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10 Abril 2017
Concretizando o Cuidado de nossa Casa Comum

Nestes 70 anos de missão no Mato Grosso e mais precisamente em Fátima de São Lourenço, queremos ressignificar nossa missão, incluindo um projeto concreto francisclariano de cuidado e proteção da nossa Casa Comum.

Para isso, a Província Santa Teresa do Menino Jesus, através da irmandade de Fátima de São Lourenço já realizou o segundo planejamento nos dias 03 a 05 de abril, tendo em vista a sustentabilidade do nosso sítio. Participam desse processo a irmandade de Fátima com seus três funcionários, mais algumas irmãs e pessoas interessadas. O Assessor que nos orienta é o Agrônomo Carlos Henrique Bonsi da empresa A.M.E.O. Brasil (Ações para um Mundo Ecologicamente Organizado).  

O nosso objetivo é produzir para o consumo das irmandades vizinhas, vender o excedente de maneira informal visando a manutenção do nosso projeto comum, bem como abrir para a visita de desfrute do espaço turístico e aprendizado da prática da agroecologia.

Neste projeto adotamos uma nova tecnologia de produção agroecológica - a agricultura sintrópica.

O que é a agricultura sintrópica? - Esta tecnologia foi criada por Ernst Gotsch, agricultor e pesquisador suíço que emigrou para o Brasil no começo da década de 80 e se estabeleceu em uma fazenda na zona cacaueira do sul da Bahia. Seu primeiro objetivo foi pesquisar de onde vinha a doença dos cacueiros  e, desde então, vem desenvolvendo técnicas de recuperação de solos por métodos de plantio que imitam a regeneração natural de florestas.

Sintropia é o contrário da entropia. A agricultura moderna com as técnicas normalmente adotadas leva à deterioração dos solos que precisam cada vez mais de adubos químicos e venenos. O paradigma de Gotsch é científico. Sua teoria vai na contramão dessa lógica capitalista depredadora,  produzindo de maneira orgânica, mantendo assim a vitalidade do solo. Se a gente depreda, vai contra a natureza. A agrofloresta vai a favor da natureza; representa uma sustentabilidade maior; dificulta a criação de microorganismos e pragas da lavoura.

Na agrofloresta convivem várias espécies de plantas. Dessa forma, cai por terra a ideia antiga de que para plantar alimentos é preciso desmatar. A produção também é constante, já que no local há culturas de diversos ciclos, ou seja, com colheitas em várias épocas. Isso é interessante para o produtor e mostra que a agricultura sintrópica é viável economicamente.

Hoje quando a terra está cansada, ou se abandona, ou se joga adubo artificial. Se for deixado o adubo natural, e a cada ano teremos mais energia acumulada e maior produção. O potássio, que é importado, é um insumo necessário para adubar a terra. Na agricultura sintrópica o potássio é produzido naturalmente. Obs. Para conhecer mais sobre agricultura sintrópica, consultar no Google.

Em nosso sítio, de agora em diante todos os setores primarão pela produção orgânica: aves poedeiras e de corte, gado e derivados de leite, porcos, pomar, pastagens, espécies agroflorestais de frutas, madeiras de lei, plantas de ciclos curtos e a preservação do cerrado.  

Até agora já houve um curso sobre plantio de bananas e criação de aves e as duas etapas de planejamento sobre a sustentabilidade do sítio. Cada curso tem seu aspecto teórico e prático em que se analisa e projeta o melhoramento do terreno e/ou das instalações. Até agora foram avaliadas as instalações do galinheiro, planejados na própria área a revitalização e o piqueteamento dos pastos, a revitalização e a distribuição das plantas a serem plantadas no pomar. Outras etapas e cursos sobre uma determinada produção já estão previstos.

É nossa intenção registrar a área intacta de cerrado como Área de Preservação Permanente (APP) e serão abertas trilhas para pesquisas. Queremos fazer do nosso espaço uma escola de aprendizado da Agricultura Sintrópica e num futuro próximo, abrir para a pesquisa de agricultores familiares e universitários.

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Anita David – pela equipe do projeto

Comentários  

#2 Ana Lúcia Corbani 10-04-2017 22:04
Valha-me Deus! Eu quase nem estou acreditando no que li acima! Que coisa linda! Bem, imagino que, com exceção do Horto em Rodeio, que tem um viés peculiar, esta iniciativa seja a primeira em agroecológica efetiva em terras da congregação. Parabéns! Que a Divina Sabedoria continue alumiando nossas irmãs, para que a lucidez e a ousadia não sejam vencidas pela insegurança e o medo de ousar fazer diferente! Vamos abraçar de verdade a campanha: "Sem Cerrado, Sem Água, Sem Vida"!
#1 Marilete Rover 10-04-2017 20:15
Valeu Anita! Fico feliz de ver a realização deste lindo projeto para nós e todos os seres criados.parabén s a todas(os) por esta iniciativa e realização.
Animo e coragem.

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