“Caminhando é que se chega lá onde os olhos não podem chegar...”.
Com os pés na estrada e fé no coração, nos dias 11 a 13 de janeiro nós irmãs, Alice Antunes dos Santos e Cecilia Mensor, juntamente com a caravana dos jovens de Rodeio/SC, participamos da VIII Caminhada Franciscana da Juventude que aconteceu em Curitibanos/SC com a presença de aproximadamente setecentas pessoas entre jovens, adultos, idosos e crianças.
Animadas/os damos início a caminhada de 62 km, motivada pelo tema: “São Francisco e o Sultão, rompendo fronteiras no diálogo pela paz e coragem“, e o lema: “E todos saberão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”. (Jo 13,35). O tema e o lema nos ajudaram na abertura para acolher a cultura do(a) outro(a) de diferentes lugares como, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
No primeiro dia, caminhamos 15 km, no asfalto, rezando e refletindo sobre a imagem de Deus que temos. Fizemos um momento de parada no Parque da Paz, em Frei Rogerio, onde se encontra o sino da Paz trazida por uma família refugiada da guerra entre Hiroshima e Nagasaki. Única lembrança que sobrou! Este sino ecoou forte em nossos ouvidos e corações ao chegarmos na Igreja. As palavras desta família Japonesa, tocou profundamente em nós ao falar de sua experiência de refugiados e como seu país foi assolado pela bomba. Depois de um longo profundo silêncio rezamos a oração que nos unifica como irmãos: o Pai Nosso. À noite pernoitamos nas casas das famílias com as quais compartilhamos nosso cansaço físico e as experiências vividas durante a caminhada.
No segundo dia, ao amanhecer, já nos colocamos a caminho. Desta vez mais exigente, 24 km. Com a motivação dos discípulos de Emaús fomos convidadas/os a nos organizarmos em três para fazermos esta experiência. Irmã Cecília Mensor e eu, Alice Antunes dos Santos, caminhamos com a jovem Kemily, de Duque de Caxias, Rio de Janeiro, que busca conhecer melhor nosso carisma. A experiência foi gratificante. Partilhamos nossas histórias vocacionais, nossa presença e missão nas deferentes áreas missionárias e procuramos conhecer um pouco da vida desta jovem. Mesmo com o desafio da lama, das pedras e da chuva seguimos decididamente. Quando parecia que as forças físicas estavam chegando ao fim, apareciam pessoas que nos incentivavam e animavam a seguir pela força da fé, assim como dizia São Paulo: “Quando sois fracos é então que sereis fortes”.
No terceiro dia, na madrugada, às três horas fomos convidadas/os a tomar café com o amigo de Nazaré: Jesus. Logo após seguimos caminhando, em silêncio, por duas horas em meio à lama. Experimentamos o medo e a insegurança diante do desconhecido e do escuro. Mas a fé, a confiança na presença do nosso amigo Jesus que caminhava ao nosso lado nos encorajava a prosseguir decididas.
Na celebração Eucarística, o bispo da diocese de Caçador, Dom Severino Clasen, nos motivou para sermos fieis ao nosso batismo, comprometidos com a igreja, com a sociedade, sendo profetas e profetizas deste tempo e protagonistas do amanhã.
Continuamos o percurso sendo chamadas/os a servir como discípulas/os de Jesus, caminhando pelo bairro mais carente da cidade onde a vida clama por justiça. Sentimos o apelo de sermos mais humildes, a lavar os pés uns dos outros, servir na gratuidade, e amar sem distinção. Concluímos nosso percurso total de 62 km na Matriz. Havíamos recebido um saquinho onde somente no último dia podíamos abrir. Nele continha incenso, que oferecemos a Deus como compromisso de sermos mais fieis no seguimento de Jesus Cristo sendo mensageiros e mensageiras da Paz e do Bem.
Comentários
FRATERNO ABRAÇO.
Que experiência linda! Tenho certeza que essa caminha fortaleceu a cada uma em sua missão e vocação.
Agradeço a partilha dessa experiência! Abraços!
Obrigada pela partilha dessa linda experiência. Ela nos traz esperança e bom ânimo para avançarmos com confiança e alegria. fraterno abraço