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09 Fevereiro 2016
Casa Comum, nossa responsabilidade.

O Tempo da Quaresma é um tempo forte de conversão e penitência, jejum, caridade e oração. A Quaresma inicia-se na Quarta-feira de Cinzas e termina no Domingo de Ramos. No Brasil, há várias décadas, a celebração da Quaresma é enriquecida pela Campanha da Fraternidade que visa despertar a solidariedade dos seus fiéis e da sociedade em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos de solução.

Neste ano acontece a quarta Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE), assumida pelas das cinco Igrejas que integram o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), e somaram forças também: a Aliança de Batistas do Brasil, o Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (CESEEP) e a Visão Mundial. Outra novidade é a participação da Misereor, organização dos bispos católicos alemães para a cooperação e o desenvolvimento, que integrou-se nesse mutirão.

A cada ano é escolhido um tema, que define a realidade concreta a ser transformada, e um lema, que explicita em que direção se busca a transformação.O tema da CFE é “Casa comum, nossa responsabilidade”, e o lema, “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5.24). A temática dessa Campanha, colocamo-nos em sintonia com o Conselho Mundial de Igrejas e também com o Papa Francisco. Ambos têm chamado a atenção e feito denúncias com relação a ação destrutiva do atual modelo de desenvolvimento que está ameaçando a vida de muitas pessoas, em especial as mais pobres.

O objetivo geral da CFE visa assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum. Para tanto, propõe como objetivos específicos: 1. Unir Igrejas, diferentes expressões religiosas e pessoas de boa vontade na promoção da justiça e do direito ao saneamento básico; 2. Estimular o conhecimento da realidade local em relação aos serviços de saneamento básico; 3. Incentivar o consumo responsável dos dons da natureza, principalmente da água; 4. Apoiar e incentivar os municípios para que elaborem e executem o seu Plano de Saneamento Básico; 5. Desenvolver a consciência de que políticas públicas na área de saneamento básico apenas se tornarão realidade pelo trabalho e esforço em conjunto; 6. Denunciar a privatização dos serviços de saneamento básico, pois eles devem ser política pública como obrigação do Estado; 7. Desenvolver a compreensão da relação entre ecumenismo, fidelidade à proposta cristã e envolvimento com as necessidades humanas básicas.

O clamor pelo cuidado da Casa Comum é grande. Não podemos viver indiferente, é responsabilidade nossa. O Papa Francisco através da Encíclica “Laudato Sí”, é a voz profética que clama para que assumamos o desafio de proteger a Casa Comum unindo-nos por um desenvolvimento sustentável e integral.

Conforme o hino da CFE “vivemos o tempo favorável, da conversão que te faz mais feliz: da construção de um mundo sustentável, ‘Casa Comum’ é teu Senhor quem diz: quero ver, como fonte o direito a brotar, a gestar tempo novo: e a justiça, qual rio em seu leito, dar mais vida pra vida do povo”. E continua: “Justiça e paz, saúde e amor têm pressa... O saneamento de um lugar começa por sanear o próprio coração”.

Por fim, transcrevo o apelo que Papa Francisco faz a cada um/a de nós diante da responsabilidade e do cuidado com a Casa Comum (Laudato Sí 13): “O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a fa­mília humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coi­sas podem mudar. O Criador não nos abandona, nunca recua no seu projeto de amor, nem Se ar­repende de nos ter criado. A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum. Desejo agradecer, encorajar e manifestar apreço a quantos, nos mais variados setores da atividade humana, estão a trabalhar para garantir a proteção da casa que partilha­mos. Uma especial gratidão é devida àqueles que lutam, com vigor, por resolver as dramáticas consequências da degradação ambiental na vida dos mais pobres do mundo. Os jovens exigem de nós uma mudança; interrogam-se como se pode pretender construir um futuro melhor, sem pen­sar na crise do meio ambiente e nos sofrimentos dos excluídos”.

 

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmã Ivonete Gardini

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Marlene dos Santos e Rosali Ines Paloschi.
Arte: Lenita Gripa

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