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06 Setembro 2022
Irmã Clemência Beninca - Luz que brilhou no deserto

 

Deus, na sua infinita bondade e sabedoria, continua revelar-se à humanidade, com sua presença e atuação amorosa. Se alguém se dispõe a estudar, conhecer, escutar a “constelação” das Congregações Religiosas existentes na Igreja, terá uma atitude de reverência e admiração diante do Criador do universo e perceberá a voz que chama á Vida Religiosa para colaborar na sua obra. E notará que Deus revela sua grandiosidade nas pequenas coisas.

Neste sentido, no caminhar da História, em 1915, Ele chamou pessoas que, com simplicidade, disponibilidade, alegria e solidariedade ouviram o chamado, se dispuseram a colaborar em sua obra. Frente a isso, uma luz surgiu naquele deserto: a Irmã Clemência Beninca, religiosa da Congregação das Irmãs da Divina Providência. Essa luz animou, acompanhou, orientou com desvelo, respeito e liberdade um novo grupo de mulheres que deu origem à Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas.

Irmãs, formandas e simpatizantes, conhecem em parte, ou profundamente a história e nela a presença e a atuação dessa luz, a Irmã Clemência. Ela foi a primeira orientadora, incentivadora, mestra, educadora, defensora, irmã, amiga, mãe, animadora da vida e da espiritualidade das três primeiras e do grupo que em seguida se formou, o qual, recebeu o nome de “Companhia das Catequistas” e mais tarde, Irmãs Catequistas Franciscanas.

No livro “Em resposta ao clamor do povo”, de Irmã Ede Maria Valandro e no livro “Nos trilhos da história”, de Irmã Augusta Neotti, encontram-se relatos que sensibilizam, encantam e mostram que Irmã Clemência, junto ao fundador Frei Polycarpo Schuhen, foi a pessoa que o Espírito de Deus usou para o surgimento de um novo grupo de mulheres consagradas. Os relatos revelam Clemência uma Irmã de fé, de escuta, abertura, de desprendimento, de maturidade cristã,

Soube ser atenciosa à voz do Espírito. Em permanente diálogo com Frei Polycarpo, animou o novo grupo que surgia na Igreja com características diferentes dos grupos de Religiosas existentes. Tratava-se de algo novo! Mesmo na incerteza, com fé, serenidade e profundo respeito conduziu o grupo iniciante de 1915 até 1929. Passo a passo, na atenta e cuidadosa escuta, com generosidade e liberdade, sem interferência, deixou-o descobrir o seu próprio caminho.

Dedicada na orientação das novas professoras para que bem exercessem a arte de ensinar e educar; pedagoga na condução do grupo, na confirmação do carisma: Educação e Catequese. Imprimiu nas primeiras a espiritualidade do “tomar a cruz todos os dias” no seguimento a Jesus Cristo como franciscanas, com simplicidade, disponibilidade e alegria, vivendo duas a duas, no meio do povo. Teve o cuidado de não interferir no grupo com o carisma da sua Congregação. Ajudou-as a descobrir o seu próprio caminho.

A história também afirma que Irmã Clemência com desvelo materno e generoso amor, acompanhou as “Catequistas”. Elas eram estimadas e valorizadas pelas comunidades porque respondiam plenamente e com dedicação às necessidades da educação nas Escolas Paroquiais, da assistência religiosa às capelas. Todavia, viviam grandes e inevitáveis dificuldades. A pouca preparação pedagógica a falta de material para organizar a estrutura necessária à vivência comunitária de um grupo e as necessidade básicas da vida. Irmã Clemência, presente em todos os momentos, prestando auxilio, mantendo o ânimo e o entusiasmo pela missão.

Neste sentido, com a sua comunidade religiosa, Irmã Clemência, generosamente todos os finais de semana e em períodos de férias, abria as portas do Convento “Menino Deus”, em Rodeio, SC, para acolher, hospedar, dar formação, oferece-lhes tempo para oração, retiros, participação da Missa dominical, estudo e orientação pedagógica. Junto com Frei Polycarpo Schuhen e mesmo quando ele não esteve mais presente, com carinho e esmero, animava, ajudava viver a pobreza e a espiritualidade franciscana, a seguir fiéis à missão.

Na celebração do aniversário de sua morte, (8 de setembro de 1964) surge a pergunta:

O que Irmã Clemência falaria à Congregação hoje, em tempos de reorganização?

É possível dizer que, com o mesmo carinho protetor, com fé e confiança diria:

- Sejam fiéis ao Espírito inicial destacando a Educação e Catequese como prioridade da missão em todos os espaços.

- Sigam Jesus Cristo, seja Ele o centro, tenham como fonte a Palavra de Deus e estejam presentes onde a vida está mais ameaçada: pobres, excluídos, sofredores e abandonados.

- Vivam com simplicidade, despojamento, alegria, disponibilidade, partilha e amor fraterno sincero.

- Retomem o SIM, com entusiasmo, coragem, alegria, desprendimento, espírito de serviço e doação.

- Coloquem-se à escuta do Espírito que fala pela realidade hoje.

- Amem a obra que nasceu pequena, frágil, pobre, como Luz que brilhou, na pequena cidade de Rodeio, Santa Catarina, “nova Belém” há mais de 107 anos.

- Vivam em pequenas fraternidades no meio do povo pobre, com amor desprendido, fraterno, sincero, no despojamento e na partilha.

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmã Celestina Zardo e Irmã Tereza Costa