No início da manhã deste dia 08 de dezembro, solenidade da Imaculada Conceição, no momento orante, fomos convocadas a abrir nossos ouvidos, coração e olhos para a realidade que vivemos neste momento histórico.

A professora Marilene Maia, do Instituto Humanitas da Unisinos – São Leopoldo – RS, passou quase todo dia ajudando-nos a fazer análise da conjuntura atual. Algumas perguntas importantes podemos nos fazer: que realidade temos? Que realidade queremos? Como damos conta de caminhar neste contexto? Como abrir caminhos? Esse é um tempo importante: “preparai os caminhos do Senhor”.

Marilene apontou que um aspecto para nos darmos conta da conjuntura, é construir um pensamento a partir da solidariedade. Segundo o economista italiano Stefano Zagmani, o mundo hoje sofre da carência do pensamento. Do pensamento pensante e não calculante. O pensamento calculante é o que os outros pensam por nós. Este pensamento é profundamente egoísta, individualista, tudo aproveita para obter lucro. O pensamento pensante dá a direção, dá o saber se deve ir por aqui ou por lá. O pensamento pensante é uma construção. Exige análise da realidade que não é visível a olho nu. Isso significa que o mundo social não é transparente aos nossos olhos. Pode-se ampliar os horizontes através do olhar.

Os diversos aspectos que compõem nossa complexa realidade hoje: criação de uma cultura da disputa como parte do projeto econômico; politização religiosa; guerra cultural onde não se aceita o diferente; reforço da desigualdade e corrupção; crise socioambiental; esgotamento da imaginação política; redes sociais como bolhas ideológicas.

Na reflexão Marilene apontou que uma crise consiste no fato de que o velho já morreu e o novo ainda não nasceu (Gramsci). A velha sociedade é parteira de uma nova história e da nova sociedade (Marx). Fomos convidadas a esperançar por meio da formação, das redes e parcerias, sobretudo à convivialidade nos pequenos grupos. Implicar-se de modo individual, coletivo e societário. E ela concluiu nos convocando a rever nossos espaços para nos fortalecer.

No segundo momento da tarde, voltamos nosso olhar compartilhando as constatações e desafios destacados do levantamento geográfico missionário nas assembleias regionais. Foi apontada a preocupação com a formação – SAV; importância de rever nossas ações e o número de irmãs que compõe as irmandades; questões ambientais; povos indígenas; CEBs; mobilidade humana e outros aspectos.

A seguir as assessoras nos convidaram a meditar um elemento essencial, que compõe o eixo fundante e sustentador do núcleo comum das irmãs catequistas franciscanas, que garanta a nossa presença profética.

Após uma deliciosa pizza no jantar, o grupo participou da missa na comunidade local.

 “Se o caminho é longo e a estrada desafia,

Vou acertando o passo pra ver chegar o dia”