images/CICAF - Logomarca Impresso 160x160.png
Imprimir esta página
Publicado em Testemunhos
15 Junho 2014 Comments (5)
História Vocacional de irmã Therezina Franzoi

Eu, Therezina Franzoi, sou filha de: Virgilio Franzoi e Angélica Valer Franzoi.

Nasci em Rio do Oeste SC, aos 29 de novembro de 1927. Batizada no mesmo dia, na igreja Nossa Senhora Auxiliadora padroeira da paróquia de Rio do Oeste. No número de 9 irmãos ocupo o quarto lugar. Família profundamente cristã, proporcionou-me um ambiente de muita paz, harmonia, respeito, responsabilidade, trabalho, estudo e acima de tudo, muita religiosidade.

A oração da manhã e da noite era feita em comum e de joelhos. Rezava-se também antes e depois das refeições. A missa dominical era prática tão necessária como o trabalho e o alimento. Também a função da tarde e a Catequese para as crianças era um compromisso sério. Papai e mamãe eram presença constante na família. Eram, outrossim exemplo de respeito mútuo e tratamento igualitário . Fui ,como meus irmãos e irmãs educada na Escola das Irmãs Catequistas.

Aos 6 anos de idade aproximadamente, estando reunidos os filhos, papai pergunta: que querem ser quando grandes? Sem pestanejar e sem mesmo saber o que significava eu respondi "Mi vago a Maestra." (Eu vou ser Irmã Catequista). Todos riram. Um dia, quando já tinha meus sete anos, chegando à escola, encontrei Irmã Mônica Moser estendendo muita roupa branca no gramado para alvejar. Fiquei olhando, achei bonito e disse: "Eu também vou ser Irmã Catequista". Ela disse: "Quero mesmo ver". Retornei: Sim, eu vou."

Quando estava prestes a completar doze anos repetia o terceiro ano fundamental porque não havia quarto ano e eu não queria sair da escola, Irmã Benta DalAgnollo (minha professora, perguntou: Quem das meninas quer ser Irmã? Levantei a mão e tudo continuou como sempre. Era da confiança das Irmãs e até fui convidada a fazer companhia e dormir com a Irmã que ficou só, um dia e uma noite. Eu me sentia feliz.

Lá pelo segundo semestre , a madre Maria Avosani visitou nossa Escola e perguntou : Quem quer ser Irmã ?Novamente levantei a mão. Depois da aula Irmã Benta me disse : Se você quer ir para o Colégio, Venha com seu pai falar com a Madre. Foi um momento difícil, pois Papai não apoiava muito minha ideia de ser Irmã Catequista. Preferia que fosse Irmã Salesiana. Conversando com a Madre Avosani ele deixou claro o porque. Temia pelo futuro da Congregação, porque no entender dele as Irmãs por terem pouco estudo poderiam ser substituídas por Professoras mais preparadas enviadas pelo governo.

Madre Avosani respondeu com firmeza" No gueperícol nó Vigili" (Não há perigo não Virgilio. ) Mas papai continuava me questionando porque eu não queria ser Irmã Salesiana. Eu não sabia , mas respondi com firmeza: Não quero! Desde este dia não voltou ao assunto. Ajudou a me preparar o enxoval E Tudo bem. Mamãe nunca opinou sobre minha decisão ,mas hoje a considero minha grande promotora vocacional. Sempre me falou bem das Irmãs Catequistas Tinha amizade especial com Irmã Liduína. Falava de Frei Policarpo com carinho por tê-la preparado para a sua primeira Comunhão e foi ela que me deu o recado da morte de Frei Policarpo. No dia de minha consagração papai esteve presente valorizando minha decisão.

Após a Santa Missa, escrevi com meu próprio sangue: Eu prometi, fiel serei por toda a vida, à minha vocação querida. Hoje, parafraseando Clara de Assis, digo: É isto que desejo, é isto que quero por toda a vida, quero por toda a vida. Assim seja!

Irmã Therezina Franzoi - PSTMJ