“O mestre nunca será o discípulo. O discípulo nunca será o mestre.”
Nos dias 04 a 24 de julho de 2022, aconteceu o AJURI da formação das Regionais da CRB de Porto Velho-RO, Belém-PA e Manaus-AM. Para bem começar, aprofundamos o significado da palavra AJURI: ajuda mútua, mutirão, puxirum, putirão. Embora a palavra mutirão tenha sido popular, há quase centena de sinônimos, considerando as várias regiões brasileiras como ajuntamento, reunião, e lembra justamente um trabalho coletivo, onde todos se envolvem, desde as crianças até os idosos, todos trabalham com alegria e leveza para solucionar um problema em comum, que é para o bem de todos.
Portanto, o AJURI da Formação propiciou às religiosas, religiosos e presbíteros diocesanos presentes um processo de formação que os levou a aprofundar o seu olhar para si mesmo e para seu lugar de missão, não apenas das das etapas iniciais, mas da formação permanente e do serviço de liderança.
Contribuindo para que o processo de escuta do formador e dos itinerários formativos aconteça com base nos aspectos sociológicos, antropológicos, psicológicos e teológicos a partir da realidade cultural amazônica, o Ajuri ofereceu um espaço de escuta, acolhida e ressignificação do próprio sujeito como pessoa. A partir de seus objetivos, o Ajuri foi um tempo de rever e ressignificar as crenças pessoais, culturais e espirituais; aprofundar a missão à luz de uma espiritualidade libertadora, integral e integradora; reconhecer quais são as forças que nos limitam ou impulsiona na missão e para a missão; favorecer aos participantes um conhecimento profunda na sua realidade pessoal, vivência e integração da própria história, mas trabalhado no coletivo; oportunizar elementos teóricos e práticos relativos ao processo formativo e de liderança.
Tudo isso, que foi citado acima, dependeu muito de nós participantes, pois o AJURI quer ser um espaço de leveza e suavidade, para que possamos nos sentir à vontade, mesmo com as realidades desconfortantes, que foram trabalhadas ao longo dos dias de encontro. Foi um caminho construído juntos. Na riqueza da diversidade de Congregações, conseguimos entrar no processo de aprendizagem e descobertas constantes, pois o principal material e conteúdo éramos nós participantes do AJURI. Com a graça de cada pessoa, conseguimos entrar no processo vivencial e de acolhida das histórias e realidades pessoais em que cada um se encontra, assim sendo iluminadas/os e orientadas/os pelos conteúdos propostos. A cada final de dia, nos encontrávamos em pequenos grupos de vivência para partilhas de sentimentos, reações, descobertas e celebrações.
Tivemos como assessores Roberta Melo e Pedro Marlon, que nos ajudaram a olhar a vida a partir da Psicanálise e a aprofundar o olhar à luz da fenomenologia, na teoria e na prática vivencial. Na questão antropológica, caminhamos junto com professor Edeney Salvador Barroso, onde visitamos e aprofundamos nossa ancestralidade no museu “Centro Cultural Amazônica” e museu do Seringal.
Na metade dos dias de AJURI, tivemos um dia de Retiro e aprofundamento da escuta pessoal, orientado pelo padre Silas Silva - Jesuíta. Enfim, concluímos o primeiro módulo com teologia da Encarnação, conduzida pela Irmã Sônia Matos, da Congregação das Irmãs Adoradoras do Sangue de Cristo. A todo momento, tivemos oportunidade e liberdade para olhar e sentir o caminho que estamos percorrendo, nos permitindo a ver e sentir como fica melhor.
Em janeiro de 2023, nos dias 09 a 29, teremos segundo módulo, no qual continuaremos aprofundando, mas o convite estará aberto para quem queira integrar nosso grupo e fazer parte dessa linda convivência intercongregacional, tecendo laços de interculturalidade a partir da realidade amazônica. Gratidão às pessoas pelo apoio, oração e cuidado, gratidão à coordenação da CRB regional por toda organização, acolhida, cuidado e às/aos participantes, que foram companheiras/os no mergulhar nos rios de amor.
Comentários
Que sea nuestro testimonio, nuestra alegría de servir, nuestra vida entregada, la más grande propaganda vocacional que hacemos.