Em novembro, mês em que comemoramos o dia de combate à violência contra as mulheres, nossa fraternidade marcou presença em dois eventos. O primeiro foi a comemoração dos 15 anos do Fórum de Direitos da Mulher de Duque de Caxias, RJ, que aconteceu no dia 24 de novembro de 2017.
Foi momento de recordar a longa história da luta das mulheres deste município pela igualdade de direitos e reconhecimento de sua dignidade. A própria criação do Fórum foi resultado de muitas lutas anteriores. Os nomes de algumas mulheres que se destacaram ao longo da caminhada foram lembrados.
Nessa recordação foi mencionada a participação das Irmãs Catequistas Franciscanas e, de maneira especial, de Irmã Maria Lunardi, que foi uma das fundadoras do Fórum. É gratificante o reconhecimento, porém, a alegria maior é perceber o quanto tem sido significativa a participação das Irmãs Catequistas Franciscanas na luta das mulheres. Em diferentes momentos, cada uma com seus dons tem contribuído para a causa das mulheres.
O evento criou espaço também para refletir sobre a grave situação atual da Rede de Atendimento à Mulher em Situação de Violência. O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher está suspenso desde o início deste ano, por divergências entre a representação do governo e a sociedade civil.
Em 2015, foi criado o 1º Plano Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, mas não há como garantir sua implementação sem o funcionamento do Conselho. O atual governo não se compromete com nada, e ainda persegue as lideranças dos movimentos de mulheres.
A palavra de ordem do Seminário foi: POR ELAS, POR NÓS E PELAS QUE VIRÃO, RESISTIREMOS! Interessante perceber a palavra das estudiosas do tema, mas também das mulheres dos meios populares, que não desistem de lutar, com coragem e ousadia.
O segundo evento foi o seminário anual promovido pelo Centro de Defesa da Vida Irmã Hedwiges Rossi (CDVida), que aconteceu no dia 29 de novembro e teve como tema: Desafios e possibilidades da Rede de Atendimento à Mulher em situação de violência, de Duque de Caxias. Nessa ocasião, estavam conosco Irmã Inês Magagnin e a simpatizante do carisma de Florianópolis, Maria Elisa.
Marcaram presença representantes das diversas entidades que trabalham no enfrentamento à violência contra a mulher. Foram apresentadas as dificuldades pelas quais passam essas entidades, a complexidade da demanda e a falta de vontade política para que a Rede de fato funcione.
A especialista em Políticas Públicas para Mulheres, Adriana Mota, lembrou as especificidades da violência de gênero: é uma violência praticada por alguém com quem se compartilha a vida e a intimidade, diferente, portanto, da violência urbana em geral, praticada por alguém com quem não se tem nenhuma ligação afetiva; os números são alarmantes; os motivos alegados são banais e expressam uma cultura em que o homem sente-se dono da mulher; a violência contra as mulheres vai da infância à velhice.
Terminando sua fala, enfatizou "Nenhuma política setorial isolada irá vencer a violência contra as mulheres". Continuemos, portanto, cada uma e cada um, dentro de suas possibilidades, contribuindo para um mundo de verdadeira igualdade de direitos para todas as pessoas.
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Um abraço.
Eliza