Motivada pelo lema: “Eis que estou fazendo uma coisa nova. E vocês não veem”?(Isaias.43,19), a VRC do Brasil esteve com os ouvidos e o coração voltados a Brasília nos dias 11 a 15/07, onde mais de 500 religiosos/as de todas as regionais da CRB se debruçaram na reflexão do tema: VIDA RELIGIOSA CONSAGRADA EM PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO.
Foi momento de graça e forte retomada da nossa missão profética. Algumas palavras de ordem marcaram a assembleia que a cada tempo cantava de forma orante: “Eis que estou fazendo uma coisa nova. E vocês não veem”?
E enquanto assim se cantava no início da assembleia em Brasília, no mesmo dia 11 de julho a Divina Ruah realizava uma “coisa nova” entre nós. Mais um passo na soma de forças na e para a missão acontecia em nosso meio, como resposta ao sonho que alimentamos de alargar passos, espaços mentes e corações. Neste mesmo dia a PSTMJ acolhia na comunidade do Sagrado em Rondonópolis, com um carinho imensurável, a querida irmã Zulmira Antônia Riquetti da PAMA para junto com as irmãs daquela irmandade fazer caminhada e receber os cuidados necessários à saúde, neste momento de sua vida.
Um passo sonhado e gestado na seriedade durante muitos meses e iluminado pela reflexão, rezas e diálogos, também acompanhado de dúvidas, medos e críticas mas com esperança confiante e certeza de que estamos no caminho sonhado e dando continuidade à intuição de Francisco no Testamento n. 14:
E depois que o Senhor me deu Irmãos ninguém me mostrou o que eu deveria fazer, mas o Altíssimo mesmo me revelou que eu devia Viver segundo a forma do santo Evangelho.
Como esta, quantas outras “coisas novas” a Divina Fonte da Vida estará querendo realizar entre nós. E o Profeta nos pergunta: “e vocês não veem”?
Em tempos de transformação da VRC, os sinais são muitos, os apelos e provocações constantes e nos pedem uma profecia capaz de cuidar da vida em todas as suas formas e dimensões, sem perder de vista o nosso Ponto de Partida.
Para nós da PAMA não tem sido tão fácil e simples tomar esta decisão e administrar afetivamente esta aparente perda. A irmã Zulmira se tornou ao longo dos anos um “Símbolo” para todas nós e para as muitas comunidades por onde passou. Sua postura profética e coerente, sua alegria, abnegação e respeito ao diferente mas sobretudo seu espírito franciscano de minoridade, contemplação e de proximidade e configuração com o Cristo Pobre, marcou profundamente a vida de todas nós e do povo por onde trilhou e deixou seu testemunho. Isto nos provoca a continuarmos sendo aqui neste solo sagrado, a seu exemplo, mulheres do povo.
Com o coração cheio de gratidão nós irmãs da PAMA reconhecemos o gesto acolhedor, terno, corajoso e generoso da Província Santa Tereza do menino Jesus e de público agradecemos e elogiamos tamanha sensibilidade e abertura ao novo. É assim que ensaiamos e operacionalizamos o conteúdo que assumimos nas Linhas Inspiradoras e, com certeza, nos Planos Provinciais. Para podermos vivenciar o que assumimos: “Dai-nos Ousadia, Divina Ruah... nos dá profecia, Divina Ruah...”
Obrigada de coração à querida Província Santa Tereza do Menino Jesus através da coordenação compartilhada, das irmãs do Sagrado-sobretudo as que tem a responsabilidade de cuidar da vida das nossas irmãs mais fragilizadas-e obrigada às irmãs da PAMA que apoiam os novos passos que juntas queremos assumir. “Tudo e graça, Deus da Vida, Deus do Amor”!
Abraço de Paz e Bem!
Comentários
Com carinho
Irmã Eliza
Sim, foram momentos de forte emoções...coraç ão acelerado...lág rimas teimosas rolando pelas faces...indagaç ões sem muitas respostas. Podemos calcular o quanto foi sofrido para a PAMA esta decisão, esta aparente ruptura. Maristela, Isabel e todas que a acompanharam mais de perto que o digam. Mas esta é uma prova cabal de que não somos propriedade de ninguém e somos de fato peregrinas em qualquer circunstância. Amamos e somos amadas aqui ou acolá. Acolhemos a Zuzu de coração aberto com a disposição de amar e cuidar com todo o carinho que ela merece.Um beijo terno e carinhoso.
Filha de Francisco e Clara, peregrina sempre, estará em sua casa, onde quer que se encontre. Está em sua casa - uma casa de irmãs evangelicamente acolhedoras.
Abraço Zulmira!
É realmente dolorosa esta aparente perda. Para nós da família, que sempre respeitamos a decisão da tia de permanecer em províncias mais distantes, agora nos traz ainda mais angústia está distância física. Contudo, estamos em sintonia.
Graças às novas tecnologias e à paciência e carinho das irmãs que a acolhem pudemos reduzir as barreiras do tempo e do espaço e ter notícias instantâneas.
Peço a Deus que tenha misericórdia da tia Zuzu. Louvo pela missão que ainda não findou, e agradeço ao apoio de toda a congregação à esta vida tão preciosa. Que São Francisco as ilumine sempre mais, um dia de cada vez, e que Nossa Senhora ampare e dê forças a todas. Abraço fraterno!
Rosane Richetti, sobrinha da Zuzu, minha melhor tia.