Todo percurso mistagógico é convite e descoberta da misteriosa alegria que enche o coração quando a gente descobre que “há mais alegria em dar do que receber”.
Como anunciadoras da esperança com confiança e alegria, estivemos reunidas, de forma on-line, nos dias 24 e 25 de março. Refletimos sobre o acompanhamento personalizado na perspectiva mistagógica, assessoradas pela Irmã Annette Havenne. Nesses dois dias, dedicamos tempo para refletir e aprofundar sobre a pessoa da acompanhante e seu ministério e desafios e conflitos na formação inicial hoje. Participaram as irmãs responsáveis pelo Serviço de Animação Vocacional - SAV, as irmãs que acompanham as jovens nas diferentes etapas de formação inicial, as articuladoras da formação, algumas irmãs das coordenações provinciais e outras irmãs que se interessaram pelo tema.
Ao mergulhar nas densas águas da formação, experimentamos sentimentos de alegria, confiança, medo, tristeza, desejo e necessidade de qualificação, desânimo, solidão, esperança... Como Paulo que, ao se deparar com seu processo mistagógico, recorda-nos de que “trazemos este tesouro em vasos de barro” (2Cor 4,7), uma vez que no acompanhamento pautado no processo mistagógico a principal ferramenta é a nossa própria experiência de intimidade com Jesus.
Assumir este ministério de mistagogas no seguimento de Jesus implica em uma escuta ativa até para o não dito. É um processo de formação (não no sentido de formatação), que oferece ferramentas para fazer um caminho de transformação. É educar a partir dos princípios da fé cristã, feita no chão da realidade, que permite mútuo aprendizado, oportunizando à pessoa dar passos em direção ao Mistério.
Papa Francisco, na exortação apostólica “Cristo Vive”, nos aponta um tripé iluminador para o acompanhamento personalizado: presença, proximidade e Palavra de Deus, como critérios de qualidade desse processo. Trata-se de uma conversa a três, entre quem pede para ser acompanhado, quem se dispõe a acompanhar e Jesus que, como no caminho de Emaús, começa a caminhar com os dois!
Animada pelas palavras do Papa Francisco, Irmã Annette nos aponta São José como mestre no discernimento, santo da proximidade e da escuta ativa. José tem um foco, uma motivação interior forte e não desvia da sua missão: tudo é por causa e em função do Menino e da sua Mãe! Olhar para são José é um convite a viver focada no que realmente importa! E, quando confrontadas pela crise, é necessário nos perguntarmos: o que é essencial? Qual nosso foco? O que realmente importa? Nesse sentido, as importantes decisões das nossas vidas não podem ser tomadas “nas noites escuras”, é preciso dar tempo para o amanhecer!
E, de modo muito particular de quem vos escreve, partilhamos a importância das irmãs que nos acompanharam no processo formativo, exercendo de fato o seu ministério como mistagogas! Elas muito nos ajudaram a crescer a partir da nossa própria história à luz da fé, tendo como companhia o Mestre Jesus, a sua primeira discípula, nossa mãe Maria, Francisco e Clara e nossas três primeiras irmãs Amábile, Maria, Liduína, que são testemunhas autênticas de coragem, profecia, simplicidade, alegria, disponibilidade e serviço como “Irmãs do povo’’.
Rondonópolis, MT- Festa da Anunciação de Nossa Senhora
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