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18 Dezembro 2014
Missões em preparação ao Centenário da Fundação das Irmãs Catequistas Franciscanas

O chamado se fez caminho... Seguindo esse chamado entre os dias 07 e 13 de dezembro realizou-se em Rodeio-SC uma Missão em Preparação ao Centenário da Fundação das Irmãs Catequistas Franciscanas (1915-2015). Participaram desta Missão as Irmãs de diversos lugares do Brasil, de Guatemala, aspirantes, simpatizantes do Carisma e também os noviços da Ordem dos Frades Menores.

Rodeio é chão sagrado para as Irmãs Catequistas, pois, nesta terra, se formou a manjedoura onde nasceu para o mundo a Congregação através do ‘Sim’ generoso das três primeiras, Amábile, Maria e Liduína com a ajuda de Frei Policarpo e Frei Modestino e depois nosso querido Frei Bruno Linden.

Missão é uma palavra que busca designar ‘algo que precisa ser realizado’ e este foi o espírito que moveu todos os missionários a percorrem as comunidades e a Matriz São Francisco de Assis em Rodeio. Todos pareciam confessar como o fez São Francisco em seu Testamento: “parecia-me deveras insuportável olhar para leprosos. E o senhor mesmo me conduziu entre eles  e eu tive misericórdia com eles. (...) O que antes me parecia amargo se me converteu em doçura da alma e do corpo” (Testamento 2-3). Essa foi à atitude dos missionários e missionárias ir para junto dos leprosos e ter misericórdia deles. Mais quais “leprosos”?

Encontraram-se pessoas perdidas no materialismo, em meio à múltipla e avassaladora oferta de consumo; pessoas carregadas de uma tristeza profunda, perdidas em meio de uma busca desordenada de felicidade. Famílias desestruturadas e fragmentadas; muitos idosos doentes; jovens perdidos na ilusória felicidade do mundo das drogas; pessoas perturbadas. Em suma, pessoas que tem Deus em sua lembrança, mas tem dificuldades de encontrá-Lo na realidade concreta de suas vidas.

Sobre isso diz Papa Francisco: “Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem. Este é um risco, certo e permanente, que correm também os crentes. Muitos caem nele, transformando-se em pessoas ressentidas, queixosas, sem vida. Esta não é a escolha duma vida digna e plena, este não é o desígnio que Deus tem para nós, esta não é a vida no Espírito que jorra do coração de Cristo ressuscitado.” (A alegria do Evangelho 2).

Entretanto, também se encontrou pessoas que buscam renovar diariamente o seu encontro pessoal com Jesus Cristo e que toma a decisão de deixar-se encontrar por Ele, pois, “da alegria trazida pelo Senhor ninguém é excluído”. “Quem arrisca o Senhor não o desilude; e, quando alguém dá um pequeno passo em direção a Jesus, descobre que Ele já aguardava de braços abertos a sua chegada.” (A alegria do Evangelho 3). Pessoas engajas nas lutas cotidianas da comunidade e esperançosas no advento de uma sociedade nova onde reine a justiça, a paz e o amor.

Esta prerrogativa do encontro com Jesus implica um contínuo “êxodo”, impele a sair da autorreferencialidade: “Quanto mais te unes a Jesus e ele se torna o centro da tua vida, tanto mais ele te faz sair de ti mesmo, te descentraliza e abre aos outros. Não estamos no centro, estamos, por assim dizer, deslocados, estamos a serviço de Cristo e da Igreja” (Papa Francisco, Ano da vida consagrada, p. 22-23)

As pessoas que se deixaram encontrar por Jesus Cristo ouviram o apelo do Papa Francisco: “Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo! Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter “saído” pelas estradas a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças, presa num emaranhado de obsessões e procedimentos” (A alegria do Evangelho 49). Missão é gritar! Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo!

O principal objetivo desta Missão era visitar, escutar e sentir a realidade das famílias e de todas as pessoas, os missionários ofereciam apoio, abençoavam as casas e rezavam junto com as pessoas. Outro objetivo era o de apresentar a história da Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas àqueles que não conheciam, e também agradecer, fazer memória e convidar para a grande ação de graças no próximo dia 14 de janeiro de 2015. Fazer memória é uma das dimensões importantes de nossa fé. Como peregrinos e forasteiros os missionários e missionárias andaram pelas estradas, morros e vales na busca de chamar o povo de Rodeio a fazer memória...

Os missionários e missionárias tinham muitas motivações para fazer memória, mas a primeira é o amor que recebemos de Jesus, aquela experiência de sermos salvos por Ele, que nos impele a amá-lo cada vez mais. Um amor que não sentisse a necessidade de falar da pessoa amada, de apresentá-la, de torná-la conhecida, que amor seria? Se não sentimos o desejo intenso de comunicar Jesus, precisamos nos deter em oração para Lhe pedir que volte a cativar-nos” (A alegria do Evangelho 264).

Que a semente do Evangelho espalhada nessas terras de Rodeio se transforme em júbilo e ação de graças no seguimento de Jesus Cristo e na Celebração do Centenário da Fundação das Irmãs Catequistas Franciscanas. Por isso, peçamos a Maria: “Estrela da nova evangelização, ajudai-nos a refulgir com o testemunho da comunhão, do serviço, da fé ardente e generosa, da justiça e do amor aos pobres, para que a alegria do Evangelho chegue até os confins da terra e nenhuma periferia fique privada da sua luz. Mãe do Evangelho vivente, manancial de alegria para os pequeninos, rogue por nós. Amém. Amém” (A alegria do Evangelho 288).

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Frei Adriano Cézar de Oliveira, OFM