72 anos depois, continuamos as margens do Rio São Lourenço, “Plantando Água” (Ernst Götsch).
Em 2019 sonhamos transformar nosso quintal em uma sala de aula da “Alfabetização Ecológica”, traduzida pelo modelo SAFs - Sistema Agroflorestal de Inclusão Sintrópica, uma agricultura de processo, caminho para a sustentabilidade, baseado nos conhecimentos de Ernst Götsch. Foi numa parceria com o “Instituto MAIS” (Movimento de Agroflorestores de Inclusão Sintrópica). No mês de junho, no Recanto Irmão Sol, de propriedade das Irmãs Catequistas Franciscanas, em Fátima de São Lourenço, Município de Juscimeira - MT, realizamos o primeiro curso de SAFs (Sistema Agroflorestal de Inclusão Sintrópica), uma agricultura de processo. O curso foi orientado pelo Agroflorestor Antônio Gomides, um cearense, artista, membro do Instituto Mais. Só neste ano mais dois cursos de SAFs foram realizados, (de 15 a 17/11/2019 e 22 a 24/11/2019). Juntos, Irmãs Catequistas Franciscanas e o Instituto Mais, levamos este conhecimento até à Aldeia Córrego Grande, do Povo Boe Bororo, realizando outro SAFs nos dias 25 e 26/11/2019.
As Irmãs Catequistas Franciscanas, após 70 anos de presença nesta região pantaneira, e 22 anos de presença na Aldeia Córrego Grande, decidem reinventar sua missão educacional, agora voltada para a “Alfabetização Ecológica”, ou seja, plantar floresta para plantar água e ter abundância para alimentar a natureza, os animais e as pessoas.
O que é sintropia? - A grande contribuição que Ernst Götsch nos dá é ter desvendado e realizado uma sistematização dos princípios por meio dos quais a natureza trabalha. Ernst nos proporciona uma alfabetização ecológica – como diz Fritjof Capra, a compreensão dos princípios de organização que os ecossistemas desenvolveram para sustentar a vida – o caminho para a sustentabilidade. A sintropia, ao contrário da entropia, vai do simples para o complexo.
Princípios que norteiam a agricultura sintrópica
1- Maximização da fotossíntese.
2- Sucessão natural (sistemas de colonização, acumulação e abundância).
3- Solo coberto, plantando em alta densidade.
4- Capina seletiva e poda.
5- Concentração de energia, geração de biomassa de forma eficiente. Aglutinação de recursos (linhas ou ilhas). A proposta determina o design.
6-Ecofisiologia das plantas e função ecofisiológica das plantas.
7- Sincronização dos plantios. Cultivos estabelecidos, a transição para a agricultura sintrópica. As bordas devem ser trabalhadas.
8- O que cada ser está fazendo de bom para o planeta? – perguntar-se diariamente.
Prevemos uma nova etapa do exercício de nossa missão: promover a “Alfabetização Ecológica”, para o ano de 2020, com a vinda de Ernst Götsch, ao Recanto Irmão Sol. Com isso, estamos firmando a criação da sala de aula da Agricultura Sintrópica. Continuaremos nossa parceria com o Instituto Mais na oferta de novos cursos como: Hortifrútis, Agropastoril e Grãos Orgânicos como forma de avançar neste projeto de sustentabilidade e abundância.
Nossa gratidão a todos os que neste ano somaram para a realização deste nosso sonho: “Plantar floresta para plantar água e ter abundância”.... E, em tão pouco tempo (seis meses), já colher os frutos deste trabalho: alface, rúcula, feijão, milho, couve, almeirão, couve flor, brócolis, inhame, pimentas.... e garantir logo mais mandioca, bananas, e num futuro a colheita dos cítricos, manga, madeira e outros, proporcionando a produção de um solo fertilizado e enriquecido em seus nutrientes naturais.
Podemos conhecer mais sobre este sistema de produção de abundância acessando Agenda Götsch, ou, o que é Agricultura Sintrópica. Fiquem atentos/as às agendas que vão acontecer nesta linha de cursos no próximo ano. Aguarde-nos juntos/as! Vamos fazer a revolução verde nessa “nossa Pátria amada Brasil”.
Fátima de São Lourenço, 10 de dezembro de 2019
