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08 Agosto 2025
FRANCISCLAREANDO - Foi Clara na Terra e reluz no céu!

  

A vida de Clara é, de fato, um tecido bordado de luz que veste o mundo de claridão e calor.

 

Mais do que a maioria de nós, os poetas têm o dom precioso de expressar grandes sentimentos, grandes homenagens em pequenas palavras. Desde 1981, ouvimos em toda parte a magnifica música de Jorge Ben Jor, a quem pedimos permissão para começar nossa reflexão com um pensamento desta canção. 

Santa Clara, clareou, clareou, clareou. E aqui quando chegar vai clariar! ... Os meus caminhos ... Salve, Santa Clara! De manhã bem cedinho com despertar alegre do canto dos passarinhos, bonito como Deus gosta o sol nasceu para a vida e o amor Enxugando o sereno com seus raios solares Cheio de esplendor Com toda a beleza celestial em homenagem a santa Clara ...” (Jorge Ben Jor). 

A hagiografia e a intuição do poeta parecem sair da mesma mão. A vida de Clara é, de fato, um tecido bordado de luz que veste o mundo de claridão e calor. Na Legenda lemos que: “A mãe, grávida, sentindo aproximar-se a hora do parto, orava na igreja em frente do crucifixo, implorando a graça de um parto feliz, ouviu uma voz que lhe dizia: “Não receies senhora, porque de ti nascerá, sã e salva, uma luz de brilho mais claro que o próprio dia” (LSC 2,3-4). E seguindo, a Legenda diz que “a pequena Clara começou a brilhar com luminosidade muito precoce nas sombras do século e a vida exemplar dos seus tenros anos aumentou-lhe o esplendor”, pela docilidade ao Espírito, pela crescente misericórdia e coração compassivo, movido pela indigência dos infelizes (cf. LSC 3,2-5). 

Ao conhecer Francisco e o fogo de suas palavras, “tomou-o como condutor de seu caminho depois de Deus e acolhia num coração caloroso tudo o que ele lhe ensinava sobre o bom Jesus (cf. LSC 6,5-6). E sabemos com que pressa ela passou da escuta dócil à ação decidida. É bem conhecida sua fuga de casa, abrindo um caminho alternativo para não ser tolhida em sua decisão. E também todos os outros gestos radicais que a livraram de ser “sequestrada” de volta para a casa paterna.

Por isso ela pode dar à sua amiga Inês o conselho que conhecemos: “Lembre-se da sua decisão como uma segunda Raquel: não perca de vista seu ponto de partida, conserve o que você tem, faça o que está fazendo e não o deixe, mas em rápida corrida, com passo ligeiro e pé seguro, de modo que seus passos nem recolham a poeira, confiante e alegre, avance com cuidado pelo caminho da bem-aventurança. Não confie em ninguém, não consinta com nada que queira afastá-la desse propósito, que seja tropeço no caminho, para não cumprir seus votos ao Altíssimo na perfeição em que o Espírito do Senhor a chamou” (2In 11-14). 

Como Francisco, e com seu apoio paternal, foi clareando seu projeto de vivência radical da pobreza evangélica, vivendo do trabalho das próprias mãos sem “perder o espírito de oração e devoção”. Eles davam assim testemunho de atenção à realidade em transformação, onde o trabalho vinha ganhando sempre maior importância.

Francisco nutria por Clara e suas Irmãs um amor profundo, amor puro como jorrava da Divina Fonte. E era por elas intensamente correspondido. Era um amor paternal e filial que fazia mergulhar mais profundamente no amor Deus e no amor às criaturas por causa do Criador. No Espelho da Perfeição (maior) podemos ver um terno exemplo: 

Depois que o bem-aventurado Francisco compôs os Louvores do Senhor pelas criaturas, escreveu também algumas santas palavras, com música, para consolo e edificação das Senhoras Pobres, sabendo que elas sofriam muito com sua doença. E como não podia visitá-las pessoalmente, enviou-lhes as palavras pelos companheiros. Queria, pelas palavras, manifestar-lhes sua vontade: como deviam viver e comportar-se com humildade e ser unânimes na caridade. Pois via que a conversão e santo procedimento delas não eram só uma glória para a religião dos frades, mas também a maior edificação para toda a Igreja.

Sabendo, porém, que desde o princípio de sua conversão elas haviam levado uma vida muito dura e pobrezinha, sempre teve piedade e compaixão por elas. Por isso, naquelas palavras pediu-lhes que, assim como o Senhor as tinha reunido de muitos lugares para a santa caridade, a santa pobreza e a santa obediência, assim elas deviam sempre nisso viver e morrer. E exortou-as especialmente a prover discretamente seus corpos, alegres e gratas, com as esmolas que o Senhor lhes dava e, sobretudo, que as irmãs sadias fossem pacientes nos trabalhos que suportavam por suas irmãs doentes e as próprias doentes fossem pacientes em suas enfermidades” (2 EP 90).

Precioso conselho pra nós também que vivemos num planeta ferido, numa humanidade ferida, tão necessitada de cuidado filial, materno, fraternal, cordial. Deixemo-nos envolver pela ternura de nosso Deus e que Ele nos ajude a irradiar este calor de seu coração amoroso por onde quer que andemos, com quem quer que se nos acerque necessitado de atenção, de carinho, de afeto verdadeiro, de bênção divina.

Clara de Assis, derrama sobre nosso mundo a claridade de tua Luz! 

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmã Maria Fachini - Catequista Franciscana