“Também vou com vocês, pois Deus, nosso Deus é muito cordial". (Liduína Venturi)
Os dias 01 a 11 de abril, foram esperados com alegria, ansiedade, entusiasmo, desejo de conhecer além do que já sabíamos da nossa história, beber na fonte, estar no lugar sagrado, trilhar o caminho da nossa origem, estar onde nossas primeiras irmãs deram e vivenciaram seu SIM.
A experiência enriquecedora da Caminhada Franciscana da Juventude, foi como uma base para tudo que iríamos vivenciar no decorrer destes dias. Com irmã Ivonete, na Casa Mãe partilhamos um pouco de como está sendo nossa vivência do noviciado, nossos sentimentos, os desafios, o crescimento, abertura e acolhida do diferente... Foi um momento de retomar os nossos oito meses de caminhada.
Com a presença de irmã Izaura continuamos a beber na fonte da nossa história, envolvendo nosso corpo, mente, vontade e coração, a partir do itinerário que por ela fomos convidadas a percorrer. A Casa Mãe foi para nós como no início para as primeiras irmãs: ponto de partida e ponto de chegada.
Com a disponibilidade de irmã Marlene Chiudini que foi nos buscar na Casa Mãe, partimos para a casa do irmão. Quem seria este irmão? Nós não sabíamos, então esse era o questionamento que fazíamos... Na viagem até a casa do irmão, contemplamos o caminho que nossas irmãs andaram de trem, barco e a pé... Só com coragem e confiança em Deus! Admirávamos tamanha ousadia, pois aquela distância era longa, e maior ainda era o desejo delas, de servirem e atenderem o clamor do povo.
Chegamos a casa do irmão, o Asilo Luiz Bertoli, em Rio do Oeste – SC, administrado pelas Irmãs do Instituto das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada. Que surpresa para nós, encontrar nesta realidade pessoas que doaram sua vida e hoje estão lá, alguns até em situação de abandono. Um asilo com 110 pessoas, sendo alguns jovens com necessidades especiais, problemas psíquicos. Admiramos o cuidado, o amor e a dedicação com que cada funcionário e funcionária realizava seu trabalho. Estar ali e contemplar o rosto de Deus em cada um, tocar neles e nos comunicar apenas pelo olhar, poder enxergar a alegria deles em nos ver e ao mesmo tempo nos sentirmos inúteis, pois eles pediam algo a mais e nós nada podíamos fazer.
E neste ambiente encontramos pessoas que são como anjos, contribuindo para que a vida dos outros seja mais agradável. A assistente social Fabiana, que nos acompanhou nesta visita, apresentava para nós, em detalhes, aquela realidade. Em seguida fomos acolhidas na clausura das irmãs que realizam está missão. Lá partilhamos a vida com muita alegria!
Indo em direção a Laurentino, não podíamos deixar de passar na Gruta do Tigre, lugar este que tem toda uma história, pois, por muito tempo foi a casa dos nossos irmãos indígenas. Naquele silêncio e beleza da nossa Mãe Natureza fizemos nossa oração do fim da tarde. Seguimos viagem até a nossa Casa da Expansão Missionária. Chegar lá foi uma alegria para nós e para as irmãs que nos acolhiam. O tempo foi pouco, porém intenso na sua importância e no ver como nossas co-irmãs cuidam umas das outras e da nossa casa que neste ano celebra seu centenário.
Continuando nosso trajeto. Paramos na Sede Provincial da PSCA e o prazer das irmãs em nos acolher, conhecer, e rever foi gratificante. Juntas compartilhamos a vida. Na despedida as irmãs nos encorajaram, ressaltando a importância do desprender-se de tudo para seguir Jesus Cristo, com Fé, porque sem ela não somos nada, não chegamos a lugar nenhum.
Banhadas pelo espírito missionário regressamos a Casa Mãe, onde foi o lugar central destes dias. Chegamos no início da noite. Na manhã seguinte vivenciamos um momento ainda mais profundo, com as irmãs da Fraternidade Paz e Bem. Quão significativo foi poder ouvir nossas irmãs, brincar, cantar, rir, nos divertir com elas, conhecer e perguntar como era a formação, quantas eram no noviciado, as dificuldades que tinham, a força de vontade de ser irmã, a doação e o amor de viver com intensidade cada dia.
Na nossa trajetória não podíamos deixar de ir ao cemitério e lá agradecer as primeiras irmãs, que deram início a nossa história também as demais pessoas que colaboraram. E neste espirito rezamos e agradecemos por tudo.
