“Hoje, Rodeio não é lugar geográfico. É lugar de encontro, é lugar fonte!
(Dom Leonardo Ulrich)
Prelúdio
Sinos na matriz, música para despertar, olhos atentos nas entradas! Chegadas festivas, emoções incontidas, abraços, abraços! Reconhecimentos, mais abraços, mais emoção! Novos conhecimentos, alegria renovada, uma festa de vida como há muito a Casa-Mãe não presenciava! Mesa partilhada, saudade transformada em sorriso! Júbilo na terra, sabendo que o céu sorria!
“Queremos ficar sempre”!
Rodeio 50! Memória do chamado e da “resposta que mudou a história” de Amábile, Maria e Liduína, que transformou a história de Rodeio, que vai mudando a história de cada uma que põe o pé nesta mesma estrada!
A comunidade de Rodeio 50 nos acolheu como acolhera Maria e Liduína! Os sinos tocaram, como naquele 14 de janeiro de 1915, chamando o povo pra missa! No hall da Igreja, crianças, jovens, colonos, irmãs e frades, reconstituíram o contexto e a cena do fundante “Sim, para sempre!
Ao convite de reverenciar o solo sagrado, o silêncio e a unção do gesto de tocar o chão foram mais eloquentes do qualquer palavra! Na composição do carro rememorativo dos/as fundadores/as, a presença dos parentes próximos das Primeiras Irmãs, fez brotar um sentimento de reencontro das duas pontas do fio da história! O passado e o presente se enlaçando!
Após o lançamento e bênção da Placa marco do centenário, em carreata, nos dirigimos a Rodeio, com uma breve pausa-memória na casa da família Tambosi que acolheu as “maestras” Maria e Liduína. Os laços se ampliam e a caminhada vai seguindo, criativamente fiel!
Caminhos da missão
Na Casa-Mãe, revivemos os passos da abertura missionária da congregação. As diversas dimensões de nossa diaconia, os diferentes países onde vivemos o carisma, estavam representados em carros com pessoas caracterizadas que levavam a bandeira, o/a padroeiro/a e outros símbolos do país.
Vale ressaltar o envolvimento das comunidades, certamente pela trabalho articulador das Irmãs encarregadas desta parte da programação. Aqui, tocou bem fundo, a presença das Irmãs mais idosas, algumas bem fragilizadas, outras em sua cadeira de rodas. Todas aí revivendo a emoção de cada envio, de cada partida missionária.
O júbilo tomou o caminho da Vila Italiana, que seria o palco do coroamento da festa centenária! Nas calçadas os/as trabalhadores/as acenavam congratulando-se! E ouviam atentos – “É tempo de agradecer”, “Celebremos com alegria”, “Com gratidão, lembramos as primeiras irmãs” que ecoavam através do forte serviço de som!
Celebração eucarística!
No pavilhão principal, profusa e significativamente ornamentado, o acontecimento central foi a Celebração Eucarística. Presidida por D. Leonardo Ulrich, OFM, nosso amigo e secretário geral da CNBB, foi concelebrada por um número significativo de bispos e bem maior número de sacerdotes. Foi viva e intensamente participada pela multidão de irmãs, formandas, simpatizantes, familiares, amigos/as e comunidade de Rodeio.
Música forte e vibrante acompanhava o canto jubiloso da assembleia em festa! Presença, através de símbolos de cada espaço de nossa missão! Presença em nosso coração, das pessoas ausentes - as que não puderam vir, as que já celebram na pátria celeste!
As leituras (Ef 1,3-14 e Lc 1,39-59) nos colocaram no coração de nossa vocação! Somos chamadas por graça da divina misericórdia para ser fonte de misericórdia! Conforme destacou D. Leonardo na homilia, “elas despertam as entranhas de nossa vocação e missão”.
Maria pôs-se a caminho, para compartilhar a alegria da gravidez com a prima! Sair, partir, ressaltou o pregador, “é próprio do ser de Deus, que sai sempre, está sempre a caminho para nosso encontro. Lembrando a exortação do papa Francisco, ele nos convocou a sair. Sair, apressadas como Maria, movidas pela gratuidade do servir!
Partir, como Amábile, Maria e Liduína, com a jovialidade das mulheres camponesas, com a agilidade própria de quem serve a mesa dos necessitados! Com elas, pôr-se a caminho com o povo, no meio do povo, como o povo; deixar-se tomar pela alegria do Evangelho.
No meio da rica e longa reflexão, deixou o apelo: “Não deixem os pobres sozinhos! Que eles encontrem em vocês aconchego, amabilidade, sabedoria!”
