio, então desfalcada de catequistas... Obediente, assumi por quatro anos, com muita dedicação e amor. Depois fui transferida para Santos Dumont, um bairro de Goiânia -GO, onde abrimos nova casa e, durante seis anos, trabalhamos na formação de lideranças e pastoral em geral. Abrimos nova casa na comunidade pobre de Cora Coralina – Goianira-GO, mas não cheguei a atuar ali, pois assumi a coordenação da Paróquia de Brasilândia, em Fernandópolis-SP. Durante três anos, dediquei-me com muito carinho. Muitas lideranças, um povo criativo e de muita fé.

Apesar de estar bem com esse povo tive que me despedir, depois de três anos de missão, a fim de refazer as minhas energias pela saúde abalada.  Passei, então, para a fraternidade do Jardim Capela, periferia de São Paulo. Depois de um ano, fui transferida para o Jardim do Colégio, Embu das Artes-SP onde estou até hoje. Minha missão aqui se mistura com a dama pobreza, acolhendo os caídos à margem do caminho... É difícil resumir a história de 57 anos de missão. Passo a passo, minha missão foi acontecendo no seguimento de Jesus, levando em frente o CARISMA da Congregação, do jeito de Francisco e Clara de Assis. 

Sempre senti a presença de Deus me chamando, me confortando e me guiando onde fui enviada.  Sempre tive que tomar atitudes corajosas, de ânimo e muita fé em Deus, porque os desafios também me acompanharam: doença, medos, incertezas, incompreensões, falta de solidariedade e fraternidade... No entanto, nenhum desafio abalou meu ânimo, a coragem e a vontade de prosseguir, sem perder o ponto de partida.

Louvo a Deus por estar nesta Congregação, lutando, fazendo parte da missão junto com nossas Irmãs e com o povo!  A vocação é um chamado constante de Deus, e por isso, confirmo: EIS-ME AQUI! Continuo a caminho, sempre à disposição do Senhor, até que ELE venha.  PAZ E BEM!  

                      Irmã Olimpia Perini - PICM                                                                                                                            

Comentários  

#1 Irmã Tereza Zardo 12-03-2014 09:32
Parabéns, Irmã Olimpia!
Também tive a felicidade de conviver e partilhar de sua vida na missão em Botuverá.
Posso confirmar sua disposição e entusiasmo na missão.
Continue com esta persistência, Olimpia!
Que Deus a acompanhe sempre.

Adicionar comentário


Código de segurança
Atualizar

sound by Jbgmusic

Direção
Isabel do Rocio Kuss, Ana Cláudia de Carvalho Rocha,
Marlene dos Santos e Rosali Ines Paloschi.
Arte: Lenita Gripa

Serviços - logo branca
JFC

Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas
Rua Des. Nelson Nunes Guimarães, 346
Bairro Atiradores - Joinville / SC – Brasil
Fone: (47) 3422 4865