2015 está para sempre marcado como kairós para todas nós. Seguindo uma rica tradição, pela sexta vez as duas regiões missionárias nos encontramos, desta vez em Guatemala. O primeiro encontro foi em Guajitos. Muita emoção e partilha: de experiências, de regalitos, de comidas típicas. Juntas, conhecemos os trabalhos, os caminhos (ufff!) íngremes para chegar junto a quem mais necessita... Parabéns, Irmãs! Conhecer seu trabalho nos encheu de orgulho de sermos suas irmãs!
Outro ponto forte foi a visita ao lugar do assassinato e à sepultura de Mons. Juan José Gerardi, mártir da paz. Também não faltou a visita ao mercado central e a compra de lembrancinhas.
Mais uma surpresa: o passeio para o Lago Atitlán, com a beleza de encher olhos e coração! Vasta, deslumbrante e silenciosa beleza, apesar do turismo internacional, do comércio!
Do Atitlán seguimos para Zacualpa – terra de Mártires anônimos/as! O retiro foi no Centro de Pastoral Qanan Ulew (Mãe Terra), cuidado e dirigido pelas Irmãs Franciscanas de Santo Antônio.
No tempo da repressão militar, nos anos 80, a igreja paroquial foi tomada pelo exército, transformada em quartel e lugar de tortura das mulheres indígenas. Os homens eram torturados em salas anexas, hoje transformadas em capelas onde se venera a memória dos homens e mulheres que derramaram seu sangue pela liberdade, identidade e dignidade dos povos indígenas. O centro foi também o lugar de resgate. Aí foram exumados e identificados muitíssimos corpos que puderam ser chorados e sepultados pelos sobreviventes das famílias. Ainda hoje, o trabalho principal é o acompanhamento às famílias dos mártires e de ajuda, sobretudo aos jovens, a quem se oferece oportunidade de estudar e aprender uma profissão, com apoio de entidades estrangeiras.
O RETIRO – Neste ambiente martirial, testemunhal fizemos o retiro de 02 a 04 de agosto. O tema foi a misericórdia, como a vemos na Bíblia, como a viveram e ensinaram Francisco e Clara de Assis. Terezinha Sotopietra e Izaura foram as facilitadoras que nos abriram caminhos de reflexão, de meditação-contemplação e de oração. Nos ajudaram a entrar no clima da misericórdia vivida e testemunhada com sangue, na casa, Irmãs Clara e Nilvia e Juliana, uma sobrevivente “da grande tribulação”, além de toda a decoração da casa, os lugares de tortura transformados em lugares de memória e oração.
Voltamos a Guajitos dia 5, numa viagem-experiência-de-voar-e dançar sentadas, nesta estrada de montanha cheia de curvas fechadas e.... Graças a Deus, chegamos!
Dia 6, já foi a volta à Galileia (República Dominicana, San Luiz e Pueblo Nuevo). Ficaram Terezinha e Izaura, para viajar no dia seguinte ao Brasil.
O encontro valeu, valeu! Valeu o ambiente favorável à meditação e oração, ao descanso e ao encontro. Valeu estreitarmos os laços de irmandade e amizade entre nós. Valeu conhecer Gabriela (noviça) e sua família, Olívia (postulante) e, para muitas irmãs da Guatemala, conhecer Maria Luz, que é juniorista, dominicana.
Com a força deste pão, caminharemos mais 40 dias e 40 noites, isto é, o tempo que o Senhor da História achar necessário. Obrigada às Irmãs da Guatemala pela acolhida, pelas consultas, pelos remédios e pelas tostadas deliciosas. Guatemala deu mais cores a nossa caminhada.
Comentários
Muito bonito teu relato. Parabéns!
Voces contribuiram muito para colorir ainda mais este encontro.
Valeu!!!!
Espero que estejam bem.
Abracos
Abraço grande a você, que deixou bonitas marcas por lá. Visitamos a escola que vocês ajudaram a levantar e ser luz! Vimos a crianças e professoras trabalhando! Gente linda, onde o olhar é esperança!
Obrigada Maria, por este relatório. Revivi os tempos passados por ai.
Zacualpa- lugar sagrado e de muitas memórias.
A todas o meu abraço de paz carinho e muita esperança.