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28 Dezembro 2024
FRANCISCLAREANDO - Olha, Medita e Contempla

 

Será mesmo o Natal um tempo mágico tal como o propaga a sociedade de consumo e os meios de comunicação seus fiéis vassalos? A narrativa evangélica não retrata magia nem alvoroço. O que se nos apresenta aí é a crua pobreza de uma mulher que, no caminho inóspito de viagem sem muito sentido, já sente as dores do parto; é a agonia de um homem que não encontra lugar para se albergar com sua esposa grávida para que possam viver com dignidade e o mínimo conforto este precioso momento de alegrar o mundo com um novo choro. Um choro que vai provocar alegre viagem de Anjos, para reunir pobres pastores em torno a este Menino que veio à luz no mesmo lugar em que eles costumam descansar com seus rebanhos. Veio para ser Luz e clarear tantas veredas obscuras do pensar e agir humanos; veio transformar nossa vida pela revelação de Deus como Amor que exige amorosa resposta; veio para levantar a pobre humanidade da poeira, para redimir toda a criação e mostrar o caminho único da felicidade buscada e querida: o aconchego da intimidade com o Deus Pai que nos acolhe com ternura de mãe.

Clara mergulha neste mistério da Força que se faz fragilidade, do Autor de toda riqueza que se se faz pobre e nasce num abrigo de animais. Este mistério é um convite à contemplação extasiada que ela dirige à sua amiga Inês:

“Contempla diariamente este espelho, ó rainha e esposa de Jesus Cristo. Observa nele o teu rosto ... Contempla, no princípio deste espelho, a pobreza, pois está colocado no presépio e envolto em paninhos. Oh maravilhosa humildade! Oh admirável pobreza! O Rei dos anjos, o Senhor do Céu e da terra reclinado num presépio! ... Veja como por você Ele se fez desprezível e o siga, sendo desprezível por Ele neste mundo. ... Com o desejo de imitá-lo, olha, medita e contempla e que o teu coração se inflame na sua imitação.”. (4In15-16a; 2In 19-20a).

Diante do evento Natal, Francisco é todo júbilo, exultação, alegria terna com tons de infantil regozijo, pela chegada deste Menino pobre e frágil. Reveste-se de ternura materna mesmo diante da imagem do Menino. A contemplação do Mistério da Encarnação acende em seu interior, o fogo do amor entranhado por todas as criaturas, porque entende que, para toda a criação que geme em dores de parto, nasceu a gloriosa Libertação.

“E veio o dia da alegria, chegou o tempo da exultação. De muitos lugares foram chamados os irmãos. Homens e mulheres do lugar, coração em festa, prepararam como puderam tochas e archotes para iluminar a noite que tinha iluminado todos os dias e anos com sua brilhante estrela.

Por fim, chegou o santo e, vendo tudo preparado, ficou satisfeito. Fizeram um presépio, trouxeram palha, um boi e um burro. Greccio tornou-se uma nova Belém, honrando a simplicidade, louvando a pobreza e recomendando a humildade. A noite ficou iluminada como o dia: era um encanto para os homens e para os animais.

O povo foi chegando e se alegrou com o mistério renovado em uma alegria toda nova. O bosque ressoava com as vozes que ecoavam nos morros. Os frades cantavam, dando os devidos louvores ao Senhor e a noite inteira se rejubilava. O santo estava diante do presépio a suspirar, cheio de piedade e de alegria.

A missa foi celebrada ali mesmo no presépio, e o sacerdote sentiu uma consolação jamais experimentada” (1Cel 85).

Nestes dias, o Papa Francisco chamou atenção sobre o fato de que a sociedade se lembra mais do Papai Noel que do verdadeiro “dono da festa”. Talvez também nos, lembremos mais os adornos da casa que a preparação interior; nos preocupamos mais em colocar luzes que em receber a verdadeira Luz que nos ilumina (cf Jo 1,9s); pensamos mais nos presentes que em abrir o coração para o grande Presente de Deus para o mundo.

Celebremos o Natal como o celebravam Francisco e Clara, imbuídos/as da alegria do coração que abraça a vida, a liberdade, a redenção. Sejamos “mães de Jesus levando-o em nosso coração e em nosso corpo, pelo amor divino e a consciência pura e sincera; dando-O à luz pelo santo agir, que deve iluminar os outros com o exemplo” (cf 1Fi 10). Celebremos como as crianças celebram com seus presentes e brinquedos novos. Celebremos como celebra a mãe quando recebe nos braços o filho recém-nascido. Celebremos com alegria, celebremos com festa, com abraços e presentes.

Celebremos o Deus que se faz um de nós, que vem caminhar conosco, viver nossa vida, redimir nossa história. Feliz, muito feliz Natal.

 

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmã Maria Fachini - Catequista Franciscana

Comentários  

#1 cicaf 15-01-2025 10:17
Maria, muito profundo e contextualizado o texto. Obrigada, por esta partilha de dons.

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