É nossa missão ser luz para o mundo, ser como o sal que dá o sabor. Sendo missionárias da Paz e do Bem, levando a todos a mensagem do amor!
O mês de outubro é dedicado às missões e ao reavivamento de nosso espírito missionário. Missão é inovar, é recriar na pessoa humana do missionário, da missionária, analisando a sua maneira de atuar e decidir, o seu ser missionário. Assim é a nossa dinâmica como irmã catequista franciscana inserida na periferia de uma grande, em realidades desafiadoras, atuando em espaços de lutas em defesa das vidas e vidas fragilizadas. Lembramos com alegria e gratidão a resposta corajosa dada pelas nossas Primeiras Irmãs Amábile, Maria e Liduína: “Um ano não, mas para sempre”. Isso é Ser Missionária! Isso é Missão! Isso é impulso profético! Isso é salvar vidas por meio do serviço na educação! Presença atuante nas comunidades, testemunho para as outras que seguem o mesmo caminho. Hoje, somos desafiadas a viver o nosso sim, partilhando nossas vidas, junto ao povo simples e sofrido que vive nas margens das cidades.
Vejo e sinto algumas características que marcam nosso modo de ser missionárias, como irmãs catequistas franciscanas:
1. A resposta ao Chamado de Deus - Chamado que responde ao clamor dos necessitados. “Os pequeninos pediram pão”;
2. Mulheres de Deus, portadoras do Espírito. Mulheres que manifestaram a Trindade, a mensagem profética, possuem o sinal escatológico, testemunho evangélico;
3. Vivência em Irmandade - Lugar indispensável e específico para a formação do ser consagrada e da missão. Na irmandade temos como guia que reúne e convoca, a Palavra de Deus, Luz que ilumina o caminho para o qual devemos seguir;
4. Atentas aos “sinais dos tempos” - Mantém o exercício pela paixão que nasce de Deus, da amizade com Ele, a escuta diária pela Palavra Viva, o diálogo da oração e o testemunho proclamado com a vida;
5. Missão: Ser Irmãs do Povo - Ser missionária é dedicar a própria vocação com dinamismo, sob a ação do Espírito Santo, marcada com sinal da simplicidade, alegria e disponibilidade;
6. A Igreja reconhece a Vida Religiosa Consagrada. - A VC é chamada à santidade no cotidiano. Neste caminho, nós cultivamos a espiritualidade fransciclariana que se expressa na vivência da minoridade, da fraternidade, da contemplação, da verdadeira alegria e da missionariedade.
Nós, irmãs catequistas franciscanas, possuímos essas marcas como sinais da natureza do ministério de salvação iniciado por Jesus, nosso Salvador. Para manter e continuar o nosso vigor missionário é necessário:
1. Assumir um estado de permanência do amadurecimento;
2. Aprender a valorizar corretamente o tempo expresso no Krono e no kairós;
3. Calar-se, escutar-se, dizer-se, amar-se...
4. Cultivar a espiritualidade bíblico-francisclariana;
Partilho um acróstico com as qualidades da mulher missionária que percebo na irmã catequista franciscana:
M – Motivadora
I – Inovadora
S – Sensível
S – Sincera
I – Inteligente
O – Otimista
N – Notável
A – Amorosa
R – Responsável
I – Inspiradora
A – Atualizada
Na missão evangelizadora procuramos traduzir de maneira viva e atual a atitude apostólica de Francisco de Assis (CCGG 28) e a vivemos com alegria, pois “somos enviadas a colocar-nos a serviço da vida, para que as pessoas possam reconquistas a própria dignidade”.
Atualmente estou inserida na realidade urbana da periferia de Manaus/AM, na Área Missionária São Lucas, Arquidiocese de Manaus. A Área Missionária pertence ao Setor 09, Padre Pedro Vignólia e é composta por oito comunidades: São João, Rainha da Paz, Santa Clara, São Paulo, Sagrada Família, Sagrado Coração, Jesus Cristo Operário e Nossa Senhora do Carmo. Temos em ação 14 pastorais, sendo que, em algumas comunidades são mais avançadas que em outras. A formação dos agentes de pastorais nas comunidades contou com a presença e contribuição das irmãs catequistas franciscanas desde o ano de 1995. São 23 anos de presença nesta terra de missão.
Essa é uma realidade de periferia urbana marcada por muitos desafios:
1. A influencia social, econômica e política no seio familiar, o desemprego;
2. Desânimo, falta de motivação de alguns agentes de pastorais gerando o afastamento das atividades na comunidade;
3. Processo de evangelização, uma Igreja em saída (Papa Francisco), a juventude e catequese;
4. Intensificar a formação de leigos e leigas para serem “sal e luz” nesta sociedade fortemente marcada pelo capitalismo (individualismo, consumismo, falta de compromisso e fidelidade ao Evangelho), pela era digital onde a comunicação e as relações vão se tornando mais virtuais.
No meio de um movimento acelerado e “barulhento”, próprio da realidade da periferia urbana, nós ouvimos os clamores do povo:
1. Por um Projeto de Evangelização – com forte expansão do IVC (Iniciação à Vida Cristã), a continuidade da Semana Missionária e reavivar a pastoral da criança em algumas comunidades;
2. Formações em nível de área, tais como, retiros, encontros de reflexão favorece a unidade entre as comunidades.
Como irmãs do povo, nós procuramos estar atentas ao clamor da realidade. Em nossa ação apostólica queremos estar em comunhão com a Igreja e, em atitude de discernimento, assumir as tarefas que melhor atendam às exigências da realidade (CCGG 36) e aqui, na Área Missionária São Lucas, atualmente, assumi contribuir no processo de evangelização na assessoria em nível de área missionária (animação das pastorais, retiros, preparação de encontros, organização e acompanhamento às comunidades -CPC.
Contemplando nossa missão, mesmo diante dos desafios do contexto real, eu digo: Vale apena Ser Irmã Catequista Franciscana, missionária nesta região.