Compromisso
No momento da profissão de fé, Irmã Izaura, ministra geral, chamou ao altar Irmã Maria Ossemer (representando o projeto com os indígenas Guarani-Kaiowá) e Irmã Ana Maria Cerqueira, jovem negra, representando o projeto de educação em Angola). Com mais este elemento no cenário, renovamos nossa consagração, reafirmando o compromisso de viver o carisma e, como marco do centenário, nosso compromisso especial com estes dois projetos.
À realização dos dois projetos, será também destinado o resultado da coleta feita durante a missa.
Não deixe a lamparina apagar
Ao final da missa houve a entrega de uma lamparina confeccionada por mulheres indígenas do povo Tucano de São Gabriel da Cachoeira/AM, às províncias, representantes das famílias das fundadoras, aos freis e a outras pessoas que acompanharam de perto a congregação, enquanto ouvíamos o canto que insistia: “Não deixe a lamparina apagar!” Também foi distribuída a recordação do centenário para todas as pessoas participantes da celebração.
Confraternização e tarde cultural
Mesa farta, convívio saboroso e... mais encontros, no almoço festivo, servido no local.
Na sequência, uma tarde cultural descontraída, rica de criatividade e beleza! Foram músicas danças... muito colorido e leveza!
Como doce ponto final da festa... o bolo de aniversário com o Parabéns a você!
Todo o vivido neste dia confirmou as palavras de D. Leonardo: Hoje, Rodeio é fonte!
Saímos alimentadas/os de vigor renovado, profundidade, júbilo e beleza!
Comentários
Sem estar presente fisicamente vivi a festa do Centenário da Congregação. Sou muito grata pela minha formação religiosa e para a vida. Não deixem a lamparina apagar! Nossas humildes preces! Com carinho!
PAZ E BEM!
Quero alegrar-me com as nossas irmãs, no dia do seu jubileu centenário. Permitam-me trata-las assim, “nossas irmãs”, porque em toda a minha vida franciscana, as Irmãs com as quais tive mais convivência, amizade, e partilhamos trabalhos, sonhos e projetos em comum, foram as Catequistas Franciscanas. Já expressei isso outras vezes, em meu imaginário, quando se fala da “versão feminina” do carisma franciscano, a imagem que me vem à mente são as Irmãs Catequistas.
Das terras Amazônicas, deste continente de floresta e água, um verdadeiro santuário de vida, mas que geme e sofre, vítima da ganância humana, esperando um tempo novo de cuidado e ressurreição, quero estar em sintonia com vocês para partilhar a alegria do caminho percorrido, louvar ao Deus da Vida pela vocação e pelo serviço realizado, e pedir as forças do Espírito, para olhar o futuro com esperança.
Vocês estão celebrando jubileu. Para a Bíblia jubileu é um ano de graça e a oportunidade para recordar o projeto inicial, não só recordar, mas reviver, torná-lo presente, sempre vivo e dinâmico. Isso é celebrar. Jesus, na sinagoga de Nazaré disse que veio para realizar o ano da graça. Para isso lhe ungiu o Espírito, para proclamar o Jubileu. Jubileu não apenas como um tempo cronológico, contado no calendário, mas um tempo kairológico, tempo do Espírito, para renovar a vida. Vocês estão celebrando os dois, o cronológico, o centenário do sim das primeiras irmãs, e o tempo kairológico, da acolhida do Espírito e abertura para um tempo novo. É oportuna também a palavra de Santa Clara, que várias vezes ouvi das irmãs: “nunca perca de vista seu ponto de partida”. O ponto de partida, além da inspiração e a motivação inicial, o projeto e a ideia que motivou a começar, mas para nós cristãos, o ponto de partida é sempre o Evangelho.
Recentemente tive a oportunidade de ler a biografia de frei Bruno Linden, que teve um vínculo muito forte e grande dedicação à “Companhia das Catequistas”. Pude entender ainda melhor as circunstâncias sociais, pastorais e missionárias do surgimento das “mestras”. Fiquei pensando como continua sendo atual e desafiadora a tarefa da catequese hoje na Igreja, certamente não mais para crianças, mas para adultos, como formadora de discípulos de Jesus Cristo, ou mesmo, a tarefa de formar bons catequistas para Igreja. Como continua atual e desafiadora a missão de formar cidadãos comprometidos com os valores do reino, e capazes de contribuir para que a sociedade seja mais justa, fraterna e promotora da vida, e de cuidado com a criação.
