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11 Maio 2023
Maria caminha conosco

"Vem Maria mulher Teu canto novo nos ensinar,

Um Deus com rosto de Mãe vem aos pobres anunciar"

É gratificante falar de Nossa Senhora na vida da Congregação! Nascida em 1915, a Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas, tem desde sua origem, especial devoção a Maria, sob seus diversos títulos. Uma devoção entre as devoções que os bons colonos de Rodeio SC, berço onde nasceu a Congregação, trouxeram de além mar. Devoção vivida pelos imigrantes das regiões do sul do Brasil.

Imbuídas deste jeito de ser, desta cultura e tradição religiosa haurida na família, as primeiras Irmãs e todas aquelas que o Senhor chamou e concedeu o dom de viver o Carisma da Educação e Catequese na Congregação, Nossa Senhora, Mãe de Jesus e nossa, sempre teve lugar especial na espiritualidade das Irmãs Catequistas Franciscanas. Sempre invocada, a Ela eram entregues todas as preocupações com filial confiança.

A devoção a Nossa Senhora se registra no livro “Em resposta ao clamor do povo”, (Ede Maria Valandro, CF, 1990, p.35), onde se afirma que “em família se rezava diariamente o terço”. As Irmãs continuaram, a esta prática familiar, na fraternidade, na comunidade, na escola, na catequese como elemento da espiritualidade francisclariana que se consolidou na Congregação no pós-vaticano.

Neste sentido, ressaltamos algumas atitudes e virtudes de Maria que ajudam a fortalecer a fé e o compromisso, quando se percebe que Deus, ao enviar seu Filho ao mundo, recorreu ao coração e aos braços de Maria de Nazaré. A mãe de Jesus é verdadeiramente também mãe da Congregação. Ela testemunha como ser discípula de Jesus e como ser catequista, educadora da fé e da vida. Ela é fonte e modelo para a Vida Religiosa Consagrada.

O pouco que os Evangelhos apresentam a respeito de Maria, refletem muito da sua grandeza e de sua espiritualidade. Suas atitudes e virtudes são profundos conteúdos de reflexão para a vida das Irmãs. São itinerários de espiritualidade neste tempo de reorganização. Destacamos:

- a absoluta e total adesão à Palavra de Deus. Na fé, Maria alimentou uma profunda esperança na promessa que as Escrituras apresentavam a respeito do Messias. Sempre atenta Ela está inteiramente entregue a Deus. Por isso, sua resposta ao chamado para ser a mãe de Jesus, respondeu: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1, 38).

- disponibilidade para ajudar e servir. Como discípula, missionária, Maria vai anunciar a Boa Notícia à Isabel. “Maria partiu para a região montanhosa, dirigiu-se às pressas a uma cidade da Judéia, entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel” (Lc 1,39-40). É itinerante, é anúncio, é serviço.

- permanente atenção às necessidades das pessoas e da comunidade. Percebe a falta de vinho. Intercede, propõe. “A Mãe de Jesus disse aos que estavam servindo: Façam o que Ele mandar” (Jo 2,5). Jesus, diz: “minha hora ainda não chegou”. Todavia, realiza seu primeiro sinal, na festa de casamento em Caná. Maria é a discípula-mãe que anima a ouvir e fazer “o que Ele disser”.

- guardava a Palavra no coração. A atitude de silêncio e de escuta são relevantes no Evangelho de Lucas, tanto no relato de Apresentação de Jesus, como no episódio da perda e do encontro de Jesus no templo, Lucas registra: “E sua Mãe conservava no coração todas essas coisas (Lc 2,51). A escuta da Palavra e da vida, o silêncio contemplativo, são atitudes imprescindíveis em tempo de reorganização.

- Maria acompanhou a missão de Jesus. Está presente do início ao fim: de Caná ao pé da cruz. Compartilha, da preocupação dos familiares, “Sua Mãe e seus irmãos estão ali” (Mt 12, 46-50; Mc 3, 33-35). Com outras mulheres, acompanha Jesus até o seu momento de entrega ao Pai, enquanto o grupo dos discípulos o abandona.

- Jesus lhe confia a maternidade da humanidade. Quando o Evangelista João relata a paixão e morte de Jesus, esclarece: “Estavam em pé, perto da cruz, sua mãe, a irmã da mãe dele, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, vendo ali sua mãe, e ao lado dela o discípulo a quem ele amava, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde àquela hora o discípulo a recebeu em sua casa”. (Jo 19, 25-27). Maria assume a missão de MÃE da humanidade.

- presença materna e fraterna junto aos discípulos no início da Igreja. “Todos tinham os mesmos sentimentos e eram assíduos na oração, junto com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus (At 1,14). A presença da mãe de Jesus mostra Maria atuante na gestação da Igreja, na formação da primeira comunidade dos discípulos. É de supor que, pela força do Espírito e incentivo de Maria, “a Palavra do Senhor se espalhava e o número dos discípulos crescia” (At 6,7).

Nessas passagens, dentre outras, em Maria são percebidas, virtudes que a Irmã Catequista Franciscana é convidada a vivenciar no seu itinerário de amadurecimento na fé e seguimento de Jesus Cristo. Observa-se nitidamente Maria, a mulher-mãe do silêncio, da escuta, da simplicidade e humildade, do espírito de serviço, do compromisso participativo, da obediência, da coragem e da fé inabalável.

Há que se ressaltar que o mês de maio é sempre motivador. Ele fala de ternura, de afeto, da família, do amor, da mãe. Maio desperta uma sensibilidade maior, leva a retomar as origens e recordar práticas devocionais vividas na família, continuadas no tempo da formação inicial e amadurecidas hoje. Na Congregação, sempre se cultivou e o carinho e a devoção à Mãe de Deus, em especial ao Imaculado Coração de Maria que deu o nome a uma das Províncias.

Neste sentido, é oportuno recordar que, na década de 1950, foi construída uma gruta nos entornos da Casa Mãe, em Rodeio. As pedras eram carregadas com tanta devoção e com o sonho de ter uma gruta para que Nossa Senhora estivesse junto das Irmãs e das formandas. E se dizia: precisa ter um lugar para ajoelhar, um espaço para reunir o numeroso grupo das juvenistas e rezar a Nossa Senhora.

Esta memória traz presente o fato de que muitas foram as Irmãs e candidatas que junto à gruta fizeram seu encontro profundo com Jesus, pela mediação de Maria. A partir daí, superaram desafios e se dispuseram a seguir Jesus Cristo no Carisma da Congregação. Quantos agradecimentos, quantas súplicas, quantas lágrimas, novenas e homenagens a Nossa Senhora se realizaram na gruta...

Cabe ainda dizer que, ao longo da história da Igreja, Maria sempre teve destaque. É a mãe que conduz a Jesus. Os Documentos eclesiais apresentam Nossa Senhora “Mãe da Igreja”, “discípula fiel”, “modelo de fé”. O Documento de Aparecida diz: “Como na família humana, a Igreja–família é gerada ao redor de uma mãe, que confere “alma” e ternura” (n.268). “...é ela quem brilha diante de nossos olhos como imagem acabada e fidelíssima do seguimento de Cristo” (n.270).

Maria sempre esteve no coração das Irmãs Catequistas Franciscanas. No ser e agir transmitiram às comunidades o amor filial, a devoção e a consciência de quem é Nossa Senhora na vida cristã e religiosa como Irmã Catequista Franciscana.

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmãs Celestina Zardo e Tereza Costa