“É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa. Mas graça das graças é não desistir nunca.” (Dom Hélder Câmara)
Nos dias 01 e 02 de Abril de 2017, em Rodeio-SC, realizou-se a VI Caminhada Franciscana da Juventude, com o tema: “Eis que Ele vai passar” (1Rs. 19,11). Contou com a presença de 573 jovens inscritos, sendo que depois este número aumentou a maioria já fizeram esta experiência. Já para nós noviças esta foi a primeira Caminhada Franciscana da Juventude, além de nós participaram as nossas irmãs: Cecília Mensor, Ivonete Gardini, Marisa Scheid, Marlene Eggert e a vocacionada Charlene, de Laurentino - SC.
O percurso feito foi de 35km sendo intercalado por cinco Oásis: Casa do Oleiro - neste Oásis destacamos a experiência enriquecedora da luta contra os vícios da vida e como é importante a força interior, e o desejo de se libertar, como aqueles homens que lá estavam.
O caminho dos Anjos - foi encantador a presença carinhosa e a humildade das pessoas que eram tão atenciosas e acolhedoras conosco, e cada uma delas estavam representadas pelos anjos no decorrer do caminho, simbolizando a gratidão do seu Paulo Notari, um agricultor que por meio dos Anjos e do Cristo feito de gesso expressava o agradecimento pelas graças recebidas.
Este caminho vinha trazendo ao nosso encontro o profeta Elias que no cansaço recebeu a visita do anjo que dizia: “Levanta-te e come, pois o caminho é longo...” (1Rs 19,7). E com coragem chegamos a Comunidade do Ipiranga que nos acolheu com grande alegria. Haviam preparado um saboroso almoço, tínhamos banheiros e um lugar para descansar e renovar as nossas energias, pois o caminho até o Eremitério Bem Aventurado Egídio de Assis só começava... Um caminho longo que as pernas pareciam que não iam dar conta, mesmo assim o nosso desejo e esforço para chegar era maior e nos impulsionava a continuar.
Antes de entrar no Eremitério tivemos uma parada, recebemos uma blusa e esta teve todo um significado, que vai além de uma blusa, pois nós fomos convidadas a usar o capuz que nela tinha como nossa cela, e assim lá no eremitério fazer o encontro entre Deus e eu. E foi possível e surpreendente estar ali, quase 600 jovens, perceber o silencio presente, e como o profeta Elias podemos sentir a brisa suave a nos envolver. Uma atitude de gratidão nos envolvia por tamanha experiência: estar ali naquela montanha e contemplar a presença da Divina Fonte da Vida presente na criação.
Foi uma surpresa para nós saber que iriamos descer todo aquele caminho de volta até a igreja do Ipiranga, porém não foi apenas descer, nós recebemos velas e iluminamos o caminho, e no decorrer íamos rezando e meditando o terço. Era um voltar para realidade, nos sentimos como os discípulos, com vontade de construir tendas e lá permanecer, mas seria egoísmo nosso, não descer, pois tamanha experiência precisava ser compartilhada, com nossas irmãs que na nossa Casa Mãe nos esperávamos ansiosamente, como as demais famílias esperavam os jovens que iam acolher.
Na madrugada do segundo dia por volta das quatro horas da madrugada, Rodeio despertou. As irmãs e cada família despertaram também, pois teríamos que caminhar 9 km até o quarto Oásis. Ainda mais desafiador foi andar uns bons quilômetros dentro de trilhas da Igreja do Ipiranga em direção a Capela São Virgílio – Rodeio 50. Este caminho foi árduo, pois encontramos lodo, caminho escorregadio, montanhas com precipícios. A nossa perseverança nos deu animo para continuar, e maior que a nossa foi a persistência de três jovens portadores de deficiência física que venceram todos os limites: a jovem Michele de Gaspar – SC, que fez todo o trajeto apoiada nas muletas; o jovem Alcinei de Chopinzinho – PR, com deficiência visual e Cristian de Concórdia – SC, com dificuldade de locomoção.
Vencemos os desafios e chegamos na Comunidade São Virgílio, lugar este que como os demais nos receberam com fogos, com grande alegria, ânimo, cantando e nos ofereceram um delicioso café feito com carinho e dedicação, por toda a comunidade. No salão encontramos a arvore das virtudes, fomos convidadas a pegar um fruto com uma virtude para vivenciar durante toda a vida. Ao dirigirmos a igreja um grupo de jovens de Balneário de Camboriú, aguardava para apresentar a peça teatral “O canto das Irias”, que expressava com nos deixamos levar pelas ilusões do mundo, e como o Senhor nos ama, acolhe e nos deixa livre para estar e permanecer com Ele.
Prosseguimos a caminhada, com cansaço e o desejo de chegar, mas havia outro Oásis, nossa Casa Mãe – berço da Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas, lugar este que para nós tem um expressivo significado, pois daqui emana a força do nosso Carisma. Este momento foi emocionante, vendo a alegria no rosto de cada irmã que entoando cantos nos acolhiam, nossas irmãs idosas resplandecendo entusiasmos e emoção com cada jovem que lhe saudavam. Destacamos fortemente a alegria, própria de nosso ser franciscana, encontrada em cada irmã ai presente, alegria esta que já havíamos sentido em Rodeio 50 no encontro com as irmãs e ao ver lá a casa do Sim.
A culminância de nossa caminhada foi com a Celebração Eucarística na Igreja Matriz São Francisco de Assis. Destacamos como momento forte de grande emoção o ato penitencial, em que a Vida Religiosa Consagrada presente foi convidada a lavar os pés de todos os jovens que ali estava num gesto de servir. Após a celebração a comunidade ofereceu o almoço servindo deliciosas lasanhas.
No decorrer da caminhada, apreciamos e contemplamos: a beleza da natureza presente nas árvores, no barulho da água da chuva, das cascatas, dos córregos, no perfume das flores, na brisa suave, na natureza como um todo; também gestos de solidariedade e cuidado com a/o outra/o; as famílias ao longo do caminho animando e encorajando... pequenos detalhes que fizeram a diferença.
Agradecemos ao Deus da Vida por nos ter dado a graça de vivenciar esta experiência enriquecedora que vem ao encontro com a nossa caminhada no noviciado. A Ele nossa gratidão!
"Onde os olhos não pode chegar, caminhando se chega lá".
Obs: outras fotos você encontra no facebook Cicaf Geral
Comentários
Confesso que fiquei emocionada em saber que minha comunidade de origem (Ipiranga) se envolveu nesta história, bonita por demais! Ali vivi desde os 3 até 12 anos de idade. Ali nasceu a vocação de ser Ir. Catequista Franciscana. Ali até hoje moram dois irmãos e duas irmãs com a família.
Grande abraço de Paz e bem!
Que esta caminhada seja incentivo para continuar fortalecer o Carisma
Francisclariano
Gostei muito da animação. Foi uma bênção para a nossa casa mãe
Grande abraço com carinho
Graças a Deus, eu estava lá e tive a oportunidade de apreciar um pouquinho a vibração de vocês e demais participantes.
Um abraço grande com muita paz no coração.