“Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã nossa, a mãe terra que nos sustenta e governa...”
Iniciamos na manhã do dia 27 de dezembro, o segundo dia de capítulo. As capitulares foram conduzidas pela personagem bíblica Rute, que recolheu as diversas espigas que nos acompanharam durante esse tempo capitular: Espiritualidade, Comunicação, Tecnologia, Relações Fraternas, Coordenação Compartilhada, Serviço de Animação Vocacional e Juventude, Recursos Humanos, Espaço de Missão, Simpatizantes, Cuidado da vida humana em todos os aspectos e da Casa Comum. Esse primeiro momento foi um Olhar para os horizontes, fazendo Memória e tecendo esperança.
Em seguida, a assessora Moema Miranda nos provocou a olhar para o horizonte externo: mundo, Igreja e Vida Religiosa. Ela nos orientou a pensar em um mundo formado por diversos microorganismos, com uma realidade muito complexa de seres, onde tudo se interliga para garantir a vida de todos. Nesse sentido, refletimos sobre um contexto no qual humano e não humanos são companheiros em um mundo ardente, recordando que, 2023 foi o ano mais quente nos últimos 125 mil anos! Tudo está interligado. E sendo assim, é preciso enfrentar o problema, evitando fingir que o problema não existe. Sobre a questão socioambiental, a chamada transição renovável apresenta-se como solução, mas gera consequências inimagináveis para o futuro. É preciso olhar essa realidade como catástrofe e não como crise. A catástrofe é muito mais desafiadora, pois o mundo que virá não é conhecido, e a realidade do domínio do capitalismo é assustadora, numa perspectiva de continuidade do processo colonizador, explorador e exterminador. A realidade das mudanças climáticas que impacta a vida de todos os seres, é resultado de alianças dos grandes projetos do capital que se une aos poderes religiosos ultraconservadores. Diante de toda a reflexão feita, Moema Miranda nos perguntou: e a Vida Religiosa Consagrada, como está diante de tudo isso? Finalizou nos provocando a perceber a Terra como mãe que sustenta e nos governa. Precisamos continuar acreditando que a nossa resistência garante a existência, a partir dos pequenos, pobres, comunidades tradicionais e povos originários.
Após esse momento impactante de perceber a realidade externa, a Irmã Ana Fusinato nos levou a olhar o interno da província: uma visão geral da Congregação, apresentando que a dinamização dos polos contribuiu para a reflexão sobre a realidade interna. Na parte da tarde, seguimos para o momento de prestação de contas do quadriênio 2020-2023, feito pelas responsáveis pela parte jurídico administrativo, Irmã Bernadete Buffon e Lucimar Techio e assessores. Na sequência a Irmã Iria Minosso fez a memória da vida-missão da província no quadriênio, destacando os aspectos mais marcantes. Concluímos com a avaliação do quadriênio, retomando as espigas colhidas por Rute. De forma orante, e em grupos, nos questionamos como podemos fazer as “espigas” produzir bons frutos? Quais os aspectos desafiadores e que luzes surgiram? O segundo dia de capítulo foi finalizado com a mística de Maria Madalena e outras discípulas de Jesus, cantando o refrão “Anunciadoras da esperança, com confiança e alegria”.
Até aqui o Senhor nos conduziu. E, certamente, daqui pra frente, Ele nos conduzirá.
