“Infunde, pois agora em todos nós
Que como irmãos vamos refletir
A luz do teu saber e a força do querer
A fim de que possamos juntos construir.”
Padre Zezinho - SCJ
Nas terras sagradas de Porto Velho aconteceu, nos dias 08 a 10 de maio, o terceiro encontro das irmãs que marcam presença e atuam junto aos povos originários. O encontro teve por objetivo refletir a presença e missão com os povos originários, nestes tempos de Reorganização Congregacional.
Contamos com a assessoria, de forma on line, de Roberto Antônio Liebgott, do CIMI Sul, nos prestigiando com tema: Conjuntura Indigenista e, de forma presencial, do Doutorando Anastácio Peralta Kaiowá - Guarani com a reflexão do tema: Espiritualidade Indígena. E numa roda de conversa, on line, contamos com a presença da Ministra Geral, Irmã Ana Pereira de Macedo, que fez memória histórica da missão em nível de Congregação junto ao povos originários, trazendo presente os mais diferentes lugares onde as Irmãs atuaram e atuam.
Socializamos algumas ressonâncias desses dias: O Roberto trabalhou a força e resistência, lutas e conquistas dos povos indígenas. Nos recordou o artigo 231 da Constituição Federal onde apresenta possibilidades de os povos serem eles mesmos dentro de seu território. Com políticas públicas diferenciadas são protagonistas de suas lutas em defesa da terra, da vida e dos direitos. E o artigo 232, também da Constituição Federal, onde assegura sujeito de direito - espaço conquistado com muita mobilização e mobilização.
O assessor Anastácio com sua vivência Guarani Kaiowá, nos despertou a um olhar de profundidade, sem perder a essência da tecnologia espiritual, da interculturalidade do bem viver e a desconstrução do processo de colonização. Nos encantou a profundidade de sua fala e sua experiência de vida: “Somos a flor da terra. É preciso admirar a obra de Deus. A semente é um ser vivo que tem alma e tem vida. A natureza é o pão de cada dia. A terra curada é cheirosa e frutífera e é um ser Divino. É um corpo humano. A terra para nós é mãe. A natureza escuta fala e sente”, afirmou Anastácio.
Assim como São Francisco de Assis nos alimenta da espiritualidade da irmandade com toda a criação, nossos pés se põem a caminho no chão sagrado das aldeias. Neste encontro nos alimentamos da profunda Espiritualidade dos povos indígenas que nos fortalecem constantemente na vida e missão.