Em tempos de sínodo panamazônico, em que se busca construir uma igreja com rosto amazônico, nós, as irmãs e noviças do núcleo Manauara nos encontramos nos dia 17-19 de julho de 2018 na cidade de Manaus-AM para a partilha da vida e missão, escuta dos clamores da realidade, discernimento de nossa presença e atuação.
As irmandades de Manaquiri, Manaus e São Gabriel da Cachoeira-AM fizeram a partilha da vida, da missão assumida e do processo formativo das jovens aspirantes e noviças. Acolhemos os desafios vivenciados na pastoral e na educação, tais como: a violência, dependência química, formação de lideranças, juventudes, mulheres, presença nas comunidades ribeirinhas, manutenção das irmãs e da missão; A acolhida e acompanhamento das jovens em sua diversidade cultural também nos inquieta e provoca à vivência da interculturalidade, os diferentes sabores, saberes, línguas, acompanhamento humano, exigindo de todas nós estudo e reflexão nas questões antropológicas, da espiritualidade e formação humana.
Sentimos necessidade de continuar investindo na prática do planejamento, avaliação e comunicação, partilha da vida, isso de forma sistemática e cotidiana na prática do diálogo e da escuta, gerando mais leveza na convivência, liberdade e sentido de pertença.
Retomamos as avaliações do ano capitular da província e congregação, abrindo-nos para o novo que se desponta no horizonte congregacional. Sentimos a urgência de dar novos e corajosos passos na reorganização em vista da vida-missão.
A partilha das celebrações da consagração definitiva das irmãs Angélica, Francinete e Nadilza nos aqueceram o coração na memória do encontro com o povo, os familiares das irmãs e a acolhida das comunidades. Sentimos que, para estes momentos se faz necessário crescer no processo de articulação, comunicação e produção de material vocacional.
Com alegria acolhemos os nomes das jovens vocacionadas que já se apresentaram e estão sendo acompanhadas na região. As distâncias dificultam o acompanhamento mais efetivo das vocacionadas, mas precisamos continuar insistindo e buscando novas formas.
A presença das noviças neste ultimo mês de noviciado trouxe a riqueza da alegria, entusiasmo e abertura para o novo. A partilha de cada uma sobre o processo formativo nos aponta para a necessidade de dar o tempo necessário, cultivar a paciência, o respeito, persistência, diálogo intercultural, bem como insistir nos espaços formativos de missão nas realidades de fronteiras geográficas, culturais e existenciais.
Cremos na semente plantada que germina nestas terras, nas vocações à vida religiosa consagrada, nas lideranças, no fortalecimento das comunidades, na defesa e cuidado da vida. Pedimos que a Divina Ruah nos conduza pelos rios, ruas e estradas nos dando ousadia e sabedoria.