“Nosso Deus é muito cordial...” (Irmã Liduina).
Sim, a que respondia pelo número 01, já foi batizada: com muito amor, quase por unanimidade recebeu o nome de uma das que “primeiro abriram a estrada”.
O encontro teve lugar em Laurentino/SC, lugar de acolhida cálida, de abundância dos dons de Deus, particularmente de frutas e verduras frescas.
O encontro foi nosso e sobre nós, sobre nossa vida, nossa organização. Começamos em grupos sobre nossa viagem, e como nos sentimos como mulheres e como consagradas. Cada uma partilhou três qualidades que reconhece em si mesma. A apresentação dos grupos no plenário, através de um símbolo, já foi um festival de criatividade e levíssima beleza.
No compartir esta vivência, entre outras coisas, destacamos:
- Na soma de nossos anos de vida e de consagração, somos uma oferta que Deus deve olhar e acariciar com grande amor; ainda temos vigor capaz de mudar o mundo
- O conjunto de nossas qualidades forma um bouquet perfumado e colorido que alegra os olhos e o coração dAquele que nos chamou a ser “Irmãs do Povo”
- É um privilégio viver o Projeto de Vida que assumimos, nesta companhia, nesta Irmandade.
Depois da partilha, que nos encheu de ânimo e alegria, voltamos aos grupos para externar algo que tocou nosso coração. E o júbilo ainda ficou maior porque vimos que temos limites, sim, mas que infinitas qualidades nos adornam; ainda, podemos aprender a escutar sem nos defender; mostrando nossa verdade, podemos nos compreender mais profundamente; somos um belo concerto e por isso queremos sempre estar nesta harmonia e perguntar-nos honestamente em que ainda desafinamos; temos em nossa caminhada companheiras, irmãs como Maria, Amábile e Liduina, mulheres corajosas e decididas. A vida é dialética, por isso, conflitos também podem ser olhados com mais serenidade.
Neste processo, temos ajudas valiosas no assumir da formação permanente, estudos e reflexões, terapia, acompanhamento espiritual, a prática da Leitura Orante da Bíblia que nos dão olhos para ver a Irmã com os próprios olhos de Deus.
Como síntese de tudo o que refletimos, ouvimos a leitura do Espelho da Perfeição: O frade perfeito (EP 85). Não existe um só, a perfeição está na soma das qualidades de todos. Que Deus nos dê olhos para ver as qualidades em nossas irmãs!
E, num momento de memória emotiva e afetiva, trouxemos presentes as Irmãs com quem já convivemos: as que ainda exercem sua missão entre nós e aquelas que já moram na glória celeste.
Na sequência, em grupos, nos debruçamos sobre a missão da irmandade contextualizando-a no chão em que vivemos. Consideramos nossas possibilidades, nossas condições físicas e a realidade socioambiental, educacional e eclesial, com atenção sobre a questão migratória, os povos originários, o crescimento do número de pessoas em situação de rua, o uso indiscriminado de agrotóxicos e nos perguntamos: Qual será a marca de nossa atuação na região em que vivemos?
A Região Missionária é a organização de nossas forças, o que nos pede para sair de nosso “cantinho” e acolher quem chega, sobretudo, acolhendo com o coração a migração interna e externa, alargando nossa tenda e nosso abraço.
Até aqui foi o fecundo primeiro dia.
O segundo dia começou com celebração da vida e poesia linda e profunda: “Na Dança Francisclariana” de nossa querida Carmelita Zanella. E uma alegre chegada de Marlene dos Santos, nossa Ministra Geral.
O tema deste dia são as Decisões do XXV Capítulo Geral, entre elas a criação das 8 Regiões Missionárias, um dos aspectos da Reorganização da Congregação. Um contemplar esperançoso do painel da formação inicial que nos alegrou e provocou na perspectiva intercultural.
Querendo ser Irmãs do Povo, conhecedoras do chão onde pisamos, damos uma olhada cuidadosa sobre as demandas em nossa região e quais nossas perspectivas.
Abertos alguns caminhos, vamos a uns pontos práticos. Primeiro, foi o batismo da Região Missionária. Liduina Venturi foi o nome que ela recebeu. E para caminhar em unidade, elegemos as articuladoras: Maria Lunardi, Celestina Peron e Marlize Ignácio dos Santos. Ainda escolhemos Regina Maria Cazaroto como representante na Equipe do SAV e Carmelita Zanella para a equipe dos Simpatizantes. Mui bela e competente equipe!
Encerramos o terceiro dia com a certeza de que o encontro foi bonito, leve e nosso. Saímos com mais clareza sobre o caminho a seguir e dispostas a dar o melhor de nós mesmas ao Mestre que caminha à nossa frente. Previmos um próximo encontro para maio de 2026 e voltamos a nossas casas com ânimo renovado e esperança mais firme. Somos gratas à equipe que coordenou os trabalhos, Ana Fusinato, Maria Aparecida Marques Fernandes, Luzia Bertoldi. Obrigada pela acolhida, Irmãs da Casa Maria de Nazaré, Centro Vida e Paz, equipe de cozinha e de limpeza pelo bom ambiente e saborosa comida.

