Maria é uma mãe amorosa, e sob seu manto cada filho encontra refúgio. Foi através dela que Deus se fez Carne, e é por meio de Maria que Ele continua a se manifestar na vida dos povos. Como afirmou o Papa Francisco, Nossa Senhora fala a língua materna, a linguagem que entendemos mais profundamente. Ao rezar e refletir sobre a presença de Maria na Bíblia, percebemos a abundância das graças que ela recebeu de Deus. Uma mulher simples, humilde, proclamada bem-aventurada por todas as gerações, ela viveu com intensidade graças à sua entrega total, que resultou em um encontro pessoal e mistagógico com Deus por meio de Jesus Cristo.
Maria, nossa Mãe e Mãe de Jesus, acolheu a Palavra de Deus e a carregou dentro de si. Sua vocação divina permaneceu firme mesmo nos momentos mais desafiadores, seguindo sempre com fé e determinação para servir ao Senhor.
Pensar no cotidiano de Maria nos lembra de todo o plano de Deus, que envolve cuidado pela vida e pela criação. Rememorando o anúncio do Anjo Gabriel, recordamos o momento em que ela deu seu grande "sim" a Deus, tornando-se mãe de Jesus através da ação do Espírito Santo.
Durante a gestação de Jesus, Maria continuou sua missão com graça e generosidade, visitando sua prima Isabel, que também estava grávida, apesar da idade avançada e da suposta esterilidade. Maria não apenas ofereceu ajuda prática, mas também transmitiu alegria à comunidade. Seu cântico profético, o Magnificat, foi como um perfume que permeou a vida daqueles que clamavam por justiça. Sua dedicação à educação e à vida de Jesus se revelou quando ela o encontrou no templo, entre os doutores da Lei, crescendo em sabedoria e graça.
Maria também esteve ao lado de Jesus quando Ele realizou seu primeiro milagre nas bodas de Caná da Galileia, e permaneceu com Ele até a cruz, suportando a dor de ver seu filho sofrer. No Pentecostes, ela estava com os primeiros apóstolos, desempenhando um papel fundamental na formação da nova comunidade com a vinda do Espírito Santo. Assim, Maria tornou-se mãe de todos nós, porque pertencemos à mesma família em Cristo.
Diante das guerras, fome, desigualdade e exploração da vida humana e do planeta, qual é a nossa resposta, seguindo o exemplo de Maria? Somos convidados a continuar no caminho que ela trilhou. Com o apelo do Papa Francisco por uma “Igreja em Saída”, a Vida Religiosa Consagrada é chamada a ser profética, concretizando iniciativas que vão na contramão de sistemas opressivos, mantendo uma abordagem mais humana e solidária.
Maria, Mãe da Terra, Mãe da Igreja, Mãe da Humanidade, mostre-nos o caminho da vida, do amor e do cuidado. Que sua luz ilumine nossa jornada de anúncio e profecia. Com corações ardentes e pés a caminho, como Francisco, Clara de Assis e as primeiras Irmãs, avancemos com alegria e coragem pelo caminho que Maria percorreu, explorando as profundezas do amor, do tempo, do mistério e da história.