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24 Novembro 2021
FRANCISCLAREANDO - O Verbo se fez carne

 

Final de ano. Esta época nos remete magicamente ao Natal, à celebração do Mistério sublime da Encarnação. Este mistério tão grande da humildade do nosso Deus despertava, em Francisco uma profusão de sentimentos: ternura e reverência, fascínio e exultação, desejo de convocar o mundo a inclinar-se diante desta majestosa pequenez. Um pilar que nenhum terremoto pode abalar é este legado sobre o qual se assenta a espiritualidade que dele herdamos: o Verbo se encarnou no útero de uma mulher, se fez gente, assumiu nossa condição para percorrer conosco, o caminho da volta ao convívio festivo na casa do Pai.

Agradecemos o testemunho de seu primeiro biógrafo: “Gostava tanto de lembrar a humildade de sua encarnação e o amor de sua paixão, que nem queria pensar em outras coisas. Precisamos recordar com todo respeito e admiração o que fez no dia de Natal, no povoado de Grécio, três anos antes de sua gloriosa morte” (1Cel 84,3-4).

Ele mesmo recorda à multidão que se propunha viver o Evangelho como o via viver e pregar: “Esta Palavra do Pai, tão digna, tão santa e gloriosa, foi anunciada pelo altíssimo Pai lá do céu, por meio de seu santo anjo Gabriel, no útero da santa e gloriosa Virgem Maria, de cujo útero recebeu a verdadeira carne de nossa humanidade e fragilidade. O qual, sendo rico (2 Cor 8,9) sobre todas as coisas, quis ele mesmo escolher a pobreza no mundo com a beatíssima Virgem, sua mãe” (2Fi 4-5).

E propõe como regra de vida para seus irmãos e irmãs, transformar a vida num hino de amor e ação de graças a este imensurável Amor que se fez pessoa, que concretizou em palavras, passos, e gestos humanos em nosso mundo: “E te damos graças porque, assim como por teu Filho nos criaste, assim por teu santo amor, com que nos amaste (cfr. Jo 17,26), fizeste que ele, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, nascesse da gloriosa sempre virgem beatíssima Santa Maria, e quiseste que nós, cativos, fôssemos redimidos por sua cruz e sangue e morte” (RnB 23,3).

Clara, fecundo broto novo de Francisco, não só vive mergulhada no Mistério do Amor que se entrega para nos resgatar das garras da morte, mas o transmite a suas irmãs, para que também elas vivam para contemplar e agradecer a “descida de Deus” à natureza humana. Deste embriagante amor quer que todas sejam envolvidas.

Este amor que transborda de seu ser impregna sua relação com a amiga Inês de Praga: “Falo do Filho do Altíssimo, que a Virgem deu à luz permanecendo virgem depois do parto. Prenda-se à sua dulcíssima Mãe, que gerou tal Filho que os céus não podiam conter, mas que ela recolheu no pequeno claustro do seu santo seio e carregou no seu regaço de menina” (3In 17).

O caminho da vivência do Evangelho que ela aponta parte do mistério encarnação: “Contempla, no princípio deste espelho, a pobreza, pois está colocado no presépio e envolto em paninhos. Oh maravilhosa humildade! Oh admirável pobreza! O Rei dos anjos, o Senhor do Céu e da terra reclinado num presépio!” (4In 19-21).

Logo mais, entraremos no precioso tempo da espera, da gravidez do mundo revivendo a gravidez de Maria que ofereceu-se, sozinha ao bom mistério, sabendo que era Deus que vinha a seu critério. Ela, que sentiu que nesta tão secreta maternidade, nascia a compreensão completa da liberdade” (Jaci Maraschin), nos acompanhe, com Clara e Francisco nesta preparação para acolher o Emanuel, o Deus que se faz criança, se fez um de nós e quer viver entre nós.

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmã Maria Fachini