O chamado se fez caminho... Seguindo esse chamado entre os dias 07 e 13 de dezembro realizou-se em Rodeio-SC uma Missão em Preparação ao Centenário da Fundação das Irmãs Catequistas Franciscanas (1915-2015). Participaram desta Missão as Irmãs de diversos lugares do Brasil, de Guatemala, aspirantes, simpatizantes do Carisma e também os noviços da Ordem dos Frades Menores.
Rodeio é chão sagrado para as Irmãs Catequistas, pois, nesta terra, se formou a manjedoura onde nasceu para o mundo a Congregação através do ‘Sim’ generoso das três primeiras, Amábile, Maria e Liduína com a ajuda de Frei Policarpo e Frei Modestino e depois nosso querido Frei Bruno Linden.
Missão é uma palavra que busca designar ‘algo que precisa ser realizado’ e este foi o espírito que moveu todos os missionários a percorrem as comunidades e a Matriz São Francisco de Assis em Rodeio. Todos pareciam confessar como o fez São Francisco em seu Testamento: “parecia-me deveras insuportável olhar para leprosos. E o senhor mesmo me conduziu entre eles e eu tive misericórdia com eles. (...) O que antes me parecia amargo se me converteu em doçura da alma e do corpo” (Testamento 2-3). Essa foi à atitude dos missionários e missionárias ir para junto dos leprosos e ter misericórdia deles. Mais quais “leprosos”?
Encontraram-se pessoas perdidas no materialismo, em meio à múltipla e avassaladora oferta de consumo; pessoas carregadas de uma tristeza profunda, perdidas em meio de uma busca desordenada de felicidade. Famílias desestruturadas e fragmentadas; muitos idosos doentes; jovens perdidos na ilusória felicidade do mundo das drogas; pessoas perturbadas. Em suma, pessoas que tem Deus em sua lembrança, mas tem dificuldades de encontrá-Lo na realidade concreta de suas vidas.
Sobre isso diz Papa Francisco: “Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem. Este é um risco, certo e permanente, que correm também os crentes. Muitos caem nele, transformando-se em pessoas ressentidas, queixosas, sem vida. Esta não é a escolha duma vida digna e plena, este não é o desígnio que Deus tem para nós, esta não é a vida no Espírito que jorra do coração de Cristo ressuscitado.” (A alegria do Evangelho 2).
Entretanto, também se encontrou pessoas que buscam renovar diariamente o seu encontro pessoal com Jesus Cristo e que toma a decisão de deixar-se encontrar por Ele, pois, “da alegria trazida pelo Senhor ninguém é excluído”. “Quem arrisca o Senhor não o desilude; e, quando alguém dá um pequeno passo em direção a Jesus, descobre que Ele já aguardava de braços abertos a sua chegada.” (A alegria do Evangelho 3). Pessoas engajas nas lutas cotidianas da comunidade e esperançosas no advento de uma sociedade nova onde reine a justiça, a paz e o amor.
Esta prerrogativa do encontro com Jesus implica um contínuo “êxodo”, impele a sair da autorreferencialidade: “Quanto mais te unes a Jesus e ele se torna o centro da tua vida, tanto mais ele te faz sair de ti mesmo, te descentraliza e abre aos outros. Não estamos no centro, estamos, por assim dizer, deslocados, estamos a serviço de Cristo e da Igreja” (Papa Francisco, Ano da vida consagrada, p. 22-23)
As pessoas que se deixaram encontrar por Jesus Cristo ouviram o apelo do Papa Francisco: “Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo! Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter “saído” pelas estradas a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças, presa num emaranhado de obsessões e procedimentos” (A alegria do Evangelho 49). Missão é gritar! Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo!
O principal objetivo desta Missão era visitar, escutar e sentir a realidade das famílias e de todas as pessoas, os missionários ofereciam apoio, abençoavam as casas e rezavam junto com as pessoas. Outro objetivo era o de apresentar a história da Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas àqueles que não conheciam, e também agradecer, fazer memória e convidar para a grande ação de graças no próximo dia 14 de janeiro de 2015. Fazer memória é uma das dimensões importantes de nossa fé. Como peregrinos e forasteiros os missionários e missionárias andaram pelas estradas, morros e vales na busca de chamar o povo de Rodeio a fazer memória...
Os missionários e missionárias tinham muitas motivações para fazer memória, mas “a primeira é o amor que recebemos de Jesus, aquela experiência de sermos salvos por Ele, que nos impele a amá-lo cada vez mais. Um amor que não sentisse a necessidade de falar da pessoa amada, de apresentá-la, de torná-la conhecida, que amor seria? Se não sentimos o desejo intenso de comunicar Jesus, precisamos nos deter em oração para Lhe pedir que volte a cativar-nos” (A alegria do Evangelho 264).
Que a semente do Evangelho espalhada nessas terras de Rodeio se transforme em júbilo e ação de graças no seguimento de Jesus Cristo e na Celebração do Centenário da Fundação das Irmãs Catequistas Franciscanas. Por isso, peçamos a Maria: “Estrela da nova evangelização, ajudai-nos a refulgir com o testemunho da comunhão, do serviço, da fé ardente e generosa, da justiça e do amor aos pobres, para que a alegria do Evangelho chegue até os confins da terra e nenhuma periferia fique privada da sua luz. Mãe do Evangelho vivente, manancial de alegria para os pequeninos, rogue por nós. Amém. Amém” (A alegria do Evangelho 288).
Comentários
Daqui desse calor do nordeste, acompanhei com sintonia a missão feita por vocês. Parabéns pela missão realizada, pelas sementes plantadas com carinho no coração das pessoas visitadas. Que os frutos sejam abundantes. Com carinho o abraço.
Rita
Parabéns, às missionárias e aos missionários, pela coragem em deixar seus compromissos e ir ao encontro do povo das origens da nossa congregação.
Nosso fundador e nossa primeiras irmãs se alegraram certamente se alegraram muito, pois seu zelo missionário era ímpar.
O Natal e Ano Novo de vocês certamente terá uma felicidade mais irradiante, com essa experiência missionária. Um grande abraço - Anita David