A VIII Assembleia Nacional da Pastoral do Menor realizou-se de 18 a 22 de novembro, na casa de Retiros S. José, em Belo Horizonte, MG, com o tema “TESTEMUNHAS DE UMA VIDA COM O ROSTO DE DEUS” e o lema “QUEM ME VÊ, VÊ O PAI” (Jo 14,9).
O encontro teve como objetivo: avaliar o trabalho que é realizado, deliberar sobre as prioridades para o próximo triênio e passar a coordenação para o novo grupo que irá dinamizar a Pastoral do Menor nos próximos três anos.
A metodologia trabalhada na assembleia seguiu os passos do VER, JULGAR e AGIR, traduzidos em três momentos: 1° DESFIGURAÇÃO; 2° TRANSFIGURAÇÃO; 3° CONFIGURAÇÃO.
Desde o mês de maio, as dioceses, sub-regionais e regionais trabalharam em suas assembleias para levar o resultado ao encontro nacional.
1° DESFIGURAÇÃO. Refletimos sobre como o rosto de Deus foi desfigurado através de nossas ações e do nosso modo de ser e de viver, em nossas relações interpessoais e em nossa missão. Vimos os desafios de uma realidade que violenta a criança e o adolescente, que desfigura o seu rosto enquanto reflexo do rosto de Deus: os direitos violados, a criminalidade, o envolvimento com o tráfico e o consumo de drogas, a gravidez precoce, entre outros. Tivemos a oportunidade de perceber o quanto o ser humano é desfigurado quando se afasta de Deus.
Cada regional apresentou, através de máscaras, a realidade vivida e sentida pelos agentes, pelas crianças e adolescentes.
2° TRANSFIGURAÇÃO. Foi o momento da contemplação, de fixarmos nosso olhar no rosto de Deus para encontrarmos nossa identidade. É na intimidade com Deus que conhecemos o seu rosto. Moldados à sua imagem e semelhança, SOMOS NÓS MESMOS quando estamos em sua presença. É preciso que sintamos e acreditemos que “a mudança passa necessariamente por um processo de transfiguração, que leva cada pessoa a se reconhecer em Jesus e fazer de seu jeito de ser a fonte de sua própria identidade. A nossa resposta às crises que afligem a humanidade é a configuração com o Mestre” (Pe. Xavier).
A reflexão sobre as ameaças, desafios e desfigurações nos ajuda a olhar para o rosto de Cristo crucificado e ressuscitado, e ali encontramos nossa identidade perdida. É o momento de desmascarar o que nos desfigura para assumir as feições de Deus.
Pe. Xavier assessorou a manhã de retiro que nos ajudou a olhar para Jesus e a nos confrontar com o rosto de Deus.
3° CONFIGURAÇÃO. Diante do rosto transfigurado que se revela a nós, a assembleia foi convidada a definir o que fazer para que nossa atuação seja cada vez mais parecida com o jeito de ser e de agir de Jesus Cristo; o que fazer para que nosso coração bata em uníssono com o coração de Deus e tenhamos seus mesmos sentimentos. Vimos a necessidade de redefinir nossa atuação e assumir um novo olhar, uma nova postura, sem medo, com mais coragem e firmeza. Com este novo olhar, podemos então definir o rosto que queremos para a Pastoral, para os agentes, para as crianças e adolescentes.
Após a identificação das principais violações dos Direitos da Criança e do Adolescente, a assembleia votou as Prioridades que nortearão os trabalhos do triênio 2015 a 2017.
Prioridade Interna: Plano de formação continuada dos agentes da Pastoral do Menor. Sugestão de eixos temáticos: mística; princípios metodológicos da ação/metodologia de trabalho; direitos humanos de crianças e adolescentes.
Prioridade Externa: Reanimar e fortalecer a Campanha “Dê oportunidade”, com os focos: garantia da não redução da idade penal e do não aumento do período de privação de liberdade; municipalização das medidas socioeducativas; visibilidade dos trabalhos da Pastoral na área do adolescente autor de ato infracional; enfrentamento à violência.
Foram também aprovadas duas Propostas de Ação:
• Movimento nacional da Pastoral do Menor comemorando o ano jubilar do Estatuto da Criança e do Adolescente em 2015;
• Comemorar nacionalmente o dia da PAMEN em 26 de agosto, dia do aniversário de morte de Dom Luciano Mendes de Almeida.
Concluímos que o melhor serviço que poderemos prestar a crianças e adolescentes é ser reflexo do rosto de Deus que ama até as últimas consequências.
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