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03 Setembro 2018
Visita à Aldeia Córrego Grande/MT
Dia 27 de agosto o professor Dr. Paulo A. M. Isaac com as Irmãs Maria Ossemer e Anita David visitaram a aldeia Córrego Grande do povo Boe Bororo, município de Santo Antônio do Leverger/MT, lugar onde irmã Maria conviveu 22 anos com os indígenas dedicando ao cuidado da vida e, sobretudo na educação escolar. Essa presença missionária foi registrada pelo professor Paulo Isaac baseada na crônica que irmã Maria escreveu.

O objetivo dessa visita na aldeia foi apresentar para os indígenas o livro sobre a missão de Irmã Maria naquela comunidade e solicitar permissão para o uso de imagens de pessoas da aldeia no livro que está sendo impresso numa gráfica em Cuiabá e estará pronto ainda neste mês de setembro. 

Assim que o livro for publicado a Província Santa Teresa do Menino Jesus, juntamente com Paulo Isaac, fará o lançamento do livro, com autógrafos, em vários lugares. O primeiro lançamento será na Escola do Sagrado Coração de Jesus no dia 21 de setembro, com a abertura das comemorações dos 70 anos de funcionamento da Escola em que Irmã Maria Ossemer foi uma das primeiras professoras.

A visita à aldeia Córrego Grande foi marcante, pois fazia alguns anos que Irmã Maria não a visitava. Quando ela chegou lá em 1980, havia apenas uns 80 indígenas distribuídos em 10 casas, hoje são mais ou menos 500 pessoas.

Por que a aldeia cresceu tanto? - Irmã Maria alfabetizou e lecionou o curso fundamental para crianças, jovens e mesmo adultos, tendo alguns anos a companhia e ajuda de uma irmã ou leiga. Teve também o cuidado de preparar professores para continuar a sua missão. Ao mesmo tempo a Secretaria de Educação (SEDUC) de MT criou um curso de formação de professores indígenas em nível de ensino médio (Projeto Tucum de Formação de Professores Indígenas – 1995-2001). Neste Projeto irmã Maria Aparecida Marques Fernandes assumiu como monitora dos professores Bororo nas Aldeias de Córrego Grande e Piebaga. Em 2001 irmã Ana Pereira de Macedo assumiu a coordenação da escola na aldeia Córrego Grande e com o grupo de professores que concluíram o Projeto Tucum foi implantada as séries finais do Ensino Fundamental na escola da Aldeia. Quando Irmã Maria saiu da aldeia seus alunos já garantiam a continuidade da escola.

Um passo significativo para os indígenas foi quando a SEDUC (Secretaria de Educação) criou um curso de graduação em Pedagogia para professores indígenas. Os professores de Córrego Grande, em número de 14, frequentaram esse curso, mas não pararam por aí. Hoje frequentam um curso de pós-graduação lato-sensu em Rondonópolis, mesmo enfrentando muitos desafios para se deslocarem todo final de semana da aldeia até Rondonópolis.

Hoje a escola de Córrego Grande é assumida pelos próprios indígenas Bororo, tendo 184 alunos matriculados, nos cursos: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e EJA – (Educação de Jovens e Adultos). Muitos jovens desejam continuar o estudo, mas as distâncias são um grande desafio. Houve contato com a FUTURA, uma faculdade à distância e esta foi até à aldeia e aplicou vestibular aos interessados. Entre 40 inscritos, 38 passaram e farão o curso de Pedagogia ou Ciências Contábeis, graças à internet que já estará instalada a partir deste mês de setembro.

Pode-se imaginar a satisfação de Irmã Maria ao constatar o grande desenvolvimento que houve e está havendo na comunidade indígena. Pude presenciar a gratidão e o carinho das pessoas para com Irmã Maria, abraçando-a e fazendo a memória saudosa dos anos em que ela conviveu com eles. Foi admirável constatar a memória viva de Irmã Maria, com 92 anos, mencionando o nome, fatos e situações de quase todos os seus ex-alunos, hoje pais e mães de família.

Às 13h00, como fora combinado, Paulo Isaac fez a projeção sobre o livro, intercalando boas explicações sobre a cultura Bororo. Todos ouviam com muito interesse. No final da apresentação Irmã Anita expressou um caloroso agradecimento a Paulo Isaac, há 30 anos amigo dos indígenas do Mato Grosso, pela importante inciativa de escrever o livro, a fim de registrar para a província, diocese, para Rondonópolis e o Povo Boe Bororo, a história das raízes do seu desenvolvimento na educação escolar, a partir do testemunho profético de Irmã Maria; enalteceu e agradeceu Irmã Maria que abriu o caminho para que a Província e a Congregação abraçassem a causa de outros povos indígenas.

Retornamos para Rondonópolis bem felizes pela encontro e reencontros. E, como Irmã Maria sempre escrevia em seu diário, também dissemos: “Louvado seja Deus!”

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmã Anita David, pela equipe

Comentários  

#3 Marilete Rover 05-10-2018 00:44
Querida Irmã Maria. Parabéns, pela vida doada e partilhada com o POVO BORORO, que a Senhora se dedicou de corpo e alma, durante tantos anos. Com carinho, o nosso abraço. Irmã Marilete
#2 Eunice Berri 09-09-2018 10:13
Parabéns, Irmã Maria! Deus seja louvado, sim, por sua missão profética e por seu testemunho para todas nós! Parabéns também a todas as Irmãs que de muitos modos doaram de si na causa indígena! O Reino de Deus "está no meio de vós"! Sonho de Deus vai se tornando realidade, aqui e acolá! Que beleza!
#1 Ana Lúcia Corbani 05-09-2018 00:17
Irmã Maria Ossemer, que testemunho marcante o seu, como presença junto ao Povo Bororo! Deus seja louvado por sua dedicação e amor! E parabéns às demais irmãs que também lá fizeram história. O dia 21 de setembro será mesmo uma data muito especial para o Povo Bororo, para Irmã Maria e para toda a Congregação! E viva a missão!

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