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14 Setembro 2019
“Para que n’Ele nossos povos tenham vida”

Amamos porque Deus primeiro nos amou” (cf. 1Jo 4,19)

O tema: “Para que n’Ele nossos povos tenham vida” e lema: “Amamos porque Deus primeiro nos amou” (1Jo 4,19) escolhidos pela Comissão Bíblico-Catequética da CNBB, juntamente com outras instituições bíblicas, quer nos levar ao aprofundamento da vivência da “fé cristã” e do“mandamento do amor”, para fazer acontecer o centro da revelação de Deus: a vida concreta presente em Jesus, o Messias, o Filho de Deus encarnado.

A Carta foi escrita, por um líder de comunidade ou por várias lideranças das comunidades cristãs da Ásia Menor, hoje Turquia, também conhecidas como “Comunidades Joaninas”. Nelas estavam surgindo conflitos, provocados por “membros das comunidades”, que influenciados pelo “pensamento gnóstico”, interpretavam de forma equivocada aspectos fundamentais do seguimento de Jesus, o Filho de Deus, o Messias Encarnado, provocando separações no interior das comunidades. A estes o autor os chama de “anticristos”, “falsos profetas”, “enganadores”, “filhos do Diabo” e “aqueles que andam nas trevas”.

Estes opositores propunham uma “doutrina gnóstica”, que afirmava, que o homem se salva graças a um “conhecimento religioso especial e pessoal” e, renegavam “o significado salvífico da vida e da morte de Jesus de Nazaré, ao negar que ele é o Messias, e de não crer que ele era o Filho de Deus (cf.1Jo 2,22; 44, 2-3,5); “acreditavam que pelo Batismo já eram salvas e, assim, não precisavam mais crer que Jesus Cristo era o Mediador da salvação”; afirmavam não ter “pecado”, pois, estavam “em comunhão com Deus” e que estavam na “posse do Espírito de Deus” e por isso, bastava cultivar uma “vida espiritual” sem estar preocupados com a realidade humana, nem com o “amar o irmão”, sobretudo os mais necessitados e nem mesmo, “com a construção do Reino de Deus na sociedade”; estabeleceram, a “separação entre a fé e a vida, com um agir não coerente com as exigências do seguimento de Jesus, do projeto do Pai”; “afirmavam que estavam em comunhão com Deus, o conheciam e o amavam, e por isso, já que estavam salvos, estavam na luz (cf. 1Jo 111,6; 2, 4.9; 4,20), mas, “odiavam”, não amavam os irmãos (cf. 1Jo 1, 6.10; 2,4.11; 4,20-21). Portanto separavam a fé cristã da vida concreta; “sustentavam uma fé desconectada com a prática da justiça e do amor fraterno”.

Diante dessa realidade, os autores escrevem para advertir as comunidades do que estava acontecendo e ajudar a fazer um discernimento de fé, para ter uma “vida cristã autêntica” na vivência de dois mandamentos: amar a Deus, “crer que o Messias Jesus é o Filho de Deus e amar o próximo, principalmente os mais necessitados”. Portanto, viver esses dois mandamentos requer acolher na fé o chamado a “caminhar na luz, que é o próprio Deus, praticar a justiça, ou seja, ter uma adequada relação com Deus, com o outro e consigo mesmo”.

A Primeira Carta de João, apresenta alguns pontos teológicos fundamentais da fé cristã, que os opositores negam: “A fé em Jesus Cristo”, o Espírito Santo”, a “Vida eterna”, a “Ética cristã: o amor”.