Prosseguimos para Rodeio 50, lá onde está a casa do SIM. Local em que na voz de Madre Maria Avosani ecoou a frase que nos acompanha até hoje: “Um ano não, nós queremos ficar sempre!”. É um chão sagrado e por assim dizer exige de nós desamarrar as sandálias e sentir o quão importante é ele, naquele silêncio foi possível fazer um retiro, retomar e contemplar o nosso SIM. E ao mesmo tempo pedir a intercessão delas por todo o movimento que está acontecendo em nossa Congregação. Tivemos um momento de convivência com as irmãs, partilhando sua vocação e os desafios que enfrentaram para assumir esta opção de vida.
Alimentadas pela mística da casa do SIM, avançamos no nosso itinerário rumo ao Rodeio Doze na companhia da Irmã Maria Tschá. As irmãs nos esperavam com muito carinho, naquela casa pequena, mas com coração grande! E como foi gostoso o aconchego, a simplicidade, a dedicação e o amor a missão naquele lugar.
Retornamos ao nosso ponto de chegada, agraciadas por tudo o que vivemos. Culminamos nossa estadia em Rodeio, no quarto de Madre Maria Avosani, onde encontra-se objetos que fazem parte da nossa história. Esse momento foi para nós de grande valor, fortaleceu o desejo de perseverar no processo que estamos fazendo, interpeladas pela Divina Ruah, sentimos o apelo de ser irmãs do povo.
Seria impossível irmos embora sem agradecer às nossas irmãs pela acolhida, “pois nos sentimos como filhas na Casa da Mãe”. Como foi bom o incentivo e o testemunho de vossas palavras a nos encorajar para seguir em frente. Com o coração feliz por bebermos dessa fonte, ficamos com gostinho de querer voltar para contribuir nesta missão.
Dando continuidade ao nosso itinerário, partimos para a casa da unidade (Sede Geral). Onde fomos bem recebidas pelas irmãs. No dia seguinte participamos da procissão de Ramos na Catedral de Joinville, lembrando a entrada de Jesus em Jerusalém e o chamado de Santa Clara. Logo após a celebração fomos para casa do irmão de Irmã Marisa. Lá convivemos com a família que no espirito de partilha ofereceram um delicioso almoço.
No dia seguinte pela manhã nos sentamos com Irmã Izaura, ela nos introduziu no itinerário desta casa. Logo após fomos passando de sala em sala e cada uma das Irmãs ia explicando sua missão. É admirável a grande harmonia na forma como se organizam entre elas, desde os mais pequenos trabalhos aos mais exigentes. Para nós foi um aprendizado que carregaremos por onde formos. Ficou forte também o apelo de cuidarmos de nosso bem comum. Mais do que trabalho nesta casa, se desenvolve uma bonita missão como em toda fraternidade de nossa congregação. Sendo a casa da unidade é de lá que nos vem o exemplo pelo cuidado do que é nosso.
Nesta caminhada agradecemos ao Deus da Vida que inspirou nossa Irmã Izaura e as demais irmãs a nos dar está oportunidade de irmos até a Fonte de nossa história.
Como Amabile “sentimos em nosso coração o desejo de colaborar”.
Comentários
noviciado,,Meni nas.vocês tiveram uma belíssima visão de nossa Congregação do começo até hoje.Certamente esta experiencia fica profundamente arraigada em seus corações e irá ajudar na decisão final da opção de cada uma. Meus parabéns a quem teve esta feliz ideia ,a todas que colaboraram na realização e acima de tudo parabéns à vocês queridas jovens!.
Agradeço a Deus a oportunidade de ter vivido, em companhia das Noviças, das Irmãs e de tantas outras pessoas durante estes dias,.
Quero agradecer cada uma que possibilitou esta itinerância de 12 dias. Obrigada irmã Marisa por acolher a proposta e acompanhar o grupo neste "beber na Fonte", nas fonte de tantas águas que jorram de uma única e inesgotável fonte: Jesus Cristo a Fonte Viva que nos reúne e sacia nossas sedes. Ele é a Fonte que abastece todas as fontes que marcam nossa história e marcaram a caminhada do noviciado durante estes dias.
Estou certa que a sede saciada em cada uma não voltará mais pois, o sabor da água bebida estará sempre presente, porque se tornou fonte em cada uma de nós que pudemos viver estes dias partilhando nossas vidas.
Obrigada de coração à Província Imaculado Coração de Maria e Santa Clara pelo testemunho na acolhida e partilha da vida, dos dons e dos bens nos dias que estivemos com vocês.
Obrigada Irmã Ivonete pelo indispensável suporte e apoio nestes dias. Obrigada Alice, Andressa, Luana, Regina e Verônica pela acolhida da proposta e pela seriedade com a qual vocês vivenciaram cada momento. Tudo só aconteceu por causa de vocês. Desejo que Aquele que as convidou as fortaleça cada dia na caminhada para que possam ser fiéis ao Chamado onde quer que forem enviadas.
Continue. Tudo vale a pena! Deus sempre nos dá forças.
Um abraço bem carinhoso .