"Não esqueçam: iniciar processos, traçar caminhos, ampliar horizontes, criar pertencimento. [...] Nada de atalhos, vamos ser fermento! Sujar as mãos!"Papa Francisco
Na alegria do reencontro, nós irmãs junioristas e irmãs acompanhantes do juniorato, chegamos a Casa Mãe, em Rodeio – SC, para celebrar a vida na circularidade das nossas relações de irmandade e no aconchego da fonte que acolhe, sacia, inspira, renova, alimenta a caminhada. O espaço favoreceu a vivência de inúmeros encontros: conosco mesmas, com o grupo de junioristas, com as irmãs idosas que vivem na casa, com a história da congregação, com diferentes culturas, com a biodiversidade da região, com nosso projeto de vida... que se fizeram entre memórias e sonhos e se tornaram experssão da voz de Deus em nossas vidas!
Na manhã do dia 19 de julho, inspiradas no texto bíblico de Jr 18, 2-6, colocamos nossas mãos na argila e modelamos as realidades e os territórios onde estamos inseridas. Na diversidade do que somos, partilhamos as obras de arte por nós talhadas, expressando nossos sonhos, projetos, ritmos, ritos e desafios superados no cotidiano.
Na parte da tarde, continuamos interpeladas a refletir a temática do encontro sobre Direitos Humanos e o compromisso francisclariano com a transformação socioambiental, com a assessoria de Gabriela Consolaro, que nos motivou de maneira dinâmica, criativa e lúdica, a trilhar um itinerário formativo, a partir da mística do cultivo: 1) Conhecer a terra: qual a realidade e os desafios do nosso território? 2) Preparar o solo: quais os direitos que devem ser garantidos para todas e todos? 3) Plantar a semente: o compromisso francisclariano com as causas sociais. 4) Regar e cuidar: as possibilidades que já existem e as que podemos construir na garantia de direitos.
Nesse caminhar, ao amanhecer do dia 20 de julho, celebramos o dia do amigo e da amiga, nos aconchegando na Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, com um momento orante que nos levou a expressar o que queremos semear nos nossos territórios, a partir do evangelho de Mt 13,18-23, enquanto cantávamos o refrão “Põe a semente na terra e não será em vão!”. Em seguida, aprofundamos a reflexão sobre as macro opressões que atingem as comunidades tradicionais, povos indígenas e povos vulnerabilizados pelos diversos tipos de violências atuais. Após esse contato com as problemáticas, a assessora apresentou os diversos aspectos e garantias dos direitos humanos, alargando as concepções dos direitos de maneira integradora na relação entre ser humano e demais seres do cosmo. Concluímos o dia rezando passagens bíblicas e textos das fontes francisclarianas que apresentam Jesus encontrando com pessoas e situações em que os direitos eram negados e resgatando a dignidade da vida e das relações humanizadoras.
Ao tatear a terra, plantamos sementes de esperança, de amor, de vida e de girassóis. Assim amanhecemos no dia 21 de julho e, como proposta de ação para as nossas irmandades, trilhamos os passos do conhecimento e compartilhamento da Economia de Francisco e Clara, mergulhando nos exemplos concretos já vivenciados pelas Casas de Francisco e Clara no Brasil, como alternativas na construção de uma nova economia, através de hortas comunitárias, economia solidária, formação e conscientização política, fortalecimento de redes e parcerias, iniciativas individuais e coletivas, aprendizado do bem viver.
Bendita a fonte que nos saciou e fortaleceu para a missão! Bendita a vida que nos fez utopia semear! Bendito sejas, Senhor, pelo carisma que nos entrelaçou, na Paz e no Bem!