A “fé em Jesus Cristo” está ligada à fé em Deus Pai e no Espírito”: Deus Pai é “Luz” (1Jo 1,5), é “Justo” e “Amor” (1Jo 4, 8.16); Ele é“benevolente e misericordioso” e convida a amar o próximo, estar em estreita comunhão com o outro; seu plano é conceder vida eterna para todos, em Jesus Cristo (1Jo 4, 9-12. 14-16; 5,11). Na comunidade, cada cristão é convocado a acolher na fé “a morte de Jesus como expressão do amor e da salvação de Deus” (1Jo 1,7;2,2; 4,10; 5, 6.8) e reconhecer “a identidade histórica de Jesus, ou seja, Jesus é ser humano, mas também, Filho de Deus”. A comunidade é chamada a seguir Jesus na fé e “viver os valores evangélicos, sobretudo do amor para com o irmão mais necessitado”; ser coerente com o Batismo, unindo fé e vida; acolher o amor de Deus revelado em Jesus Cristo, manifestado nas palavras, nos gestos na vida de Jesus. Portanto, nosso seguimento de Jesus deve nos levar a um compromisso profético com a justiça, especialmente para  os empobrecidos.

É o “Espírito Santo” que “estabelece a comunhão entre o Pai e o Filho (1Jo 33,24;4,13) e entre os membros da comunidade”. A comunidade e cada cristão devem deixar-se conduzir pelo Espírito, na construção do Reino de Deus. O Espírito faz discernir, entre os opositores, que diziam possuir o Espírito e assim autorizados a ensinar os outros, dos que são “gerados por Deus”, que são os que “acreditam que Jesus é o Salvador do mundo”. O Espírito é quem conduz à adesão a Jesus, Filho de Deus Encarnado, nos faz viver a “fé trinitária” por meio de nossa vida e a tê-lo como “caminho, verdade e vida”.

A “vida eterna”, que “consiste no conhecimento do Verdadeiro Deus e de Jesus, enviado pelo Pai, para salvação do mundo”, acontece e se “expressa em viver em comunhão com Deus e com as pessoas”. A vida eterna, começa já aqui e agora, no “ato de crer em Jesus Cristo”, no “caminhar como Jesus caminhou” (1Jo 2,6b), no “experimentar Deus no amor fraterno”. Assim, vida eterna é permanecer no amor de Deus que  permanece conosco.

A “Ética cristã: o amor” consiste em “crer em Jesus”, que requer “seguir seu exemplo” e dispor-se “a serviço do outro” (1Jo 3, 16-18). Viver o “amor”, a “ética cristã”, é “doar a própria vida” (cf. Jo 10,18), “que nasce da experiência, que cada cristão e cristã faz de ser amado por Deus e de contemplar o amor de Deus revelado nas palavras e ações de Jesus, ao estar a serviço das pessoas, até a entrega de sua própria vida”. Assim, “nascidos de Deus, somos convidados a viver no amor; amor que se reconhece no amor aos irmãos, na fé operante, na misericórdia divina e na promessa de vida eterna”.  Portanto, o amor tem sua fonte em Deus e no seu Filho que se entrega por amor a humanidade e ao projeto de amor do Pai. Por isso, “quem ama pode dizer-se nascido de Deus, sendo alguém que verdadeiramente conhece a Deus (1Jo 4,7)” e proclamar com a vida “Nós amamos porque Deus primeiro nos amou” (1Jo 4,19),

Concluímos com a reflexão do Papa Francisco sobre o “amor atitude fundamental do coração”, que diz: “Viver a corrente do amor de Deus, estabelecer nele a morada, é a condição para que o nosso amor não perca seu ardor e sua audácia, pela agitação do vai e vem das ruas. Como Jesus e nele, nós também somos convidados a acolher com gratidão o amor que vem do Pai e permanecer neste amor, tentando não nos separar dele [...]. É programa exigente, mas não impossível”. [...]. Ao terminar a reflexão reza: “Que o Espírito Santo nos conduza a permanecer sempre no amor de Jesus e a crescer no amor a todos, especialmente aos mais pequeninos e necessitados, a fim de corresponder à nossa vocação cristã” (Papa Francisco, Oração do Angelus, em 06/05/2019).

Nota: O texto foi elaborado a partir do subsídio do Mês da Bíblia/2019: SAB, “Nos amamos porque Deus primeiro nos amou” (cf. 1Jo 4,19) - Para que n’Ele nossos povos tenham vida – Primeira Carta de João, (Texto para o povo), Paulinas, São Paulo, 2019.

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmã Maria Aparecida Furlani

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