“Nenhuma dificuldade nos atemorize. O bom Deus não nos abandonará, certamente”.

Mergulhadas no canto sagrado dos povos indígenas, ao som do mbaracá, nós irmãs da equipe de articulação do projeto Guarani kaiowá assumido como marco do centenário, juntamente com as coordenações provinciais e geral, estivemos reunidas em Joinville-SC, entre os dias 23 a 25 de janeiro.

Bebemos da luta, sonhos, medos e esperanças deste povo. Trazíamos a memória recolhida quando estivemos entre eles, no segundo semestre do ano passado. Neste período diversas irmãs das diferentes províncias nos somamos à equipe do CIMI-MS para conhecer e conviver com o povo Guarani Kaiowá que habita o sul de Mato Grosso do Sul. Ali acompanhamos a luta pelo direito de viver dignamente em seu território, produzir o próprio alimento que hoje lhes falta, recuperar suas nascentes e suas fontes que hoje estão contaminadas pelo agrotóxico ou então confiscadas pelo agronegócio. Ali também pudemos nos alimentar de sua profunda espiritualidade que fecunda constantemente o chão sagrado de onde brota a permanente e teimosa luta.

Nesta comunhão celebramos novamente a dinâmica da encarnação de um Deus que se faz povo com o povo, que se põe a caminho, raiz e fonte de inspiração de nosso carisma centenário. Celebramos também a generosidade da partilha de tantas pessoas que se solidarizaram com a fome dos pequeninos dessa região fazendo sua doação natalina.

Luzes e esperanças brotaram deste chão sagrado da espiritualidade e da memória e fecundaram nosso sim. As irmãs Miriam Spezia e Cristina Souza, ouvindo este grito Guarani Kaiowá, se disponibilizaram a responder ao apelo e logo passarão a integrar a irmandade de Dourados-MS.

Continuamos no caminho iniciado em 1915, alimentando o sonho da vida plena aos pequeninos da terra ferida. Contamos com sua sintonia e prece.