Somos os destinatários e ao mesmo tempo, os protagonistas da Paz que Jesus nos deixou.
Vivemos num mundo conturbado e assolado pela violência, pela exclusão social; um mundo marcado pelo descaso com os povos indígenas, os quilombolas, os negros; pelo o aumento do preconceito em relação a população LGBTQIA+; pelo abandono de crianças, pessoas idosas e doentes. Atitudes que geram cada vez mais pobreza e miséria.
Existe ainda a preocupação global com as mudanças climáticas, com graves implicações ambientais, sociais, econômicas que constituem um dos principais desafios para a humanidade (Carta Encíclica Laudato Si, pág.23)
Somado a tudo isso, o mundo assiste a sangrenta e cruel guerra da Ucrânia, que acumula 5000 mortes de civis. Milhares de imigrantes deixaram tudo o que possuíam em busca de refúgio em outros países. Uma guerra que revoluciona o cenário político mundial e ameaça a vida de todo o planeta, com a possibilidade do uso de armas atômicas.
É dentro desse contexto, somos chamados a falar de paz, que é dom e sonho de Deus, oferecido a todos nós seus filhos e filhas. A Palavra de Deus, contida na Bíblia Sagrada, por diversas vezes, sinaliza esse sonho de Deus. O profeta Isaías, profetiza: “Sim vou criar um novo céu e uma nova terra...Vou rejubilar-me por Jerusalém e alegrar-me por meu povo, nela já não se ouvirão choro nem grito de dor”... No livro dos Provérbios: “A mente de quem planeja o mal é amarga; e quem aconselha a paz vive tranquilo” (Pr 12,20).Jesus, em João 14,27: “Eu deixo para vocês a paz, eu lhes dou a minha paz. A paz que eu dou para vocês não é a paz que o mundo dá”.
Jesus quer nos ensinar que a sua paz é a plena realização humana, é atitude de vida, é capacidade de discernir o caminho para conquistá-la, um caminho árduo, que nos desinstala, nos compromete, que deve ir além da nossa realização pessoal, intimista, pois não haverá paz enquanto existirem pessoas com falta de pão, emprego, acesso à saúde, educação, moradia, lazer; enfim, sem as mínimas condições de uma vida digna, que é direito de todos e todas.
A construção da verdadeira paz passa pela nossa conversão pessoal e comunitária. Conversão que se inicia com a compreensão de que nossa vida é dom e graça de Deus e por isso devemos acolhê-la na total liberdade e na abertura aos outros, a Deus e a natureza, seguindo os passos de São Francisco, que nos deixou um legado de respeito, contemplação e cuidado com os irmãos, a natureza e ao próprio Deus.
Hoje, somos chamados a viver a sinodalidade, cujo conceito é o comprometimento e a participação na vida e missão da Igreja. Somos os destinatários e ao mesmo tempo os protagonistas da Paz que Jesus nos deixou. Vivamos com alegria essa Boa Notícia e a cultura da PAZ será uma realidade no nosso meio.
“Quando o dia da paz renascer, quando o sol da esperança brilhar, eu vou cantar. Quando o povo nas ruas sorrir, e a roseira de novo florir, eu vou cantar”.
Confiemos, Ele vive e está no meio de nós. PAZ E BEM.
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