“Os povos indígenas precisam ter suas terras demarcadas e protegidas para que as gerações presentes possam ter um futuro com dignidade”. Este clamor ecoa de todos os povos indígenas participantes da 23ª sessão do Fórum Permanente sobre Povos Indígenas, que ocorre na cidade de Nova York, de 15 a 26 de abril, com o tema "Juventude Indígena e autodeterminação".
Uma delegação composta por representantes dos povos indígenas da Pan-Amazônia, da Rede Eclesial Pan-Amazônica, do Conselho Indigenista Missionário, da Conferência Eclesial da Amazônia, do Programa Universitário Amazônico e da Cáritas Espanhola, que formam a rede de apoio nas incidências internacionais, trazem a voz dos povos da Amazônia, tão duramente violentada pelos inúmeros empreendimentos e projetos de lei, como a Lei 14.701 que normatiza a tese do Marco Temporal e inviabiliza o avanço das demarcações de terras no Brasil, assim como atenta contra a integridade física, cultural e territorial dos povos indígenas no Brasil.
O encontro com o relator especial da ONU para assuntos indígenas, senhor Francisco Calli, foi um espaço para denunciar as inúmeras violências e violações de direitos que acontecem na Amazônia, deixando os povos indígenas em situação de extrema vulnerabilidade, especialmente os povos que estão em situação de isolamento e risco de extinção.
Um momento muito significativo desta incidência foi a reunião com a assessora do secretário-geral da ONU, Alice Wairimu Nderitu, para a prevenção de genocídio, onde foi apresentada a iminente situação de genocídio vivida pelo povo Karipuna e os povos isolados do estado de Rondônia, devido à intensa invasão de seu território, com a entrega de uma carta do povo Karipuna, na qual colocam a situação de grave violação de direitos e pedem socorro, devido à ineficácia do Estado brasileiro em protegê-los em sua integridade física, cultural e territorial.
Os povos indígenas de todo o mundo, durante toda a semana, continuarão debatendo as realidades de seus territórios, cobrando medidas eficazes para a proteção e garantia de seus territórios ancestrais e, dessa forma, promovendo o protagonismo dos povos indígenas no mundo.
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