Mais de um milhão de fiéis de todos os recantos acorreram ao Santuário de Mamã Muxima, no norte de Angola, situado a 130 quilômetros de Luanda-Capital.
Localizada na província do Bengo, a vila de Muxima - que na língua nacional quimbundo significa "coração" - foi ocupada pelos portugueses em 1589 e, dez anos depois, ali construíram uma fortaleza e a então Igreja em honra a Nossa Senhora também conhecida como "Mamã Muxima”,nome que se atribui a antiga imagem de nossa senhora da Conceição, trazida pelos portugueses no início do processo de colonização e hoje tornou-se o "maior espaço de devoção popular em Angola e em toda a África Cristã". A peregrinação ocorreu entre 06 e 07 de setembro/2014, sob o lema "enraizados em Cristo, caminhemos com Maria".
Quem vem à 'Mamã Muxima' vem para levar um conforto, daí que, face à ameaça de propagação da epidemia do Ebola na África Ocidental, mais de quarenta profissionais de saúde, sobretudo médicos e enfermeiros, através da Direção Provincial da Saúde de Luanda, do Instituto Nacional de Emergência Médica de Angola e do Hospital Municipal da Quissama foram mobilizados para o santuário, como apoio e segurança aos peregrinos e peregrinas. Foram reforçadas também as medidas de segurança e a transmissão de conselhos à população, para "tolerância zero" para com "o álcool e as velocidades", a fim de que o ato de ir buscar a bênção da Mamã Muxima seja um ato condigno e não de levar a desgraça para as famílias.
A Celebração Eucarística da peregrinação ao santuário da nossa senhora que se celebra todos os anos na comuna da Muxima, província do Bengo, foi o ponto culminante.
No tempo de Jesus, a rotina cotidiana levava a mulher ao poço para buscar água. Foi numa destas buscas que a mulher samaritana deparou-se com Jesus (Jo 4, 1ss), com quem encabeçou um diálogo, através do qual ouviu a promessa de outra água, e, mais do que depressa ela pede. “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem precise vir aqui para tirar” (João 4,15).
O povo anda cansado e sedento não de qualquer água, mas sedento de justiça, de fraternidade, de respeito, de companheirismo, de sonhos a serem realizados, de utopias vencidas, de reconhecimento, de compreensão e carinho, de leis que enxerguem, de água a ser dada e a ser recebida..., sedes através das quais se esconde um sentido profundo do religioso e que nem sempre nós pastores, missionários e missionárias conseguimos entender, para, a exemplo de Jesus abrirmos um diálogo como o que Ele teve com a Samaritana.
No tempo de Jesus, o povo buscava Nele a mitigação de suas vidas. Hoje, continua sedento e para manter viva esta esperança que nasce no anonimato de suas vidas, busca na proteção de Nossa Senhora: das Dores, dos Remédios, de Nazaré, de Fátima, da Muxima. Como canta Roberto Carlos “Todas as Nossas Senhoras são a mesma Mãe de Deus” e é Nela que buscam água para matar sua sede.
Comentários
Fico tão feliz quando vejo seus escritos. Ainda mais agora vindos da experiência de Angola! Obrigada pela partilha. Obrigada pelo seu testemunho de vida!
Você nos faz refletir, nos faz acreditar que todas somos capazes de ir além fronteiras. Avante querida! Meu grande abraço.
Que bom que você levou na bagagem o gosto de escrever, de comunicar!
Que você encontre muita água boa, aí no berço da humanidade!
Estamos aqui com nossa caneca, nosso copo ... só esperando pra beber junto, porque você sabe compartilhar! Você sabe oferecer despertando a vontade a vontade de beber!
Abração amiga!
QUE ESTEJAS BEM NESTAS TERRAS SAGRADAS DE ANGOLA!
CARINHO,
EUNICE
Continue sendo a repórter daí. Faz bem nós sabermos. Parabéns pela coragem, ousadia nessa nossa missão.
Continue sempre inspirada e garanta sempre a Luz da Divina Fonte entre os queridos Africanos. Abraço grande e caloroso de Teresina.