O encontro foi oportunidade de partilha das vivências, de refletir sobre o processo de reorganização... " de descobrir a riqueza que somos uma para a outra"
Depois de tanto tempo sem nos encontrarmos presencialmente, por fim, o tempo, a ciência, o cuidado nos permitiram este encontro.
No dia 17/01, já Laurentino se foi povoando de alegres exclamações, de calorosos abraços, de sorrisos felizes. Chegávamos de perto e de longe: de República Dominicana e de Rio do Sul; de Angola e de Aurora; do Paraguai e de Joinville; do Espírito Santo e de Agrolândia; do Rio de Janeiro e de Itapema; de Mato Grosso e de Taió; de Florianópolis e causa de muita alegria, Laurentino querido.
Com pesada bagagem ou apenas com a bengala-ajudante, trouxemos alegria e muito desejo de participar, de colocar um fiozinho, dar o nosso ponto no tecido da vida da Província, da Congregação. Um momento de preciosa oração, nos esquentou o coração para os 05 dias de encontro, partilha e celebração.
Irmã Ana, Ministra Geral, nos animou a seguir criando novos instrumentos para ir concretizando o sonho de Deus nesta terra, recriando o sonho de Amábile, Maria e Liduína na dinâmica de descer ao encontro dos/as esquecidos/as na própria dinâmica de Deus que nos cria e recria. Fácil não é, mas contamos sempre com o impulso da Divina Ruah que nos move e inquieta, questiona e suscita respostas, aponta caminhos, abre janelas e portas.
Como aperitivo para o ano, Ana Cláudia introduziu o tema do Cuidado, aquilo que realmente nos humaniza,que estará na base de nossas reflexões durante o Ano Capitular, solenemente aberto na celebração de Ação de Graças deste encontro. Também, acolhemos a participação de Irmã Isabel do Rocio, no momento ecônoma geral que, nos ofereceu uma visão panorâmica da caminhada de reorganização da Congregação, enfocando especialmente, o aspecto jurídico-administrativo.
O encontro foi oportunidade de partilha das vivências e dos sonhos, de refletir sobre o processo de reorganização da Congregação, de abrir mente e coração para o processo capitular deste ano, de ver as interpelações do momento e vislumbrar as luzes que ele projeta para nossa caminhada e também olhar com carinho para questões que merecem nossa atenção como aproveitamento de espaços, a saúde nossa, e outras propostas para a caminhada da província. Como o expressou Maria Lunardi, nossa ministra provincial, foi momento de “descobrir a riqueza que somos uma para a outra”. Claro, como tinha que ser, demos especial atenção ao tema do Ano Capitular e à indicação da secretária da entidade civil, tarefa até outubro do ano passado, exercida pela querida e saudosa Irmã Maria Diva.
A alegria do encontro sofreu um duro golpe com o impacto das notícias que nos chegaram de Rodeio, do nosso berço. As fortes chuvas que haviam caído na noite anterior, desmancharam parte das montanhas da frente e, nossa casa mãe, como grande parte da cidade, foram tomadas pela lama. Um dilúvio de lodo que, invadindo cada repartição da Casa Mãe, nos mergulhou em imensa tristeza, ao tempo que despertou uma forte onda de solidariedade feita braços para ajudar.
Imediatamente, várias Irmãs se dispuseram a somar no mutirão de limpeza e ajuda para fazer o ambiente acolhedor de sempre, substituir a desolação em que se havia transformado tudo. Vale dizer que não fomos as únicas solidárias. Os irmãos frades acolheram as irmãs idosas e enfermas no convento, onde também eram preparados os alimentos para todos/as. Os simpatizantes de vários grupos, como também outras pessoas da cidade que não haviam sido atingidas pelo desastre, estavam junto no trabalho. Muita gente enviou alimentos (até guloseimas) e material de limpeza. Tudo isto - uma grande amostra da bondade e generosidade de Deus plantadas no coração humano.
É preciso ressaltar a força que emanou de tudo o que encontramos - quartos arrumados, o ambiente com brilho de festa, a alimentação de sabor e qualidade. Força que foi crescendo com a beleza e profundidade dos momentos orantes, a condução e animação do encontro onde estavam impressos o esmero e carinho dos diversos grupos e pessoas responsáveis por eles.
Um calor especial veio a nosso coração na celebração eucarística com que coroamos o encontro e celebramos os jubileus de 50 anos (Ana Dair) e 70 anos de vida consagrada ( Edina Elisa Ropelato, Janice Saturnino e Verônica Haskel) . Conscientes do alto significado desta celebração, cantamos a glória daquele que é Fonte do chamado e agradecemos às jubilandas a força de seu testemunho e serviço na Congregação.
Com palavras de irmão/pai/pastor, em sua homilia, D. Onésimo nos animou a prosseguir, levando em nossos olhos o olhar de Jesus: terno com as crianças, misericordioso com a mulher humilhada, irado contra os fariseus e escribas, vigoroso no anúncio do Reino, surpreso diante sagacidade da mulher siro-fenícia, e da coragem da samaritana, na dor pela morte de seu amigo Lázaro... Olhar sempre profético, ajudando a aprender da vida: “olhem os lírios do campo” (Lc 12, 27), “aprendam dos pardais” (Lc 12, 24), “ela deu tudo o que tinha para viver” (Lc 21,4), o Filho do Homem é senhor também do sábado” (Lc 6,5) ... e tantas outras ocasiões.
E porque a ocasião o merecia, terminamos o encontro no refeitório, devidamente preparado com lindos ornamentos, deliciosos aromas e sabores, para todos os gostos. A refeição foi alegre, prolongada, bem fotografada para felicidade de todas, do bispo e funcionários também.
Por todas as mãos, por todos os corações que propiciaram a leveza e alegria deste encontro, “vamos louvar e agradecer, com humildade ao Senhor bendizer”.