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23 Julho 2025
Caminhos dos Sonhos e Buscas...

 

Na celebração de mais um aniversário da Páscoa de frei Modestino Oechtering, irmã Terezinha Antônia Sotopietra, faz memória da contribuição do religioso para o surgimento da Congregação das irmãs Catequistas Franciscanas. Destaca a atuação de frei Modestino no contexto do início do século XX e a inspiração que ela nos traz.

O início do século passado foi marcado por guerras, migrações, buscas e coragem para enfrentar novos caminhos. As famílias das comunidades europeias saíam das guerras com muito sofrimento e pobreza, mas com sonhos de construir uma sociedade onde seus filhos/as pudessem se desenvolver, mesmo que este empenho exigisse muita dedicação, coragem e até a saída de seus países. Assim foi a experiência de nossos ancestrais que vieram da Europa. Aos poucos foram constituindo uma organização com atenção especial à escola e à religião. 

A ebulição de novos movimentos anticlericais, como os anarquistas, influenciou também os imigrantes que vieram até as Américas. Não podemos esquecer os movimentos ligados diretamente à educação como as escolas “Dante Alighieri” e o movimento para as escolas públicas, com suas filosofias próprias;[i] Confirmando com as palavras de Geane Kantovitz, “A fundação da Companhia das Catequistas emerge não somente em razão da falta de professores para as escolas paroquiais, mas também como uma consequência da disputa de poder entre os padres franciscanos, os líderes das escolas italianas Dante Alighieri  e os condutores do movimento em prol das escolas públicas.”

Por sua vez os imigrantes católicos e “Os frades, como porta-vozes da Igreja, tentavam imprimir nos imigrantes um dever e, assim, constituir identidades. Utilizavam-se de vários meios para assegurar a legitimidade da instituição a que pertenciam. Esse investimento do clero só teria sentido se fosse assumido por todos os imigrantes. Insere-se, nesse aspecto, outro elemento do imaginário em sua transformação histórica, a unidade, que procura submeter o mundo a um princípio unificador.”. 2[ii]

Assim, a caminhada tanto do povo como dos/as professores não foi uma caminhada homogênea. No início os professores eram pagos pelos países de origem, mas com o tempo a situação ficou difícil e não conseguiram os objetivos sonhados. A necessidade de formar uma identidade coerente com os princípios católicos exigia uma atenção especial.

E então: O que fazer? Quem poderia assumir?  Um dos freis, frei Modestino Oechtering, lançou a ideia: por que não confiar nas mulheres, participantes dos grupos das Filhas de Maria? Da Terceira Ordem Secular? Pessoas idôneas, firmes em sua fé, e ativas e responsáveis na vida da comunidade.

Frei Modestino com sua vasta experiência pastoral e conhecedor da situação da sociedade de então, com certeza, pensou em colaborar na garantia da vivência dos valores cristãos, que via   ameaçados pelas novas propostas.   O desejo de garantir uma formação cristã e fiel   às orientações da Igreja, fez brotar no coração de frei Modestino estas ideias que estão presentes no início da Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas.

Contemplando esses passos, nos animamos a:  estar sempre atenta a realidade onde nos situamos; aprofundar nossos conhecimentos da realidade, com suas ideias e ideais para podermos decidir com coerências; ter presente a própria opção, como Clara, quando diz: “Não perca de vista seu ponto de partida”; manter sempre a fidelidade ao projeto, reinventando maneiras....

Fruto da fidelidade ao projeto de vida, como foi entendido pelos franciscanos e imigrantes católicos, no compromisso de colaborar na gestação de uma sociedade justa e uma fé verdadeira nasceu a Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas.    



[i]Orestes Guimarães nasceu em  27 de fevereiro de 1871, em Taubaté (SP). Ingressou na  Escola Normal de São Paulo em 1887, aos dezesseis anos, concluindo-a em 1889; fez parte, portanto,  da  primeira geração de  normalistas  republicanos,  a  qual,  ao  longo da  primeira república, alcançou grande prestígio e autoridade  intelectual. Seus colegas de escola, entre eles  Oscar Thompson, José Feliciano de Oliveira, João Lourenço Rodrigues, Ramon Rocca Dordal, Romão Puiggari, destacaramse na ocupação dos principais postos da instrução pública paulista e na  publicação  de  importantes  obras  sobre  educação,  tendo  sido  também  os  organizadores  da primeira publicação pedagógica oficial do período republicano:  ‘A Escola Pública’, principal divulgadora das novas concepções pedagógicas e do ideal republicano” (TEIVE, 2005, p. 94). De 1911 a 1918, Orestes Guimarães foi Inspetor Geral do Ensino do Estado de Santa Catarina e, entre 1918 e 1931, foi Inspetor Federal das Escolas Subvencionadas pela União, no estado de Santa Catarina. escolas subvencionadas na região do Médio Vale do Itajaí, em Santa Catarina. As escolas paroquiais recebiam livros e material didático da Associação; o clero franciscano, no entanto, negava-se a utilizá-los, alegando que eram uma ameaça aos princípios católicos por possuírem características liberais. Autores como Otto (2006; 2011; 2012b) e Dallabrida (1993) descrevem detalhadamente todo o processo de instalação da rede de escolas italianas Dante Alighieri, no Médio Vale do Itajaí-Açu, e os conflitos emergidos entre o clero franciscano e membros da Sociedade Dante Alighieri. Para ambos, o motivo central dos embates deu-se em virtude da disputa de poder e controle das escolas da região.  

[ii]Otto. Clarícia.  O imaginário nos conflitos sociais: sagrado versus profano*

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmã Terezinha Antônia Sotopietra.

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