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17 Abril 2018
“Justiça, Terra e Paz para os Povos Indígenas”

A Semana dos povos Indígenas deste ano traz a reflexão da interligação entre justiça, terra e paz. Tudo está interligado, a paz é fruto da justiça. A Terra, “Casa Comum” é o espaço em que se vive a paz e a justiça numa relação de interdependência e reciprocidade. Quem nos aponta para esse novo paradigma é o jeito de ser e viver dos povos indígenas, Fonte do Bem Viver numa sociedade capitalista que vem exaurindo e privatizando todos os recursos naturais. Tal maneira de viver e tecer relações vai gestando um modelo de vida insustentável que impõe aos seres vivos e cosmológicos um ambiente opressor, poluído e de morte.

Mística, Profecia e Resistência

Os recursos naturais seguem sendo privatizados e exauridos pelos megaprojetos (agronegócio, mineração, barragens, hidrelétricas, ferrovias, hidrovias, portos) que se instalam especialmente nos biomas da Amazônia e Cerrado ocasionando a destruição de toda forma plural de vida que neles habitam. A atual conjuntura politica, social, econômica e o sistema judiciário a serviço das grandes corporações, ameaça os direitos já conquistados e garantidos pela Constituição/1988 tornando os povos indígenas cada vez mais vulneráveis e desassistidos em questões básicas como territorialidade, saúde e segurança alimentar. “Por isso, entre os pobres mais abandonados e maltratados, conta-se a nossa terra oprimida e devastada, que “geme e sofre as dores do parto” (Rm 8,22), escreve o Papa Francisco na encíclica Laudato Si.

Esperança Organizada, Teimosia Renovada

Os povos originários são mestres da resistência na luta pela justiça, igualdade e no cuidado da casa comum. Organizam-se e não desistem de lutar, recorrendo a todas as instâncias nacionais e aos organismos internacionais de defesa dos direitos humanos. A memória dos antepassados cultuada em seus cantos, danças, ritos e pintura corporal lhes garantem a mística da resistência e da resiliência, pois não se curvam à violência, ao descarte, à exclusão e à mercantilização de seus territórios, impostas pela sociedade considerada como “desenvolvida”.

Temos diante de nós o desafio de viver solidariamente na defesa da vida do planeta e dos mais pobres, em defesa de uma ecologia integral que nos é proposta pela Laudato Si, pela Rede Eclesial Pan-Amazônica, REPAM-BRASIL, que busca intensificar e fortalecer iniciativas socioambientais da Igreja e da sociedade civil na Amazônia, possibilitando o intercâmbio de saberes e ações caracterizando o trabalho em REDE. O Fórum Mundial Alternativo da Água – FAMA - devolve-nos a esperança de lutar contra a mercantilização e privatização dos mananciais, aquíferos, nascentes, poços, veredas, lençóis freáticos, igarapés, estuários, mares e oceanos, “porque são seres sagrados, todas as águas são uma só água em permanente movimento e transformação. A água é entidade viva, e merece ser respeitada” (Declaração Final do FAMA).

Em Rede nos encontramos como Irmãs Catequistas Franciscanas movidas pelo Espírito de Clara e Francisco, tocamos a ferida da humanidade e da criação com nossa presença missionária e nos comprometemos a lutar pela justiça e pela paz ao “ampliar as iniciativas de atuação em redes e parcerias entre províncias, congregações, entidades e movimentos sociais afins” (Linhas Inspiradoras -2013-2018).

Que a Divina Fonte da Vida nos inspire, devolva-nos o olhar esperançoso, o olhar cuidadoso, o ardor missionário que aquece o coração e impulsiona novos passos ao encontro do OUTRO, das realidades e situações onde a urgência é a defesa da vida ameaçada.

Na Semana dos Povos Indígenas de 15 a 22 de abril convidamos a todas a se unirem na ciranda da comunhão das diferenças, de cores, saberes, sabores e lutas, para organizar a ESPERANÇA ao beber das espiritualidades que nos irmanam e inspiram a acreditar que o BEM VIVER é possível. Vamos acertar o passo envolvidas pela alegria pascal:

“ Eu canto forte esta canção que encerra a comunhão da terra

Pela soma dos quintais. Mas me pergunto ao Criador que fez a gente

Por que assim tão diferentes. Pra sermos iguais?”

 

 

LEGENDA DA FOTO :  Povo Aiweara Surui - Aldeia Sororó- Marabá-PA
FONTE DE PESQUISA: Encarte Semana dos Povos Indígenas- 2018  - CIMI - Conselho Indigenista Missionário- 

 

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmãs: Maria Lucelia Araujo da Silva e Zélia Maria Batista.

Comentários  

#2 Lucia Gianesini 20-04-2018 08:32
Assim Nhanderu falará com os numerosos lideres: "Procurem um lugar para meus filhos e filhas onde possam semear seus cultivos, para que as mulheres coloquem seus pés nele e para que as pequenas flores da terra se formem para alimento das criaturas!" Grande lição de vida dos povos originários para a vivência do nosso carisma!
Agradecemos, Lucélia e Zélia, pela partilha tão generosa e profunda!
O nosso abraço carinhoso!
#1 Maria Fachini 17-04-2018 23:33
Justicia y paz, respeto libertad para los pueblos indígenas, nuestros ancestros y maestros en el arte de bien vivir.
Gracias, Lucelia y Zélia por ayudarnos a reflexionar.
Un abrazo

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