Foi uma experiência nova e inspiradora. Confesso que fiquei apreensiva no começo, pois não sabia ao certo como seria fazer uma missão tão longe de minha terra, com clima, hábitos e culturas diferente, mais ao chegar na comunidade da Barra, em Mundo Novo - BA descobri que em meio as nossas diferenças regionais a fé era a mesma e que bom poder conhecer e aprender um pouco mais sobre o povo baiano e sua cultura.
Fui muito bem recebida na comunidade com uma chuva de pétalas de rosa e depois partimos em procissão para a Igreja, cujo padroeiro é Santo Antonio, para a celebração.
Na comunidade senti uma forte presença de Deus nas pessoas que me receberam de braços abertos em suas casas. Foi na simplicidade e na alegria das visitas, das celebrações, das procissões, visita aos colégios, partilha da palavra que pude perceber como é grande a fé e o amor desse povo, que mesmo tendo pouco reparte e doa para o bem comum, assim aprendi com eles a olhar o mundo com mais leveza, alegria e fraternidade.
Foi uma semana cheia de trabalhos, de alegrias, de companheirismo e principalmente partilha de vida e crescimento na fé.
O encerramento na comunidade foi com a via-sacra onde revivemos a agonia de Jesus, olhando também a agonia de muito que são traficados, no final podemos reconhecer que é por causa da vitória de Jesus sobre a morte que temos a esperança da vitoria da vida sobre o trafico humano.
No final nos juntamos ao grande grupo de missionários na catedral de Mundo Novo, onde trocamos as nossas experiências nas comunidades, era lindo ver a expressão de felicidade daqueles que foram levar a boa nova e voltaram com mais certeza de estar lutando pelo o bom combate, pelo Reino de Deus.
Resumindo minha experiência:
Pude conviver e ver no rosto das pessoas o sofrimento humano, de quem vive em situação de quase abandono, por parte deles mesmos, uma parte da igreja e principalmente falta de políticas publicas justa por parte do governo. Assim se vêem obrigados a deixar sua terra, sua gente, sua origem e entrar em um mundo que muitas vezes o rouba deles mesmos, tirando sua dignidade caindo com facilidade nas mãos do tráfico humano, todavia, pude sentir nesta missão um novo sopro de esperança, uma força que já é própria desse povo, mais que se renovou para busca do Reino de Deus.
Essa missão de comemoração dos 50 anos de presença das irmãs na Bahia foi acompanhada pela chuva que Deus mandou para regar na hora certa, o chão da terra e o chão da alma do povo, enquanto a alegria que já faz parte do sangue baiano nos contagiava e se misturava com a água, a terra, o fogo e o ar e nós todos nos reconhecemos como um único povo, um único elemento numa grande ciranda de fé, onde não existiam mais diferenças regionais ou preconceitos, pois éramos todos, o povo de Deus em meio a batuques e tambores comemorando a vida!
Lilian Oliveira de Lima – Aspirante/ Feira de Santana/BA
