“... e o Senhor me conduziu entre eles” (São Francisco de Assis)
O Senhor vem me conduzindo, a cada dia, nesta nova missão em terras sagradas do Paraguai, onde Ele se faz presente nas pessoas simples de coração.
Estou há quase dois meses em Capitán Miranda e muitas surpresas encontrei neste povo simples e pobre. Lembro-me de um filme a que assisti e me expresso com uma frase de Madre Tereza de Calcutá: Sou apenas uma gota no oceano! Iluminada com sua experiência de vida, percebo que esta realidade me ensina o que é o amor de verdade.
Muitas experiências me marcaram, dentre elas a solidariedade. Através de um concerto de adoração, os jovens da paróquia conseguiram uma doação de alimentos e foram fazer a experiência de adorar o rosto de Cristo, presente nas pessoas. Num domingo, Irmã Catarina e eu saímos, juntamente com o grupo de jovens, para partilhar os alimentos arrecadados e rezar com as famílias mais pobres deste lugar. Em cada casa em que chegávamos encontrávamos um “Deus encarnado”, que convidava a contemplar sua situação de extremo abandono. Eram famílias com seus filhos pequenos, ou idosos que viviam sozinhos, pois seus filhos moravam longe; outras moravam em uma ocupação de terra, sem água potável e com pessoas enfermas... O clamor de um Deus que nos compromete e nos torna irmãos e irmãs era visível.
Retomando o estudo do livro “O Deus Oprimido”, percebo concretamente que “encarnar-se é um processo de vida que nunca termina”. Nestas visitas, o que me mais me marcou foi uma senhora indígena de nome Francisca. Morava numa casinha muito simples, quase caindo. Ela cozinhava ao com uns pedaços de lenha, ao ar livre, e quando chovia buscava outro lugar. Esta senhora me olhou com um olhar significativo e carinhoso e me ofereceu um tereré. Fiquei emocionada, pois diante de tantos jovens, ela me escolheu. Ao tomar seu tereré, busquei entender aquele gesto de amor.
Como jovem juniorista, entendo esta realidade como lição de vida, de um Deus que nos fala através das pessoas e nos pede uma resposta de pura humildade. Passo a compreender que o Reino de Deus é a verdadeira alegria, que nos impulsiona a servir o próximo com amor fraterno.
Outra experiência que tem contribuído no meu processo de formação é a presença e apoio junto à Infância e Adolescência Missionária. São crianças e adolescentes que dedicam um tempinho de sua vida para evangelizar outras pessoas, levando a Palavra de Deus como seu bem precioso.
Caminho neste processo onde o novo recria e a inserção acontece, na convivência com o povo que partilha conosco sua vida, seus costumes e sua cultura. Busco cada dia acolher, viver e sentir esse espirito missionário que me desafia, surpreende e provoca em mim mudanças. Experimentar e cultivar este espírito me ajuda a viver intensamente a consagração, como Irmã Catequista Franciscana.