No prenúncio da Primavera, temos a alegria de celebrar o dia de Irmã Cléglia Ânesi. Embora de saúde frágil, seu estilo cativante e cheio de possibilidades, fazia de Cléglia uma mulher que florescia continuamente, superando dificuldades e cansaço. Comunicativa, dinâmica e atuante, estava intensamente presente em tudo o que fazia, cativando as jovens, o povo e as irmãs.
Na introdução do livro “A Ti, Irmã. Memórias de Cléglia Ânesi”, irmã Ana Lúcia Corbani escreve que, ao organizar o livro, encontrou “uma Cléglia tremendamente apaixonante, porque amante da comunicação, amante das relações interpessoais, amante do belo e do bom, amante da ousadia e da inovação, amante da missão, amante da vida. E, na sua mais nua e crua humanidade e fragilidade, amante do seu eternamente Amado”.
No mesmo livro, que nos ajuda a abrir o baú das lembranças, encontramos inúmeros relatos, documentos, testemunhos que nos mostram quem foi essa irmã que, mesmo tendo vivido apenas 38 anos, continua viva na memória de tanta gente, especialmente nas irmãs da Província que a tem como madroeira.
Cléglia é de uma família de migrantes. Vieram da Itália no final do século XIX, onde havia disputas entre países, epidemias e misérias. Trouxeram na bagagem o sonho de uma vida feliz. Essas raízes familiares favoreceram, em Cléglia, o desabrochar de uma grande mulher, que aprendeu a ter confiança em suas capacidades de vencer as dificuldades. Aprendeu-o pelo testemunho de sua família e comunidade na infância e, mais tarde, a partir da adolescência, na convivência entre as irmãs; aprendeu a desafiar seus próprios limites, a lutar na vida e ter confiança n’Aquele que dá forças e nunca falta com sua graça.
As irmãs que conviveram com ela em Rodeio, relatam que foi uma autêntica mulher consagrada, de uma intensa vida de oração. Sua fé atingia o essencial. Tinha forte devoção a Santa Teresinha e espelhava-se na Santa das Rosas, por cuja intercessão, deve ter recebido o dom e o espírito missionário. De profunda espiritualidade, tirava forças para sofrer no silêncio. Guardava muitas coisas no coração.
Foi com esse espírito missionário que Cléglia esteve em várias comunidades no Sul do Brasil, no serviço da formação inicial da congregação e, em 1965, aceitou o desafio de somar na missão em terras maranhenses. Ela falava de sua ida ao Maranhão como a “reviravolta” que há tempos aguardava em sua vida. Lá, ela viveu apenas um ano e faleceu, vítima de acidente automobilístico. Esse ano foi vivido com tamanha intensidade, que, antes de morrer, Cléglia deixou transparecer o quanto amou aquela terra e aquele povo a ponto de dizer “dou minha vida pelo povo do Maranhão”!
Neste 18 de setembro, celebrando os 57 anos da páscoa de Irmã Cléglia, em comunhão especial com a Província Cléglia Ânesi, pedimos a ela:
Irmã Cléglia, como irmã, mãe, mestra, amiga e conselheira, intercede por nós!
Inspira-nos coragem, confiança, ousadia, paixão, simplicidade, inteireza, alegria, paciência, dinamismo, ternura, resiliência...
A força do teu testemunho nos ajude a viver plenamente os nossos dias, encha-nos de coragem para ultrapassar as fronteiras do nosso coração e alargar a linha de nosso horizonte!
Intercede por todas as irmãs, formandas e simpatizantes, neste movimento dinâmico da Congregação, no processo de reorganização que vivemos!
Intercede por nós ao Senhor, para sermos fiéis em nosso SIM, como anunciadoras da esperança e da alegria!
Obs.: Este texto foi escrito a partir do livro: “A Ti, Irmã. Memórias de Cléglia Ânesi”. Livro organizado por irmã Ana Lúcia Corbani, 2009. Vale a pena ser lido!
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