Sou a serva do Senhor, disse a pequena Maria de Nazaré. Queremos ficar sempre, disse Maria Avosani! Sim, em Nazaré, sim em Rodeio 50! Sim-ruptura aqui, como lá! Rompem-se as cadeias da opressão no esmagado Israel; rompe-se o domínio masculino, nas escolas das comunidades do interior.
“Dentro da noite escura da terra dura do povo meu / nasce uma luz radiante no peito errante, já amanheceu!”, canta o poeta popular. “O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz” (Is 9,2), proclama o profeta do servo sofredor. É o Sol da Justiça que acorda a esperança e aquece a resistência! Os colonos de Rodeio que viam seus filhos/as crescerem sem a luz do saber veem acender-se inédito farol: jovens mulheres que se dispõem a entregar sua vida, para sempre, no serviço da educação e catequese nas esquecidas escolas das comunidades rurais. Maria Avosani é porta-voz do grupo da primeira hora: “queremos ficar sempre”!
Há mais de 2000 anos a luz nascida do Sim de Maria de Nazaré, continua rompendo noites, iluminando caminhos, convocando! Há 101 anos, um Sim para sempre, fez eco ao milenar sim e segue sendo resposta que faz história, em pequenas luzes que se vão acendendo: na educação da fé e para o livre e consciente exercício da cidadania; na proximidade com os pobres, os enfermos, na defesa e promoção da vida; somando na construção de uma sociedade justa e solidária; somando na criação de uma cultura da paz, do cuidado e reverência com a mãe e irmã terra.
Maria de Nazaré enfrentou a sociedade patriarcal-machista que a condenava a morrer apedrejada; ela resistiu teimosamente confiando naquele que “olhou a humildade de sua serva”, para quem nada é impossível. Maria Avosani era apontada, juntamente com suas companheiras, como a ingênua que acreditava no impossível! Resistiu e exortava sua pequena grei a resistir: “vamos pra frente, alegres e contentes, esperando coisas melhores”.
Maria de Nazaré acompanhou a vida de seu Filho, intervindo quando julgava necessário para que, em sua missão, servisse fielmente ao Pai, acudindo as necessidades de seu povo. Foi companheira solidária ao pé da cruz, quando a maioria o havia abandonado. Maria Avosani, caminhou com seu povo e caminhou com as irmãs que o Senhor que lhe deu e confiou a seus cuidados. Visitava-as e as sustentava na dura batalha contra a incompreensão; alimentava com seu afeto quando o pão na mesa era escasso; encorajava a prosseguir, na tentação de voltar atrás... acompanhava-as na missão, abençoando da janela, quando as forças não lhe permitiam descer para o abraço de despedida e incentivo.
Maria Avosani, seguramente aprendeu de Maria de Nazaré a guardar e meditar “essas coisas” no coração. O sofrimento das crianças e jovens, dos colonos, o chamado vindo através de Frei Polycarpo, ela os fazia ressoar no coração amoroso, para amadurecer uma decisão que se lhe ia enraizando no coração: seguir as pegadas de Jesus até a cruz, abraçando-a com Ele e como Ele, no abraço ao pobre crucificado de seu tempo. E de segui-lo como fizeram Francisco e Clara, como já havia feito sua irmã Amábile. “De Maria de Nazaré Maria Avosani aprendeu os caminhos da fidelidade, na escuta de Deus e no compromisso com o povo” (CCGG 48).
Roga por nós, Santa Maria, Mãe de Deus!
Vela por nós, Maria Avosani, para sejamos criativamente fieis à inspiração primeira e não nos cansemos de semear a Palavra, de lançar a semente do carisma no chão onde chegarem nossos passos.
Comentários
Querida muita Luz na missão estamos unidas e vamos seguir Jesus até a Cruz e Ressurreição.
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