O Deus encarnado e as irmãs

no meio do povo,

duas imagens que dialogam

entre si: motivação e resposta !

O seguimento de Jesus Cristo, segundo o Carisma da Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas, caracterizado pela simplicidade, disponibilidade e alegria, se concretiza vivendo em pequenas irmandades e na missão no meio dos pobres.

Olhando a história da Congregação com um olhar contemplativo, vemos gravada no horizonte e no chão dos caminhos já percorridos, a seta orientadora que brota da vida simples das Irmãs em diferentes lugares, regiões e países inspirada no Mistério da Encarnação.

Primeiros passos da vida no meio do povo - O primeiro passo da vida missionária das Irmãs no meio do povo, foi junto às famílias. Já em agosto de 1913, Amábile Avosani deixou sua família e foi para a localidade de Aquidaban, hoje município de Apiúna. Hospedou-se na casa do Sr. Luiz Cerutti, distante dois quilômetros da escola onde ia trabalhar. No ano seguinte, Amábile hospedou-se na casa do Sr. João Cereale. De fato, já se desenha aqui um estilo de vida itinerante, simples que acontece bem junto do povo e com o povo.

O caminho da proximidade foi crescendo e em 1915, Amábile foi morar na casa que o povo construiu junto à escola de Aquidaban. Enquanto isso, Irmã Maria Avosani e Liduína Venturi, partiram para a localidade de São Virgílio – Rodeio, para assumir os trabalhos escolares e comunitários. Nesta ocasião hospedaram-se na casa do Sr. Giosepe Tambosi. Aqui também, do mesmo jeito do povo, caminhavam descalças para dar aulas. Um grupo de crianças sempre as acompanhava com sede de aprender e ouvir belas histórias!

Hoje, Irmãs e Simpatizantes são convidados a olhar dentro do espelho da dinâmica da Encarnação, todos os dias! A contemplação do cotidiano simples, mas tão eloquente vivido na aurora da Congregação, tem a força de continuar iluminando nossas escolhas. O dia a dia da pequena irmandade que cuida de todas as dimensões da existência, vivido no compasso do povo, pode contribuir hoje para nos libertar da dispersão ansiosa, das respostas automáticas e da vida fragmentada.

Quem sabe, passado tanto tempo devêssemos hoje, nos aproximar do Deus que vem ao nosso encontro como criança pequenina; aproximar-nos como aquelas crianças calmas e encantadas que entram na caverna e remexem o baú antigo, tirando dele coisas novas e velhas!

A dimensão da vida cotidiana - Entendemos que a vida simples e as necessidades do povo simples foram a substância real da experiência missionária das origens da Congregação. O cotidiano não é heroico, mas é solene. Hoje, esta experiência banhada de grande simplicidade, reluz iluminando nossos caminhos e nossas opções como Irmãs e como Simpatizantes.

Do jeito de viver e anunciar das primeiras Irmãs brotam motivações para ater-nos à graça do Carisma. Da vida compartilhada com o povo simples, nos vem luzes para abraçar hoje uma vida simples, alegre e sóbria! No início éramos poucas, pequenas e frágeis, mas incandescentes! “Arde e ilumina” era uma senha forte que nos fazia repartir o pouco que tínhamos, enquanto suportávamos as intempéries.

O desafio de estar junto - Em tempos de tantas conexões sem rosto, a vida encarnada no meio do povo nos interpela, a escutar e a olhar a vida mais de perto, a acompanhar quem já não consegue andar tão depressa... olhar as feridas e dar-se conta da importância do presencial de detalhes sutis, dos processos da terra e da natureza, a encarnar e a anunciar o Reino de Deus a todos os povos!