Sempre admirei nas Irmãs a coragem e a ousadia em abrir fronteiras, geográficas e sociais. Até com certa “inveja”, porque nos falta muito disso, em nós frades. Continuo admirando seu espírito missionário e a capacidade de encarnarem-se em novas realidades, e de partilhar a vida com o povo. Que o jubileu seja oportunidade para cada uma revigorar o entusiasmo da vocação, bem como possa despertar entre as jovens, outras a seguir o mesmo caminho do serviço evangélico e doação da vida pela causa do Reino
Que o irmão sol ilumine com esplendor seus dias e seus anos,
Que a irmã lua seja inspiradora de belos sonhos e intuições,
Que as irmãs estrelas sejam guias a apontar ideais e sinais de esperança,
Que o irmão vento seja portador do divino Espírito,
Que a irmã água sempre fonte de vida, de cuidado e de beleza,
Que o irmão fogo aqueça seus corações, com alegria, suavidade e vigor,
Que a irmã, a mãe terra, seja generosa em oferecer flores e frutos,
Que a irmã morte, quando chegar, lhes contemple com a festa da Vida.
Que Clara e Francisco sejam os inspiradores dos seus sonhos e ideais.
Que nunca lhes faltem ousadia e forças, humanas e divinas, para realizá-los.
Que o Senhor lhes dê a Paz!
Abraços,
Com ternura e vigor,
Frei Atílio Battistuz, OFM
Orellana, Rio Ucayali, Amazônia, janeiro de 2014.
Obrigada! Ficou lindo seu relato! Emoção, vibração, nova convocação e o desafio da fidelidade bela e corajosa no Centenário que se inicia!
Foi sim um dia de Graça, de Festa para a alma! Cada pessoa q ali estava era a expressão de um Deus emocionado, vibrante, feito alegria e ação de graças, desafio e compromisso! O Deus rico em misericórdia q nos acompanhou nos 100 anos! Nos sustentou nessa história feita de simplicidade, alegria, serviço e buscas!
Quero dizer às Irmãs da equipe de preparação, às q ajudaram mais de perto, às q tiveram a graça de participar da Semana Missionária em Rodeio, e, especialmente as q ajudaram em Rodeio no período q antecedeu o 14 de janeiro, q foi bom convivermos, nos conhecermos mais, nos cansar juntas, ir ce-le-bran-do o centenário! Muito Obrigada!
Ponhamo-nos a caminho, apressadamente! Não deixemos os pobres sozinhos, como nos disse D. Leonardo! O JÚBILO QUE CONTINUA HABITANDO O CORAÇÃO, DÊ NOVO IMPULSO A NOSSOS PÉS MISSIONÁRIOS!
eUNICE
Deus é generoso demais para conosco. Acompanhou-nos durante os 100 anos e através de tantas pessoas que nos ajudaram, como também através dos desafios que colocou à nossa frente, para que nos desinstalassem e buscássemos viver de forma sempre renovada, o carisma que o Espírito do Senhor deu.
Certamente podemos contar sempre com Sua presença, guiando a caminhada da nossa congregação. Oxalá, esse grande marco da nossa história nos tenha revigorado, para respondermos sempre melhor aos clamores dos pobres e da terra ferida.
Foi realmente um dia de muita emoção e gratidão. Jamais esquecerei!
As notícias postadas, moveram meu coração em alegria e na certeza de que temos um caminho a percorrer com irm@s na ciranda da vida. Obrigada Maria. Valeu! Gostei da partilha.
Sigamos com confiança e alegria.
Dijé
Parabéns queridas!!!!!!! ! Tudo foi tão especial pela soma da contribuição de cada Irmã especialmente de vocês dinamizadoras deste evento de salvação.
Escutei no meio do povo, dos padres comentários edificantes!!!! ! Concluí que foi um dia de Graça sem medida. E Deus esbaldou sua revelação amorosa para todos os participantes!!!!!
PARABÉNS!!!!!!!!!!!!! Vocês são uma benção de Deus para nós!!!
O centenário foi simplesmente maravilhoso! Tudo muito bem preparado, apesar do calor imenso. Parabéns a todas. Foram celebrações emocionantes e intensas. O CD FICOU LINDO. Espetacular! A Irmã Beatriz, lá do céu, além de abençoar, deve ter amado tudo o que aconteceu. Obrigada pela acolhida calorosa. Estou sempre em sintonia com minhas orações!
Abraço forte,
Salete e família1
Muito Obrigada! Obrigada! Pela vibrante descrição, memória e entusiasmo, como nos relata as festividades de nosso Jubileu. Palavras de compromisso, ousadia, renovado vigor...
Saboreamos o relato com o coração agradecido a Deus por nós conceder a graça de sermos parte desta família!
Nossa sintonia e abraço fraterno.
Darlene Terezinha
Adicionar comentário