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08 Março 2025
Em Memória Delas...

 

A resistência tem nome. A resistência tem nomes e se fortalece quando fazemos memória desses nomes e suas histórias. No Dia Internacional da Mulher, com a ajuda de irmã Zenilda Novaes Rocha, Madalena Maria de Jesus, Elza Francisca Serafim e Maria Benedita da Silva, queremos fazer memória de uma grande mulher.

IRMÃ ELZA GIOVANELLA

MULHER – com todas as letras maiúsculas

PRESENTE EM NOSSO MEIO!  

 

 

Engajada na luta com as mulheres.

 

Livre, feliz e libertadora.

 

Zelosa com os pequeninos na pastoral da criança.

 

Amorosa, criativa, crítica e decidida na pastoral da mulher.

 

 

 QUEM É ESTA MULHER? Vamos re-cor-dar uns traços de sua história gravados em nossa memória, mas principalmente no coração.

Irmã Elza Giovanella nasceu no dia 02 de novembro de 1925 em Rio dos Cedros – SC num lar autenticamente cristão, onde aprendeu que o amor a Deus passa pela entrega dedicada, generosa e alegre aos irmãos. Com apenas treze anos ingressou no juvenato da Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas em Rodeio Santa Catarina e em 25 de dezembro de 1946 fez sua Profissão Religiosa solene e definitiva. Em Santa Catarina assumiu a Educação em diversas localidades e, em 1963, foi nomeada Diretora da Escola Sagrado Coração de Jesus, em Rondonópolis- MT.

Integrou o Governo Geral da Congregação como Conselheira e exerceu o serviço de Ministra Geral por dois mandatos consecutivos de 1967 a 1977, período de mudanças profundas e radicais, imediatamente após o Concílio Vaticano II. Lutou com coragem, audácia, firmeza e muito humor para adequar a vida e a caminhada da Congregação às exigências e orientações do referido Concílio.

Sua coragem jovial e seu ânimo alegre fizeram-na retornar aos estudos, no convívio com a juventude aos 50 anos de idade. Em 1980, vitoriosa, concluiu o Curso de Serviço Social nas “Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso em Campo Grande – MS

Com seu dinamismo incansável, seu espírito elevado e solidário, lutou em defesa da vida, a partir de 1986 nas comunidades do Distrito de Vila Operária e nas periferias de Rondonópolis como Coordenadora da Pastoral da Mulher na Diocese e Coordenadora Paroquial da Pastoral da Criança. Desenvolveu inúmeras atividades junto às crianças nas creches, mas vamos encontrá-la também junto aos idosos, presidiários, favelados, despejados, sem-terra e sem teto.

Era incansável na orientação de encontros e cursos sobre medicina e alimentação alternativa. Atendia regularmente mais de 700 crianças e 30 líderes de creches em 17 comunidades. Sempre se empenhou em oferecer meios para a comunidade crescer como: máquinas de costura, fogões, filtros, telas e tudo o que pudesse contribuir para a promoção da mulher. Animava o grupo de mulheres com brincadeiras e cânticos.

Gostava de cantar “O sonho de tantas Marias” quando se reunia com os Clubes de Mães.  Era o seu jeito de promover o desabrochar de uma consciência crítica sobre os direitos, dignidade, organização e libertação da mulher na sociedade atual.

Conversamos com um pequeno grupo de mulheres da Vila Operária, que conviveu muito de perto e atuou com Irmã Elza nas lutas e atividades da Pastoral da Criança e Pastoral da Mulher. São elas: Madalena Maria de Jesus Oliveira, Elza Francisca Serafim, Maria Benedita da Silva.

  • Irmã Elza era grande conselheira e amiga que conversava, orientava e ajudava muito. Fazia um verdadeiro trabalho de orientação do familiar.
  • Para mim, Irmã Elza foi um testemunho de mulher de fé, trabalhou com amor, dedicação e se doou pela causa das mulheres, das crianças e idosos, sempre com muita disposição. Trabalhou a Pastoral da Mulher e da Criança em várias comunidades na zona urbana e rural.
  • Irmã Elza para mim foi e continua sendo um testemunho de vida. Deu muitos exemplos para minha família e comunidade. Lutou pela formação, promoção (empoderamento) das mulheres da comunidade. Deixou um exemplo de partilha com gestos concretos. Para nós da Vila Operária, Irmã Elza fomos um anjo, uma grande guerreira, uma grande mulher.

No dia 22 de outubro de 1997 Irmã Elza fez o ofertório definitivo de sua vida a Deus na UTI do Hospital Universitário de Campo Grande. Seu corpo foi recebido pelo povo da Paróquia São José Operário com muitos fogos, palmas, flores, e com o repicar dos sinos, tudo como ela havia pedido, ao prever sua partida definitiva: “Eu quero partir do meio do meu povo, com muita festa, muitas flores, muito canto”. 

Ao partir para a eternidade, Irmã Elza, nos deixou um grande legado: seu espírito de mulher guerreira, defensora dos direitos da MULHER, irmã e mãe dos pobres, companheira e amiga em todos os momentos e testemunho de missionária alegre, fervorosa e dedicada. Em memória dela, vamos juntas, avançar com confiança e alegria na direção de  uma Igreja e uma sociedade de equidade e paz.

O Hospital Regional, uma Escola Municipal e uma Rua no Bairro Padre Ezequiel Ramin em Rondonópolis foram batizados com o nome de Irmã Elza Giovanella.

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmã Zenilda Novaes Rocha, Madalena Maria de Jesus,Elza Francisca Serafim e Maria Benedita da Silva