Escola de Perdão e Reconciliação= ESPERE
A convite do bispo auxiliar da Arquidiocese de Feira de Santana, nós: Irmã Helen Ohiemi(Missionária do Santo Rosário), Pe. Jorge Fontes, Rodolfo Suzarth(seminarista) e Iria Minosso(catequista Franciscana) tivemos a graça de participar do curso Justiça Restaurativa em São Mateus, ES, nos dias 27 a 30 de agosto de 2015. 40horas/curso.
As Escolas de Perdão e reconciliação (ESPERE) começaram em Bogotá, Colômbia, em 2001, junto a uma equipe com Leonel Narváez IMC, da Fundación para La Reconciliacón. A ESPERE-Brasil é uma rede nacional conecta com a rede internacional com princípios compartilhados, organizados em Núcleos que se congregam através da aplicação da ESPERE, respeitando e valorizando a diversidade regional e a especificidade de cada Núcleo.
Desde 2005, o Centro de Direitos Humanos e Educação Popular(CDHEP) de Campo Limpo, SP oferece ESPERE com fundamentos da Justiça Restaurativa, com o objetivo de transformar os conflitos, prevenir e superar a violência. É uma capacitação teórica e prática que contribui para o crescimento humano. Parte de uma visão positiva do conflito a ser trabalhado com comunicação-não-violenta, mediação e práticas de justiça restaurativa. A metodologia participativa considera as dimensões do ser humano: cognitiva, emocional, comportamental e espiritual. Convida-nos a prestar atenção às diferentes dimensões do nosso ser para compreender nossas atitudes, ações e reações. A formação em Perdão e Reconciliação atinge a dimensão da subjetividade combinada com a dimensão sócio-política. Com isso as pessoas são capacitadas a desenvolver um novo olhar sobre o perdão e a justiça, aprimorar as habilidades necessárias para uma convivência mais humana e menos violenta.
O Perdão é um processo e uma decisão pessoal de ver além dos limites da personalidade da outra pessoa, ver a sua essência em sua história pessoal. Com o perdão recuperamos o controle de nossa vida, superando os conflitos, restaurando danos emocionais e materiais. Para chegar ao perdão precisamos exercitar-nos na compaixão - sofrer com, aceitar-nos para compreender o outro, a outra, colocando-nos em seu lugar, na situação concreta em que ele ou ela se encontram.
Não significa mudar o comportamento dos outros. É ato interno, independente da pessoa agressora. Parte e acontece em mim, não exige comunicação verbal, antecede e é caminho para a reconciliação.
O processo humano de reconciliação exige a concordância da outra pessoa, nos coloca em conexão com ela. A compaixão nos leva a estender um ponto de confiança entre nós e as pessoas que nos cercam. Isto porque o ser humano é ser de cuidado e compaixão. Existir é co-existir = cuidar do semelhante, das criaturas todas. Ajuda-nos a renunciar a ter poder sobre elas, formando comunhão. A prática do Perdão e da reconciliação nos torna conscientes da raiva e do conflito presentes nas relações e nos dá a oportunidade do exercício para a superação e ou transformação do mesmo na pedagogia do: encarar, sentir, falar e refletir a respeito. Leva-nos a compreender a justa justiça para restaurar o dando, recuperar o mal feito e restabelecer a convivência entre as pessoas.
Pessoalmente o curso abrir uma perspectiva de um novo olhar sobre minha vida. Abriu um horizonte de possibilidades e fortaleceu o ânimo de continuar a colocar-me a serviço dos mais injustiçados em atitude de compaixão e misericórdia. Para mim representou um presente, uma graça de Deus que sempre me convida para algo a mais. Fico feliz em poder compartilhar com as co-irmãs, formandas, amigos e amigas e simpatizantes esta experiência enriquecedora. “Tudo é dom, tudo vem do incomensurável amor da Trindade de Ternura”!