"Um ano não, padre.
Nós queremos ficar sempre!"
O dia 20 de fevereiro é um dia especial para a Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas e para os grupos de Simpatizantes do Carisma. Nesse dia fazemos memória da páscoa de irmã Maria Avosani que, entre as três primeiras, destacou-se pela iniciativa de uma resposta pronta e entusiasmada à pergunta de frei Policarpo:
- Vocês prometem ficar ao menos mais um ano? - Um ano, não, padre. Nós queremos ficar sempre!
Essa resposta ainda hoje faz arder o coração de todos aqueles e aquelas que abraçaram o carisma iniciado por Amábile, Maria e Liduína, e renova nossa adesão ao modo de vida por elas iniciado.
Do livro Madre Maria Avosani da autoria das irmãs Ede Maria Valandro e Tereza Valler, recolhemos alguns trechos que nos ajudam a revisitar a presença forte de irmã Maria Avosani nas origens da Congregação.
Celebrar Maria Avosani nos lembra que o grande desafio da educação permanece, como uma dívida histórica com os mais pobres. Foi a necessidade de professoras que garantissem a educação dos filhos dos imigrantes italianos, que fez Maria deixar a casa paterna e tornar-se com muito esforço uma educadora. “Sob o sol, ou sob a chuva, afundando os pés descalços na lama ou no pó, rodeada pelo grupo de alunos, que aumentava ou diminuía à medida que se aproximavam da escola ou da casa, ela caminhava em seu passo lento e firme, rosto tranquilo e sorridente, olhando com carinho as crianças, que ao seu redor, disputavam um lugar para caminhar junto dela. Numa das mãos levava os cadernos com as lições preparadas sob a orientação da irmã Clemência Beninca.”
Nesse tempo de reorganização, quão saudável é olhar para as origens e aprender a conviver com as incertezas. O “sempre pronunciado” pelas três primeiras, por intermédio de Maria, era sincero e firme. Elas, entregaram-se totalmente e por toda a vida a Deus. Mas não sabiam como era o caminho a percorrer... Porque não havia caminho. Eram elas mesmas, no meio de muitas incertezas, mas muito atentas a voz do senhor e aos “sinais”, que iam abrindo um novo caminho.
Para o ideal de irmandade que abraçamos, como é inspirador ler o registro do que se testemunhou da pessoa de irmã Maria Avosani. “Sua presença dava outro clima em qualquer parte onde se encontrasse (...) estar com ela significava tomar novo ânimo”. (...) “Estimulava e animava as irmãs e também onde era necessário, corrigia sempre com carinho, mas também com coragem”.
Quando a tentação da desesperança e impotência algumas vezes nos assalta, recordemos que tal como a vida do Filho de Deus nessa terra, “Não vamos encontrar na vida de Maria Avosani, coisa alguma de extraordinário. Tudo em sua vida foi comum. A família era humilde. A terra de onde veio, tão pequena...Foi simples professora de primeiras letras... a grandeza de Maria Avosani está no grande amor que colocou em tudo que fazia.
Que a memória de irmã Maria Avosani nos ajude a nos comprometermos sempre com uma educação pública de qualidade para todos; a nos abrirmos às possibilidades de aprendizagem que o inesperado e o incerto trazem; “a sermos anunciadoras da esperança, com confiança e alegria” e a crescermos na capacidade de amar.