O primeiro dia do Capítulo foi marcado por três momentos significativos de reflexão.
Na parte da manhã Roberto Rossi, sociólogo, do Centro Burnier – Cuiabá/MT fez uma análise de conjuntura sócio econômica, política e eclesial.
O assessor iniciou sua fala dizendo que a análise da realidade na qual vivemos não é nem pode ser neutra, pois todo olhar ou leitura da realidade é feita de forma contextualizada. É preciso a clareza de que a realidade é multifacetada e pode ser olhada a partir de diferentes pontos de vista.
Lembrou Boff na parábola ‘A Águia e a Galinha’: “Cada um lê com os olhos que tem e a partir de sua visão de mundo”. Portanto, olhamos a realidade a partir do chão onde pisamos e com quem convivemos e partilhamos nossa vida.
Em síntese, o sistema socioeconômico se caracteriza em um modo de produzir que opera a partir de uma lógica individualista, que funciona como: Satisfação individual e indiferença ao outro, supremacia do desejo em relação às necessidades, predomínio da aparência em relação à realidade, inclusão perversa: há os que têm muito e os que não têm o mínimo para subsistir e a falsa satisfação.
Na dimensão eclesial comentou que as práticas eclesiais reproduzem esses processos sociais globais, mas acrescentou que, segundo o papa Francisco, somente assumindo uma atitude de abertura das portas é possível fazer o movimento de saída em direção a todos, em direção às periferias.
Na primeira parte da tarde irmã Tereza Valler, assessora do Capítulo, fez uma leitura do Relatório das Avaliações do Quadriênio à luz do tema e do texto dos discípulos de Emaús.
Irmã Tereza refletiu que o lema “Permanece conosco” insinua muito mais uma abertura, um novo passo, uma nova interpretação do que um novo começo. Algo se move dentro da experiência da ausência e do desejo...
Precisamos costurar caminhos, metodologias a partir do caminho de Emaús; aprender a viver e a partilhar a diversidade, a interculturalidade, constituir parcerias para a vivência do carisma e missão.
O que significa continuar caminhando com pessoas mais jovens em tempos pós-modernos? O que significa um processo formativo que responde ao ritmo da vida?
É importante recuperar a dimensão mística e política da vida, buscando construir caminhos alternativos na educação para a fé e para a cidadania, abraçando a ecologia, acolhendo os apelos dos migrantes, indígenas...
Na segunda parte da tarde, irmã Izaura Souza Cordeiro, ministra geral, partilhou o que viu, ouviu e sentiu ao visitar as irmandades da província no decorrer deste ano capitular: encontrou Mulheres fecundas... sementes...pão... com Amor a missão...ao povo... com clareza da pertença... muitas expressões de acolhida e amor ao grupo, porém com algumas exigências e cobranças umas das outras.E perguntava:Os sentimentos são comuns?
Trazendo luzes do texto de Lc 21,13-35 refletiu sobre:
- O caminho...
- A conversa...
- Por que o convite foi feito?
- Consequências
- Os personagens ...
- Quem somos...
Com alegria resgatou do Relatório como as irmãs se expressaram na avaliação da caminhada da província:
“Todas nós somos importantes na província. Somos chamadas e consagradas, e muito amadas por Deus, dotadas com capacidades e dons diferentes para construir um projeto comum”.
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Rita